terça-feira, 29 de abril de 2008

APELO AO CONSELHO DE JUSTIÇA

Há coisas nos jogos que me deixam à beira de um ataque de nervos.

Quando a minha equipa é "roubada" nos habituais erros dos árbitros, que entendem como falta grave e consequente penalty, lances perfeitamente normais, em que nem se toca nos adversários.

Mas depois continuo irritado, quando vejo que os jornalistas, mesmo com recurso aos replays e slow-motion continuam a cometer o erro de querer transformar aquilo que é um lance normal num penalty claro. Às vezes até (depende da classe dos jornalistas) acabam por se baralhar e de tanto quererem argumentar, negando o que toda a gente viu para demonstrarem a sua razão, acabam por prejudicar na sua abordagem analítica os clubes que, de forma encapotada, se sabe que são os "seus". Por outras palavras, não são isentos, como deveriam, em nome do interesse clubístico.

Por isso, eu, que fui penalizado com uma grande penalidade (perdoem-me o pleonasmo) por falta que não cometi, apelo ao Conselho de Justiça para que reponha a verdade do jogo, considerando que o golo decorre de grosseira falha do árbitro (também ele tendencioso), apresentando como argumentos de defesa os seguintes:

Entretanto e como "entre-linhas", permitam-me apenas agradecer o lisonjeiro epíteto de treinador de bancada. Não o sou na verdade. Sou apenas um adepto. Atento, mas apenas um adepto.

Não cometi falta grosseira pelo que não havia lugar à marcação de penalty; no entender do árbitro eu teria alegadamente afirmado "a Madeira tem em Alberto João Jardim um exemplo supremo na vida democrática (...)". Só que o árbitro (e também o jornalista) não viram o jogo com atenção, nem o replay, nem o slow-motion, vantagens que a tecnologia nos oferece hoje. Reparariam que não é uma afirmação da minha autoria, mas sim uma citação de Sua Excelência o Presidente da Assembleia da República, que, por acaso até é do clube do árbitro (PS) e do jornalista (PS). Está lá. Entre aspas e tudo. Até, se repararem, está lá uma notinha de que não aprecio o estilo do senhor. Foi uma jogada limpinha, sem falta alguma. Foi, como se diz na gíria futebolística, um corte "sem espinhas". Nem seque foi canto!

Uma vez que o erro do árbitro constitui uma falha grosseira, como poderá o Conselho de Justiça agora avaliar, recorro "na secretaria" no sentido de ser alterado o resultado do jogo, que me havia sido (injustamente, como provo) desfavorável em 2-3, para um bastante mais justo empate a duas bolas.

Levando em linha de conta a (errática) apreciação do jornalista, recorro ainda no sentido do pontapé falhado não ser considerado como tal, mas sim um golo de levantar o estádio (perdoar-me-ão a imodéstia), o que me confere a vantagem de 3-2, tudo em nome da verdade desportiva. Do inalienável valor que é a verdade desportiva.

Deste modo, conto com a isenção e a reconhecida humildade do Conselho de Justiça, no sentido de repor essa verdade, conferindo-me a vitória por 3-2.

Se não for pedir muito, gostaria ainda que na reportagem fotográfica fosse colocada a "minha" foto (agradeço com sinceridade a simpatia da escolha do equipamento) a festejar o golo e alterar a do falso vencedor (que não o foi, como julgo provado), de novo em nome da verdade desportiva.

Caso etenda o Sr. Jornalista (acho que também apelidado de reporter cor-de-rosa), por opções editoriais, não alterar o conteudo do jornal desportivo, saiba o digníssimo Conselho de Justiça que, como sou um adepto do fair-play, bastar-me-á a minha consciência e o que na realidade se passou no campo, para considerar esta partida como vitoriosa.

Em nome do desportivismo e do fair-play, deixo ao Sr. Jornalista, ao Sr. Árbitro e ao Digníssimo Conselho de Justiça as minhas sinceras saudações desportivas, certo de que saberão reconhecer a validade da minha exposição e de que me farão a justiça de repor a verdade dos factos.

MANUELA FERREIRA LEITE - Por Portugal, Pelo PSD

"Não esperem de mim uma campanha com espectáculo que não sei fazer. Não esperem de mim o uso de grandes meios, de que, de resto, não disponho, nem penso serem desejáveis."

"Quando nos chocamos com manifestações de autoritarismo e mesmo de intimidação que o PS vem revelando, tal só é possível porque o PSD não tem força para as travar ou dissuadir".

"Se o PSD não for respeitado pela opinião pública, bem pode falar, argumentar ou ter as melhores propostas e soluções. Não é ouvido".

"Recuperar para o PSD a sua força reformista, humanista, libertadora da sociedade e das pessoas e que seja uma alternativa séria de governação".

"As eleições do próximo ano não são mais um acto eleitoral ao qual se pode ficar indiferente. As europeias, legislativas e autárquicas realizam-se em datas muito próximas e até coincidentes. Logo, um maior descrédito nas legislativas poderá ter um efeito de contágio nas autárquicas."


Manuela Ferreira Leite, no discurso de apresentação da sua candidatura ao PSD.

MFL insistiu nas palavras credibilidade e respeito, imagens que de facto têm andado afastadas do PSD, que inflectiu para uma linha populista (não necessariamente popular) nas últimas lideranças de Pedro Santana Lopes e Luis Filipe Menezes. A postura de estado de MFL não deixa dúvidas de que é a candidata indicada para restituir ao PSD a sua identidade, a sua credibilidade e a sua imagem de partido respeitado e fiável.

É a candidata melhor colocada para colocar o PSD aos olhos do eleitorado como verdadeira alternativa. Mas, mais importante, é a candidata mais apta a conferir ao PSD a real capacidade de voltar a ser um partido competente, quer seja no poder, quer seja na oposição.

Pese embora os populistas, cá como lá, não gostem do estilo, estou crente que sairá vencedora das próximas eleições, fechando um dos ciclos mais tristes da história do PSD.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

BANHO DE SOL .. NO JARDIM

«A Madeira é a expressão de um vasto e notável progresso no País»

«A Madeira é bem o exemplo, com democracia, com autonomia, com a integração europeia de um vasto e notável progresso no País»

«...um trabalho notável, é uma conquista extraordinária, é uma obra ímpar e isso deve ser reconhecido»

«...por vezes existem divergências e batalhas políticas, Mas toda esta obra historicamente tem um rosto e um nome, e esse nome é o do presidente do Governo Regional da Madeira, a quem quero também prestar uma homenagem, na diferença de posições, por esta obra e este resultado»

«A Madeira tem em Alberto João Jardim um exemplo supremo na vida democrática do que é um político combativo»

«Na Madeira, tudo é uma conquista e, por isso, é que a vivência e concepção de autonomia na Madeira não é tanto a institucional, a conceptual ou jurídica, é sempre uma concepção de luta, de combate, de tenacidade, de vitória, de dinâmica, de afirmação em crescente»

«Isso deve ser entendido, deve ser compreendido, deve ser aceite, deve ser integrado, deve ser reconhecido e deve ser valorizado»


JAIME GAMA, (PS), Presidente da Assembleia da República

Sua Excelência o Sr. Presidente da Assembleia da República, pelos vistos, é um admirador de Alberto João Jardim. Quanto ao estilo, não é seguramente um modelo que me entusiasme, quanto à obra, está resumida nas palavras de Jaime Gama, muito mais avalizado do que eu para sobre ela poder tecer algum comentário.

AUTÁRQUICAS 2009 - CAP.II

Os sinais das movimentações partidárias na preparação dos "cenários" das diversas eleições do próximo ano vão-se adensando com o passar das semanas. Começam hoje a ser mais evidentes algumas opções estratégicas que visam a criação desses cenários. Atente-se por exemplo ao caso do PS/Golegã, que procura insistentemente criar a ilusão de uma congregação de objectivos comuns entre o PSD e CDU locais, porque sabe que isso lhe trará inequívocas vantagens, pelo menos no plano teórico. O PS tem pegado em tudo o que pode. Começou por dar visibilidade a individualidades dessas duas forças políticas, uns no exercício de cargos partidários, outros nem por isso. Agora, nota-se a previsível tendência de envolver as próprias estruturas partidárias nessa "guerra", procurando criar o cenário de terror que a associação das forças do mal trarão às nossas vidas e que a única solução de continuarmos no paraíso terreno será, claro, eleger novamente aqueles que, contra tudo e contra todos, vão defendendo os superiores e inalienáveis interesses do Concelho.

Curioso é perceber a forma (algo ingénua, na minha modesta opinião) como os primeiros visados por essa estratégia interagiram com ela. Ou seja, o PS chamou alguém para o palco e esse alguém apareceu logo, desempenhando o papel que o PS queria que fosse desempenhado.

Depois, consubstanciada por esses comportamentos, surge a tese da teoria da conspiração das forças ocultas, que, como é óbvio irá ser um objectivo central do PS manter e alimentar até bem perto das eleições do próximo ano.

O PS sabe quanto valem o PSD e a CDU individualmente, mas deduz (parece-me que com razão) que valham menos juntos que o somatório daquilo que valem em separado . Sabe também que ao retirar credibilidade a essas estruturas, retirará inevitavelmente votos a ambas que, supostamente, irão direitinhos para a algibeira dos socialistas. Se o PS conseguir montar esse cenário de descrédito, perderão o PSD e a CDU, sabendo-se como se sabe, que a identidade diferenciada dos seus eleitorados, não veria com bons olhos uma conspiração contra o regime, como meras forças de bloqueio aos que querem fazer. No fundo, o exercício prático da máxima dividir para reinar.

Mas até aqui tudo bem. Quem anda na política tem que ter o necessário poder de encaixe para lidar com as estratégias alheias, ainda que possam, aqui e acolá, roçar a deselegância. O que já não me parece nada bem é que os próprios dirigentes partidários venham publicamente confirmar esta teoria, dando um tiro nos pés de consequências inimagináveis (ou talvez não).

O que devem, quer o PSD quer a CDU fazer, é assumirem a sua identidade própria, lutando com "as armas" que têm, em nome da sua própria coerência política, da sua própria humildade e honestidade democrática e do respeito ideológico pelos seus eleitorados. Devem a CDU e o PSD organizarem-se devidamente, (auto) credibilizarem-se e cumprirem o seu papel em oposição no sentido único de serem úteis ao desenvolvimento do Concelho, ainda que assentem o seu modelo em substância divergente do partido do poder. Esta demarcação de identidade, desmontaria seguramente a estratégia estruturada pelo PS. Como o irão fazer e, não menos importante, com quem o irão fazer, é problema de cada um deles.

É por isso que, em nome do necessário e desejável reequilíbrio representativo nos órgãos de poder local, quer CDU quer PSD sejam iguais a si próprios, na recuperação da sua identidade, da qual resultará por certo a reaproximação com os seus eleitorados.

Enquanto continuarem a alimentar a estratégia do PS, contribuirão para o seu próprio naufrágio político.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

ISTO É LIBERDADE


Invoca-se e celebra-se hoje uma data histórica da democracia em Portugal. Abril conferiu-nos imensos direitos. O direito à liberdade de expressão, à livre opinião. O direito a eleger e sermos eleitos. O direito de contestar, de exigir. O direito de protestar, de concordar e de discordar. O direito de achar bem ou achar mal. O direito de não ser oprimido pelas convicções individuais. O direito à diferença.

O idealismo de Abril é hoje intrínseco à sociedade portuguesa, numa fase plena de consolidação do processo democrático. Hoje esses direitos são factuais e legítimos. Normais e banais até, para quem só "viveu" no pós 25 de Abril. São um património inalienável que é nosso. De todos nós.

Abril aconteceu à 34 anos. Preservar e defender essa memória é um acto de justiça, em especial para todos os que lutaram para que possamos hoje usufruir desse indelével privilégio.

Mas é hora de que em Portugal se insista também na palavra DEVER. O dever do respeito pelo direito à diferença. O dever da compreensão pela divergência. O dever de não oprimir os que não comungam das nossas convições. O dever de aceitar os que não concordam, os que pensam de outra forma.

É hora de perceber que liberdade também é o dever de reconhecer o direito à mesma.

VIVA A LIBERDADE !

AGORA, SÓ ROSTOS COM NOME

Foi corrigido o lapso, sendo que agora todos os rostos têm também um nome.

Ainda bem.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

CREDIBILIDADE vs POPULISMO

Ao atingir um dos momentos mais conturbados da sua história, após a demissão do ainda presidente Luis Filipe Menezes, o PSD tem agora a possibilidade de escolher o seu rumo, de repensar a sua estratégia, de se reencontrar com a sua linha de credibilidade e responsabilidade.

Para o País é extremamente importante um PSD forte e coeso, mas também um PSD responsável e credível, capaz de assumir com humildade a sua condição de oposição, preparando-se ao mesmo tempo para voltar a ser poder.

A credibilização do partido dependerá, como sempre dependeu, da capacidade de liderança e da imagem do seu líder. O PSD necessita pois de um líder movido pelas suas convicções, sustentadas por um imprescindível sentido de interesse público e de um projecto devidamente distintivo. De um líder que tenha a capacidade, pelo seu prestígio e peso político, mas também pela afirmação dos seus valores, de congregar e unir o partido, mesmo atendendo ao pluralismo interno que se conhece e que é do domínio público.

O calendário eleitoral que se avizinha não deixará ao partido e ao seu novo líder outra opção que não a de se reorganizar, de se redefinir, de se reestruturar num curto espaço de tempo. É agora, mais do que nunca, uma responsabilidade de todos os militantes, darem o seu contributo nesse sentido. O PSD está em cacos, num avançado estado de degradação e não pode o novo líder concentrar a sua acção na colagem desses cacos por demasiado tempo. O futuro líder do PSD tem pois a difícil missão de preparar o partido para que em 2009 se possa reconstituir como uma incontornável e verdadeira alternativa. Disso depende o futuro próximo do PSD.

De todos os candidatos até agora assumidos, é minha convicção de Manuela Ferreira Leite é aquela que tem mais e melhores condições para essa enorme tarefa. É a que tem mais capital político, mais credibilidade, mais capacidade de liderança e mais prestígio. Além disso, com MFL está garantida uma viragem programática relevante, no assegurado abandono da retórica populista e irrealista, permitindo que o PSD possa voltar a discutir Portugal como merece ser discutido.

Não posso deixar ainda assim de registar com agrado a presença de Pedro Passos Coelho nesta corrida, ele que é o mais carismático ex-líder da JSD. Um político de e para o futuro, com um excelente registo e uma postura moderada. De todos, por ter sido o primeiro a avançar, é o que apresenta já ideias concretas do seu programa, na linha do "velho" PSD, reformista e social-liberal, numa aposta clara de ruptura com o socialismo. Assume-se como alguém que olha para o futuro, reforçando esse estilo com a afirmação que dos outros candidatos não conhece ainda ideias, mas apenas trajectórias. PPC conquistará certamente o seu espaço dentro do partido. Mas para já, MFL assegura, é minha convicção, mais e melhores condições de sucesso de curto prazo, essenciais para o relançamento do partido.

Pedro Santana Lopes volta a uma corrida em que nunca chegou em primeiro, pese embora o mediatismo de todas as suas aparições, em nome das bases, na linha aliás da anterior liderança, de quem, à primeira vista merecerá o apoio.

Eu sou das bases. Mas optarei por credibilidade em detrimento do populismo.

Sem pestanejar.

SANTANA LOPES CANDIDATO !!

Pedro Santana Lopes publicitou hoje a sua decisão de se candidatar à presidência do PSD. Eleva assim para 5 os candidatos que, recordo, são Pedro Passos Coelho, Patinha Antão, Neto da Silva e Manuela Ferreira Leite.

Depois de protagonizar o singular regresso ao parlamento depois de ter sido primeiro-ministro, Santana Lopes tenta agora protagonizar o seu regresso como líder do partido, do qual saiu depois de ter obtido um dos piores resultados de sempre nas eleições legislativas.

terça-feira, 22 de abril de 2008

RECONQUISTA DA CREDIBILIDADE

Segundo notícia avançada hoje na TSF, Manuela Ferreira Leite terá anunciado a sua intenção de ser candidata ao cargo de Presidente da Comissão Política Nacional do PSD, sendo que, segundo a agência Lusa, esse anúncio estará marcado para o início da próxima semana.

Ainda segundo a mesma fonte, entre vários apoiantes e eventuais elementos que acompanharão Manuela Ferreira Leite nas listas, surge o nome de António Borges, que poderá finalmente ter um papel importante no PSD, como muitos desejam à algum tempo.

A concretizar-se esta possibilidade e vindo a ganhar as eleições, Manuela Ferreira Leite poderá vir finalmente a federar o PSD, mudando a toada, a táctica e a estratégia do partido, conferindo-lhe de novo um carácter de credibilidade e de respeito.

Tal como afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, confirmando-se esta notícia, "o PS acaba de perder a maioria absoluta".

Aguardo pois, com confessa expectativa, o anúncio público de Manuela Ferreira Leite.

ROSTO SEM NOME. ROSTOS COM NOME.


Constatei, incrédulo, que no site da Câmara Municipal da Golegã, na área destinada à apresentação do executivo (Sr. Presidente e Srs(a). Vereadores(a) eleitos e em funções), só os eleitos do PS têm honras da sua identificação pelo nome, além da respectiva foto, sendo que o do PSD não foi merecedor desse privilégio. Mas além do rosto também tem um nome. Chama-se Carlos Paula Simões.

O site da CMG reveste-se de carácter institucional, enquanto órgão de comunicação e informação oficial do organismo e, por isso, deve respeito (também institucional), em especial àqueles que compõem o executivo, independentemente das listas que sustentaram a sua eleição.

É por isso discriminatório e atentatório à pluralidade representativa, decorrente da vontade manifesta dos eleitores, através do seu voto. O site da CMG não deve servir (supostamente) nem para dar nem para retirar palco a quem quer que seja do executivo municipal, mas antes para garantir a equidade no tratamento a todos. Todos.

Podemos até admitir que se trata de um lapso. Mas conheço alguns dos autarcas e, simultaneamente dirigentes do PS e sei, ainda que admitindo que a sua simples condição de seres humanos lhes confere alguns "defeitos", a distracção relativamente a estes detalhes, não costuma ser um deles.

Aguardemos pois a reposição do nome do vereador do PSD, em nome do respeito institucional e, acima de tudo, do respeito por aqueles que elegeram, com a mesma legitimidade, as maiorias e as minorias.

Cumprimentos.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

MANOBRAS DE DIVERSÃO NO PSD

Luís Filipe Menezes anunciou a noite passada a sua renuncia ao cargo de Presidente do PSD, seis meses após a sua eleição, havendo solicitado ao Conselho Nacional marcação de directas já para 24 de Maio próximo.

Depois de reconhecer não ter tido a capacidade de gerar consensos internos nem de controlar o Partido, anunciou a decisão de renúncia, afirmando ainda que não estará na corrida.

LFM morreu (como líder, claro) com o seu próprio veneno. Não tem legitimidade para se queixar da oposição interna, quanto foi ele próprio um opositor interno de outras lideranças. Não se pode queixar de falta de solidariedade política do Partido, quando ele próprio semeou resistências enormes ao anterior Presidente. O autor do insultuoso "pequeno tirano", vê assim chegar ao fim da linha a sua casuística, errática e incoerente liderança.

Mas LFM percebeu que não reunia condições mínimas de sucesso político dentro do PSD mas acima de tudo fora dele, como demonstram as sondagens. Aliás, cada vez que LFM intervém, o PS tem esfregado as mãos de contente, porque de cada uma dessas vezes não parou de dar trunfos ao adversário.

LFM queixa-se dos críticos. Mas foi LFM que deixou cair o compromisso eleitoral do PSD em matéria de tratado europeu; foi o mesmo que quebrou o acordo assumido pelo partido em relação à lei eleitoral autárquica; foi ainda ele que permitiu que o seu "palco" fosse ocupado vezes demais por Pedro Santana Lopes, deixando passar a imagem da "liderança bicéfala"; foi também ele que promoveu a alteração dos regulamentos eleitorais internos procurando assim impedir que haja cadernos eleitorais nas eleições dentro do partido, que se possam pagar quotas em dinheiro e sem controlo, que tornam o PSD o partido mais aberto a práticas de clientelismo, patrocinato e caciquismo; foi ele que se "despistou" na Madeira, tal a vontade de agradar a Alberto João Jardim, defendendo a ilimitada autonomia da região autónoma; mas foi também ele que para agradar a interesses instalados, sugeriu o fim da publicidade na RTP, sem apresentar um novo modelo de televisão pública; foi ainda ele que promoveu uma impensável conferência de imprensa, procurando tirar partido de uma relação afectiva, de esfera pessoal por isso, do Primeiro-Ministro, defendendo que uma jornalista de reconhecida qualificação não possa ter o seu programa da RTP. Foi ele. De que se queixa agora?

Mas desenganem-se aqueles que acreditam que o "não estou na corrida" quer dizer rigorosamente que não está na corrida. Pode não querer dizer isso. Repare-se que as eleições estão marcadas para 24 de Maio. O curtíssimo prazo pode entender-se como, uma "manobra de diversão", destinada a eliminar os períodos de discussão e inibir a organização de alternativas capazes.

Por falar nelas, José Pedro Aguiar Branco e Pedro Passos Coelho são para já as conhecidas. Com todo o respeito, julgo que não são essas lideranças que o partido necessita. Pena que Manuela Ferreira Leite ou Marcelo Rebelo de Sousa não entrem na corrida. Digo-o porque não os estou a ver a lidar com os resquícos do maqueísmo vigente e muito menos com a liderança do grupo parlamentar do "menino-guerreiro". Pena para o PSD, mas acima de tudo, pena para Portugal.

Antes um "sulista, elitista e liberal", do que um populista indefinido.

Termino parafraseando Sá Carneiro. PRIMEIRO O PAÍS, DEPOIS O PARTIDO.

Bom fim de semana.

AMBIENTE - GALARDÃO ECO XXI

Mais ou menos como a mulher de César. Não basta sê-lo (séria), é preciso parecê-lo.

O município da Golegã irá receber o galardão ECO XXI, que visa reconhecer as políticas ambientais, tal como acontece de resto, pasme-se, com o município vizinho de Torres Novas, alto responsável por um problema ambiental da proporção que se conhece, relativa ao Rio Almonda.

Refira-se a propósito que este galardão não é de atribuição espontânea externa, nem o seu carácter é estritamente de mérito comparativo. Não. Este galardão só é atribuído a quem se candidata, pagando a inscrição que vai até ao valor de 1.200,00€. Por outras palavras, se queremos ir à festa, temos que nos fazer convidados.

Para não tornar este artigo repetitivo nem recorrer ao plágio, remeto-vos para a excelente abordagem que Carlos Simões fez no seu site, onde podem atestar os critérios e o âmbito de atribuição dos prémios. (ler artigo)

Por aqui é justo dizer-se que melhorámos em matéria de política ambiental, como justo será referir que andámos de costas voltadas demasiados anos com problemas latentes, com consequências gravosas.

Mas à mulher de César, neste caso, importa mais parecê-lo que sê-lo.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

URBANISMO - NOVOS CONCEITOS PRECISAM-SE

Sou daqueles que apreciam a arquitectura de cariz vincadamente rural, aquela que nos é característica e que faz parte da nossa identidade cultural. Aprecio as linhas simples e despretensiosas; o interessante "diálogo" da cal das paredes com o barro das telhas de canudo dos telhados; das cantarias calcárias com os ocres, os óxido de ferro e os azulões dos socos e cunhais; as janelas e portas de madeira pintadas de verde e "sangue de boi"; as chaminés, as cimalhas. As "trapeiras" emergentes dos telhados. As volumetrias discretas e perfeitamente integradas quer na urbe quer no campo.

Esta harmonia arquitectónica, quando devidamente cuidada, confere às nossas terras e lugares um encanto especial, que além de esteticamente agradável, preserva uma parte da identidade cultural que referi e respeita, ao mesmo tempo, a herança patrimonial, legado que deve ser encarado com seriedade.

A Câmara Municipal tem sabido, através dos mecanismos reguladores (em especial através do PDM) e sob a interveniência do indiscutível bom gosto do seu Presidente nesta matéria, não obstante um pecado ou outro pelo caminho, garantir a orientação necessária para a preservação dessa matriz, contribuindo para a não descaracterização da zona urbana consolidada.

Porém os tempos mudaram. Mudou a nossa indumentária, mudou o design dos nossos carros, os adereços estéticos que usamos, os nossos computadores, os nossos telefones. Os conceitos urbanísticos foram aperfeiçoados e as tendências das construções contemporâneas, quer ao nível da introdução de novas técnicas, quer ao nível da introdução de novos materiais, são hoje uma realidade com que temos que saber lidar.

O potencial criativo foi sendo revisionado, repensado e adaptado aos novos tempos. Temos vindo a assistir em inúmeras situações à coabitação de tendências arquitectónicas bem divergentes que resultam muitas vezes em diálogos interessantíssimos entre tradição e modernidade, entre passado e presente. O exemplo mais mediático, nem por isso recente, trata-se talvez do CCB, bem junto ao excepcional mosteiro dos Jerónimos. Coabitam ali duas marcas arquitectónicas de Portugal, de tempos diferentes mas ambas marcantes.

No nosso Concelho como disse, regulamenta-se no sentido de preservar a nossa identidade arquitectónica, o que louvo, mas estamos de costas viradas para o potenciar do desenvolvimento criativo de construção, nomeadamente de habitação, ao impedir tudo o que não se reveja, conceptualmente, na tal identidade. Apesar do meu gosto pessoal, não me permito excluir novos conceitos que os novos tempos nos têm trazido. E vão continuar a trazer. Aliás, ninguém deve pretender subordinar a capacidade de criação arquitectónica aos seus próprios ideais, aos seus próprios gostos, à sua própria educação urbanística e ambiental.

Entretanto, a CMG tem guardado para si essa capacidade criativa, introduzindo nos edifícios destinados a serviços de sua propriedade, novas soluções, numa ruptura clara e assumida com o tal legado arquitectónico, dando-se a si própria essa exclusividade. É um caminho questionável, como questionável é o critério de exclusividade, que impede projectistas e promotores de colocarem no mercado "produtos" urbanísticos mais consentâneos com o tempo novo, que está aí.

Mais prudente e razoável seria "abrir" o Concelho a esses conceitos, determinando contudo em sede própria (PDM) as delimitações da implantação de edificações de traça eminentemente contemporânea, devendo continuar a garantir no núcleo urbano mais tradicional a referida identidade cultural que advém dos princípios arquitectónicos.

Esta solução acabaria com os efeitos nefastos e descriminatórios da tal exclusividade, não deixando ainda assim de garantir a necessária e imprescindível defesa da nossa traça.

A perspectiva actual está gasta, sendo aconselhável por isso introduzir-lhe alguns ajustamentos estratégicos. Em nome de um Concelho tradicionalista mas virado ao futuro.

NÚCLEO SPORTINGUISTA COM BLOG NA INTERNET

É com prazer que informo que o Núcleo Sportinguista do Concelho da Golegã tem on-line a partir de hoje um blog na internet.

A todos os sportinguistas fica o convite para nele participarem, conferindo-lhe o dinamismo desejado, na contribuição para o engrandecimento da colectividade e também do Sporting.

Saudações Leoninas, logo hoje num dia de tão saborosa ressaca.

Encontramo-nos lá.

terça-feira, 15 de abril de 2008

MISERICÓRDIAS DISCUTEM MODELO SOCIAL NA GOLEGÃ

Em mais uma iniciativa do Secretariado Regional de Santarém da União das Misericórdias Portuguesas, realizou-se no passado sábado, dia 12, um Conselho Distrital alargado, sob a temática "CONTRIBUTOS PARA A REVISÃO DO CLAUSULADO DO MODELO DE EMPRESA SOCIAL". A reunião realizou-se nas instalações do Centro de Férias da Santa Casa da Misericórdia da Golegã. Participaram a maioria das Misericórdias do Distrito de Santarém, tendo ainda aderido, na condição de convidados, representantes de vários Secretariados Regionais, como Coimbra, Lisboa, Setúbal, Portalegre, entre outros.


Martins Lopes foi o primeiro interventor, salientando aspectos que considera essenciais na vida das instituições, defendendo as suas autonomias e reivindicando apoios do Estado que, na sua óptica, tem resfriado as relações com as Misericórdias, não lhes reconhecendo os méritos que deveria, defendendo ainda uma relação equitativa e equilibrada entre as exigências do Estado e a necessárias transferências para que possam ser colocadas em prática. Na sua intervenção defendeu ainda a classe dirigente das Misericórdias.

Martins Lopes
Presidente do Secretariado Regional de Santarém
e Provedor da Santa Casa da Misericórdia da Golegã


Na matéria a discussão, foi apresentado de forma detalhada pelo Dr. Rui Rebelo (Secretariado Nacional da UMP) o modelo de empresa social, cuja negociação está em curso. Foram amplamente sublinhadas as questões essenciais desse modelo, bem como referidas as peculiaridades deste tipo de instituições, defendendo-se, ainda que num quadro de economia globalizada, os valores inegociáveis e inalienáveis das Misericórdias, como sejam a sua natureza jurídica, a sua imagem e o reforço e protecção da sua autonomia.

Dr. Rui Rebelo
Secretário do Secretariado Nacional da
União das Misericórdias Portuguesas


Na qualidade de empresas de bem fazer, as actividades das Misericórdias consagram a ideia de empresas sociais, pelo que a padronização e sistematização dos seus procedimentos em termos funcionais, é entendida como necessária, para a garantia e reforço da unidade, na prossecução da preservação dos valores referidos.

Na última parte da reunião, foi aberto o periodo de debate durante o qual os presentes tiveram oportunidade de apresentar as questões tidas como relevantes, ao representante do Secretariado Nacional e ainda deixarem as suas contribuições para o clausulado do modelo social em curso.

Resta-me referir que esta iniciativa foi acolhida pelos presentes com bastante entusiasmo e interesse, tendo inclusivamente o Secretariado Regional de Santarém sido alvo dos mais rasgados elogios e dado como exemplo daquele que deve ser o dinamismo na actuação dos organismos, no potenciar da discussão e debate de assuntos tão relevantes para as Misericórdias.

Na sua intervenção, o Presidente do Conselho Distrital de Coimbra, não se coibiu de fazer mensões honrosas ao Presidente do Conselho Distrital de Santarém e também Provedor da Misericórdia da Golegã, classificando este Secretariado como estando na vanguarda, constituindo claramente um exemplo para todos os outros.

A Santa Casa da Misericórdia da Golegã, promoveu no final da reunião um lanche convívio, no pátio do Centro de Férias, encerrando assim uma jornada profícua e extraordianriamente importante para o futuro das instituições.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

A ESQUERDA, A DIREITA E O PSD

Nesta dicotomia habitual entre esquerda e direita, onde normalmente se atribui pouca relevância ao centro-esquerda e centro-direita, tenho observado que, nos últimos anos, o PSD tem sido quase genericamente conotado com o centro direita primeiro e com a direita depois. Discordo.

E incomoda-me o facto de o próprio Partido ir aceitando estas conotações, sem fazer questão em rever a matéria e colocar-se, ideologicamente falando, no seu lugar. Qual? Para mim, talvez justamente entre os dois centros. Não podemos esquecer que o já por várias vezes apelidado de "partido mais português de Portugal", dada a sua sustentação programática sui generis e híbrida, condicionada por circunstâncias muito especiais e particularmente nacionais, assenta num modelo essencialmente reformista, baseado numa interessante fusão entre o personalismo cristão, um liberalismo de raiz burguesa e princípios de justiça social vincadamente sociais-democratas.

Recordo o escândalo, para alguns sociais-democratas e partidários da esquerda ortodoxa, motivado pelas palavras de Cavaco Silva, quando afirmou que o PSD era também o partido da "esquerda moderna". Foi nessa altura, recordo, que o PSD, nessa toada de "esquerda moderna" teve a capacidade de construir uma política infinitamente mais sólida e consistente sob o ponto de vista social, virada realmente para os mais carenciados, que toda a retórica solidária e inócua do PS de então. Naquele que viria a ser, em minha opinião, o pior governo de que tenho memória, liderado por António Guterres, da panóplia da teoria do diálogo social não resultou mais do que uma cultura subsidio-dependente, em especial para um gigantesto establishment.

Recuando um pouco mais, aqueles que não queriam viver numa democracia tutelada por poderes revolucionários nem trilhar o "caminho para o socialismo" - que era o que o PS queria, procurando evitar a todo o custo a revisão das questões económicas da Constituição - apoiaram Cavaco Silva em 1987, como haviam apoiado Mário Soares em 1985.

Os dois ajudaram a romper o conceito da inevitabilidade benéfica e equilibrada da esquerda ortodoxa, ou se quisermos, da "esquerda antiga" e isto tem que ser entendido, quer nas suas razões, quer na sua forma.

Abraços,

quarta-feira, 2 de abril de 2008

AUTÁRQUICAS 2009 - CAP.I

2009 vai ser um ano em cheio em matéria de eleições. Legislativas, autárquicas e europeias!

Começam as negociações na Assembleia da República sobre as respectivas datas, com propostas e contra-propostas, em função essencialmente das conveniências partidárias.

Ponto assente parece ser o facto da lei eleitoral autárquica, debatida neste espaço em diversas ocasiões, não vir a ser alvo de alterações, pelo menos nos moldes negociados entre PS e PSD.

Coloca-se a questão de quem sai favorecido com este recuo, tomando o nosso município como contexto. À partida parecem ser os partidos da oposição, concretamente a CDU e o PSD, atendendo aos cenários eleitorais de 1997 a 2005, que resultaram em esmagadoras maiorias do PS. Digo à partida, porque sabemos que todas as eleições são envoltas num clima de circunstancial muito específico e volátil, de eleição para eleição, que, a esta distância, não é possível prever, pese embora todas as conjecturas que possamos ir alimentando a partir daqui.

Contudo e num cenário de inalteração da lei autárquica, torna-se possível que os partidos que não venham a sair vencedores (à partida dois), possam ainda assim garantir representação na Câmara Municipal, o que, com a aprovação da dita, tornar-se-ía impossível.

Questões estruturais e conjunturais, vão pois determinar a escolha do futuro executivo, bem como das respectivas Freguesias e composição da Assembleia Municipal. De inúmeros factores dependerá a escolha dos eleitores. Do trabalho desenvolvido no mandato em curso, quer em relação ao partido do poder, quer em relação aos partidos da oposição; dos cabeças de lista aos diversos órgãos e da sua imagem pública; da composição das respectivas listas; da credibilidade das estruturas partidárias; etc, etc, etc.

Porém, o cenário que se possa hoje antecipar, como disse, não passa de mera conjectura. Não sabemos hoje quem são os candidatos (cabeças de lista) à Câmara Municipal, nem às Juntas de Freguesia, nem à Assembleia Municipal. Se em relação ao PS (para a C.M.) será mais previsível a dedução - passará por um de dois: Dr. Veiga Maltez ou Engº Rui Medinas - já em relação aos partidos da oposição - CDU e PSD - não é possível ainda prever quem serão. Que eu saiba, nenhuma destas estruturas, se debruçou ainda oficialmente sobre esta questão. Ainda assim e perante as previsões possíveis de momento, sabemos que a simples escolha do PS, poderá constituir o primeiro factor conjuntural no contexto das eleições de 2009. Veiga Maltez não é igual a Rui Medinas em peso específico eleitoral, porque tem, ou teve, (não sei garantir se ainda tem) um capital próprio nessa matéria, que se reflectiu claramente nas eleições, em especial nas de 2001 e 2005. Não aceitar este facto parece-me constituir um erro de análise, como erro de análise será pensar que Rui Medinas poderá, por si próprio, ter o mesmo peso.

Se Veiga Maltez não avançar, avançará seguramente Rui Medinas, a quem "bastará", em princípio, conquistar o eleitorado mais fiel do PS, para garantir a sua eleição como Presidente da Câmara. Porém, o recuo de Veiga Maltez poderá induzir nos restantes partidos um estímulo extra, chamemos-lhe assim, porque perceberão que a expressão eleitoral de um não é necessariamente igual à do outro.

O PS pode então optar por duas soluções estratégicas, ambas previsíveis: criar um "tabu" em torno do candidato a apresentar a sufrágio, protelando o seu anúncio público no sentido de procurar condicionar os oponentes; ou, pelo contrário, antecipá-lo - em especial se o candidato for Veiga Maltez - na procura de "desencorajar" eventuais concorrentes, dado o tal peso específico que patenteou nas duas últimas eleições.

Falta agora perceber o posicionamento interno dos partidos da oposição, que terão que lidar inevitavelmente com estas circunstâncias.

Mas outras poderão acontecer, ainda que inesperadamente - por exemplo, um movimento cívico apartidário, composto por independentes, que reúna condições para captar votos de forma transversal, em todas as áreas político-ideológicas. No fundo, não é descabido colocar essa possibilidade, ainda que de forma hipotética, porque temos casos bem perto onde isso se verificou. A Freguesia de Azinhaga é um exemplo (de sucesso, aliás) com o aparecimento do GIVA, que alterou todos os cenários que, até ao seu surgimento, se pudessem colocar, "roubando" a Junta ao PS. Também aconteceu em Tomar, em Alcanena e em vários outros munícipios, em cada um com carácter necessariamente diferente.

Nesse caso, estaríamos perante condições circunstanciais muito próprias, que deitariam por terra tudo o que hoje se possa antecipar e que poderia, ou não, alterar totalmente o passado recente em termos eleitorais.

Até breve,

ESTADO CONTROLEIRO II

"De acordo com o relatório sobre pluralismo político-partidário na RTP, que a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) entregou hoje à Assembleia da República, é «detectável um relativo excesso de presença do Governo e PS», sendo também «sistemática a sub-representação do PSD nos diferentes serviços de programas da RTP».

O documento adianta ainda que «a presença do Governo apaga a presença do PS enquanto partido da maioria, na informação do serviço público de televisão».

Apesar destas conclusões, o presidente da ERC, José Azeredo Lopes, refere, na nota introdutória do relatório, que «a RTP equilibrou tendencialmente - do ponto de vista da representação - a presença de Governo e PS, por um lado, e partidos da oposição, por outro».

Segundo o mesmo relatório, a monitorização dos blocos informativos da RTP mostrou também que existem «desvios significativos relativamente aos parâmetros de presença estabelecidos pela ERC na RTP Madeira e, de forma ainda mais evidente, na RTP Açores».

O relatório cobre o período de Setembro a Dezembro de 2007 e analisou 3.229 peças noticiosas e 17 programas de debate, entrevista e comentário distribuídos por vários canais da estação: RTP1, RTP2, RTPN, RTP-M e RTP-A."
in Lusa/Sol, 31 de Março de 2008