segunda-feira, 23 de junho de 2008

A POLÍTICA DAS CONVICÇÕES E OS RESULTADOS ELEITORAIS

Terminado o XXXI Congresso Nacional do PSD, o da consagração da recente conquista de Manuela Ferreira Leite, virá agora a expectativa quanto aos resultados eleitorais, que o partido possa obter já em 2009, nas diversas eleições.

E agora levanta-se também uma questão que me parece cada vez mais importante em política: serão os resultados eleitorais, por si só, determinantes na avaliação do trabalho político?; será esse o factor que separa a validade das ideias em boas ou más?; será essa a forma mais justa, mais rigorosa e mais precisa sobre o desempenho na actividade política?; ou será mais importante o trabalho de facto, as ideias, os planos de acção e a própria acção?

Talvez numa das alturas mais críticas da nossa democracia, naquilo que é a credibilidade do sector político e o seu afastamento da sociedade civil, parece-me ser uma altura apropriada para nos debruçarmos sobre este tema.

É hoje mais importante conquistar votos ou fazer a "política das convicções"? Sim, porque sabemos que as duas, de mãos juntas, nem sempre permitem fazer chegar o barco a bom porto. Mas aqui coloca-se também a questão da nossa responsabilidade. Nossa, dos eleitores anónimos. Nossa, daqueles que elegemos os políticos com uma determinada expectativa e depois assistimos à prática de coisa diferente. É nossa a decisão e por isso teremos que ser cada vez mais exigentes nas nossas escolhas, nas nossas opções. Se queremos continuar a ter Fátimas Felgueiras, Valentins Loureiros e Isaltinos Morais, ou se não queremos.

Porque desta exigência, resultará forçosamente a alteração de muitas coisas. Aceito que tal patamar de exigência, dependerá de uma alteração cultural substancial e, principalmente, geracional. Mas á agora a hora de lançar essas sementes.

Todos os partidos sabem que os resultados eleitorais não dependem de si em exclusivo. Todos os partidos também sabem, que quanto mais falarem ao jeito daquilo que queremos ouvir, mais perto estarão dos seus objectivos eleitorais, ainda que não necessariamente do lado das suas convicções políticas.

É por isso que entendo ser importante para o PSD ser igual a si próprio, agora que tem condições para o ser. Acreditar, defender e promover na acção as suas convicções. Não estar dependente da conjuntura momentânea da data eleitoral. Dizer e defender o que pensa serem as melhores soluções para Portugal e para os portugueses.

É por isso importante que passemos da política com fins eleitoralistas para a política das convicções. O quanto antes.

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