quinta-feira, 26 de março de 2009

CRISE SOCIAL E A PROTECÇÃO DOS IDOSOS

Os efeitos da crise têm produzido na sociedade portuguesa os mais imaginativos e criativos processos de conseguir dinheiro fácil, normalmente ilícitos, além ter potenciado a criminalidade violenta e o crime organizado. Essa criminalidade tem vindo a acentuar-se de forma bem vincada, sendo recorrentes alvos pessoas mais fragilizadas pelas contingências da própria vida, como são os idosos.

Manuel de Lemos, Presidente da União das Misericórdias Portuguesas, alertou não à muito tempo para o facto de algumas famílias estarem a tirar os idosos das instituições de solidariedade social, no sentido de se financiarem com as suas reformas, manifestando imensa preocupação não obviamente em relação ao facto da convivência familiar que esse regresso a casa proporcionará, mas acima de tudo na eventual e presumível falta de condições ideais para proporcionar aos idosos uma assistência consentânea com as suas necessidades.

As burlas a idosos são uma constante, por serem um alvo normalmente desprotegido, pouco informado e fragilizado pelas circunstâncias próprias em que vivem. O isolamento geográfico, a pouca instrução e informação, o parco ou inexistente apoio permanente familiar, a debilidade física e às vezes mental, fazem destes um alvo fácil à burla, que urge combater.

Os "lares" e as "residenciais", que não passam muitas vezes de albergues improvisados onde se empacotam pessoas idosas a troco de umas centenas de euros mensais, proliferam sem que contudo satisfaçam as condições mínimas exigíveis, quer em termos orgânicos e funcionais, quer pela falta de formação adequada dos seus colaboradores, quer pela ausência de assistência médica eficaz, quer pela ausência de quase tudo aquilo que os "hóspedes" carecem e, mais importante, merecem.

A crise económica rapidamente se transformou numa assombrosa crise social, não andássemos nós no limiar da instabilidade à muito tempo. Vai valendo tudo, por quase nada. Hoje por hoje, está em risco a coesão social, com os pobres cada vez mais pobres, com os desprotegidos cada vez mais desprotegidos, com os fragilizados cada vez mais expostos à energúmena insensibilidade dos biltres que, qual república das bananas, vão espalhando o terror em gente que merece tudo menos passar o resto dos seus dias desejando não tê-los passado.

Também é de nós, todos nós, que depende a inversão deste putrefacto estado de coisas.

OS MEUS ARQUIVOS

Numa imensidão de arquivos que vou procurando ordenar (tarefa árdua e exaustiva, em especial quando o tempo é tão pouco) juntamente com outra imensidão de arquivos do meu pai, vou descobrindo coisas engraçadas, que algumas irei a partir de hoje partilhar convosco.

Temos uma série de material de campanhas autárquicas passadas, que irei procurar digitalizar e arquivar em suporte digital, para que para aqui possam vir. Estou certo que quem gosta de recordar estas coisas não deixará de aproveitar para fazer o download e ficar também com estas memórias.

Começo hoje com um folheto de propaganda eleitoral do Partido Socialista, relativo às eleições autárquicas de 1985 (já é uma relíquia com 24 anos!!), candidatura personificada pelo saudoso Engº Melancia Godinho.


quarta-feira, 25 de março de 2009

MOMENTO DE HUMOR

Por ser um tema actual (sempre actual à anos!) deixo-vos um momento divertido do infelizmente já extinto programa de stand-up comedy da SIC, o "Manobras de Diversão", com Marco Horácio, Bruno Nogueira e Manuel Marques.

Divirtam-se.

ALTERAÇÕES DE TRÂNSITO - R TIMOR LOROSAE

A Câmara Municipal da Golegã introduziu alterações ao trânsito na intersecção da Rua Timor Lorosae com a Margarida Relvas a partir de hoje.

Assim, se vier da Timor Lorosae no sentido da rotunda da Oliveira, junto ao Ecomarché, terá que contornar o triângulo pela direita (que estará já a ser alvo de alteração de forma a permitir a viragem de trânsito pesado, "apanhar" a D.Margarida Relvas e prosseguir para a rotunda, fazendo uma espécie de "S".

Outra alteração relevante, prende-se com a alteração introduzida para quem vem da Margarida Relvas e pretende virar à esquerda para a Timor Lorosae: é melhor fazê-lo antes do triângulo (café "O Pêssego") - tendo a possibilidade de seguir à esquerda pela rua Dr. Joaquim Mendes de Carvalho Galvão Figueiredo (ufa!!), entre outras - ou então terá que ir à rotunda e voltar a entrar, podendo aí sim seguir pela Timor Lorosae.

Atenção especial à sinalização vertical STOP, um pouco estranha, em especial para quem vem da rotunda, uma vez que mesmo que veja (e vê muito bem) que não venha trânsito da Timor Lorosae, será sempre obrigado a parar (não apenas a abrandar) - dá "carta fora". Será pois aconselhável a todos nós automobilistas especial prudência, atendendo a esta repentina alteração.

As alterações recentemente introduzidas na Timor Lorosae, para controle de velocidade e agora estas, mostram na realidade que a passagem de trânsito pesado rumo a sul (Azinhaga) não é uma boa solução porque não cumpre os objectivos de eficácia previstos. Este facto aconselha vivamente encontrar-se uma alternativa, que parece que está já a ser idealizada (Golegã em Notícia último) e com a qual concordo em absoluto. Aparentemente e sem aprofundar, parece-me que, mantendo os constrangimentos nos acessos a pesados pelo centro da Vila, São Miguel - aos Álamos - poderá ser a solução, ainda que com algumas resistências para vencer, nomeadamente o facto de se constituir como uma alternativa aparentemente onerosa, até porque implicará a aquisição (penso eu) de parcelas de terreno relevantes.

De qualquer forma aqui fica a informação, com cópia do Edital hoje publicitado (retirada do site da CMG) e que aqui partilho convosco.


CRISE SÓ PARA ALGUNS

"Vitorino ganha 5000 por reunião. O ex-comissário europeu, António Vitorino, ganha 5000 euros por cada reunião a que preside como presidente da mesa da Assembleia Geral da Brisa, de acordo com o relatório anual de bom governo das sociedades, ontem disponibilizado no sítio da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

António Vitorino assumiu a presidência da mesa da Assembleia Geral da Brisa a 12 de Setembro de 2007, substituindo no cargo Vasco Vieira de Almeida. O seu mandato é de quatro anos.
Segundo apurou o CM junto de fontes da Brisa a escolha de António Vitorino ficou a dever-se, além do prestígio do ex-ministro da Defesa, ao profundo conhecimento do Código das Sociedades Comerciais, uma condição considerada fundamental para a boa condução dos trabalhos numa Assembleia Geral.

A remuneração de António Vitorino foi proposta pela Comissão de Remunerações da Brisa, presidida pelo ex-presidente do BCP, Jardim Gonçalves.
No mesmo relatório a concessionária de auto-estradas revela que a Comissão Executiva, liderada por Vasco de Mello, recebeu uma remuneração global de 3,9 milhões de euros, entre prémios, salários--base e remunerações variáveis.

Em média, os cinco membros da Comissão Executiva receberam 793 mil euros de remunerações em 2008.

Os membros não-executivos ganharam uma remuneração fixa global de 607 mil euros, o que representa uma remuneração média de 75 mil euros por ano para cada administrador.
Em 2007, os quadros médios e superiores da Brisa receberam 5,3 milhões de euros, a que acresceu uma remuneração variável de 828 mil euros.

Os pagamentos foram realizados com base no comportamento e resultados da empresa referentes a 2006
. "
In Correio da Manhã, 24/03/09

terça-feira, 24 de março de 2009

À MULHER DE CÉSAR NÃO BASTA SER SÉRIA, TAMBÉM TEM QUE PARECER

Ainda a propósito do artigo que aqui partilhei convosco intitulado "ERRARE HUMANUM EST, às vezes e para alguns" e porque todos nós somos um pouco como a mulher de César e, como se isto não bastasse, quem não se sente não é filho de boa gente, permitam-me dar apenas uma pequena achega ao antes escrito.

O Sr. Presidente da CPC/PS da Golegã insinuou, ou melhor, afirmou no site oficial do seu partido, que eu teria manipulado um facto para iludir e enganar os que têm feito o favor de serem visitantes deste espaço, tendo sido o inventor de que os eleitos do PS teriam sugerido o aumento das taxas de derrama e IMI para o máximo que a lei permite. Mas não foi assim, como agora demonstro inequivocamente.

Enganar-me-ei muitas vezes, seguramente mais que aquelas que desejaria, mas, repito, mentir não faz parte da minha forma de estar. Disso podem ficar seguros todos os que por aqui passam e que por aqui deixam os seus contributos.

Este é apenas o meu canto partilhado, onde digo o que penso, o que sinto e o que me apetece, simplesmente porque posso fazê-lo e não menos importante porque quero fazê-lo, sempre disposto e determinado ainda assim a respeitar a divergência e os divergentes, sempre disponível a rectificar erros e lapsos.

MEDIDAS PARA ATENUAR OS EFEITOS DA CRISE

Estou um pouco confuso com uma parte da história das medidas que visam atenuar os efeitos da crise e implementadas pela CMG, sob proposta dos eleitos do PS e aprovadas pelos mesmos e pelo eleito do PSD, pelo razões que mais abaixo vos explico.

Li-as com atenção e concordo com elas na generalidade, sendo que umas já existiam havendo sido alvo de algum reforço de dotação orçamental, outras, novas, fazem sentido atendendo à gravidade das circunstâncias. Dependendo da duração da crise, suspeito que outras tenham que ser equacionadas indo um pouco mais longe à imagem do que foi feito noutros Concelhos, ainda que com especificidades necessariamente diferentes é certo e, logo, com necessidades e carências também elas diferentes.

Concordo acima de tudo com a necessidade de intervenção dos organismos do Estado, logo CM incluídas, no intuito de salvaguardar a coesão social, de proteger os seus cidadãos mais desprotegidos e de procurar, promover e incentivar algumas medidas de contra-ciclo, apoiando-as e esclarecendo-as.

Porém, junto com o pack das medidas, vem sempre o aproveitamento político, compreensível se justo e se propagandeado com moderação.

E sobre esta matéria, pelo que li, existe uma incongruência sobre o mesmo assunto, se lido sobre a perspectiva do PS ou do PSD. E como relativamente à mesma questão (às vezes) não pode haver duas verdades, confesso que fiquei um pouco confuso, como confusos ficaram por certo os que acompanham os sites dos partidos políticos cá do burgo. Senão vejamos.

1 - Em 08/02/09 escreve no seu site a Comissão Política do PSD/Golegã que propôs, aquando da aprovação do pacote em apreço, mais três medidas que são e passo a transcrever:

a) Um idoso, que viva sozinho, com o salário mínimo nacional e que tem uma medicação de elevado valor, mas que é imprescindível para a sua sobrevivência e/ou qualidade de vida, mas, dado o seu rendimento per capita, exceder, o valor de 50% do Salário Mínimo Nacional, não beneficia da medida relativa à saúde;
b)A hipótese de redução de taxas, como as de publicidade em veículos, sonora, diversa, ou taxas de exploração de esplanadas;
c)A hipótese de a medida comportada apenas para as empresas, relativa à redução da taxa de água e saneamento, fosse alargada em três casos: 1) Desempregados, 2) Famílias numerosas e 3) Idosos com mais de 65 anos.

1 - Em 03/03/09, escreve o Sr. Presidente da Comissão Política do PS/Golegã no site oficial do seu partido que e passo a citar "Pelo contrário, a única medida, repito, a única medida proposta pelo PSD, que esqueceu as pessoas e preferiu as empresas, através de uma proposta de redução da taxa de Derrama (sem qualquer estudo a sustenta-la), só viria a ter efeitos em meados de 2010. As diferenças saltam à vista e são óbvias."

Resumindo, o PSD afirma que propôs medidas para claro benefício desempregados, famílias numerosas e idosos com mais de 65 anos, enquanto o PS afirma que o PSD apenas apresentou propostas visando as empresas e esquecendo as pessoas.

A não ser que em relação a isto existam duas verdades, a minha verdade é que fiquei confuso e pouco esclarecido.

segunda-feira, 23 de março de 2009

AS "JOTAS" - NO MEU TEMPO JÁ ERA ASSIM


Já era assim no "meu tempo" a captação de militância para as "jotas". Nos cafés, nas partidas de snooker, nos fora d´horas jogos "da batota" à sueca e entre umas imperiais, nas associações de estudantes das escolas e das universidades. Também nas actividades desportivas e culturais. Sempre me lembro de ser assim. Em todas as "jotas", sempre que se detectava alguém mais activo, mais interessado era feito o convite da ordem. Os convites tinham sempre algo de político mais substancial, mas também de modas, de tendências circunstanciais, de círculos de amizades.

Muitos que conheço foram convidados para tudo o que eram "jotas" e nunca foram. Outros não foram por razões já de enraizamento e enquadramento ideológico contrário. Muitos foram porque foram, porque tinham lá os amigos e era "fixe". Outros escolheram as "jotas" que quiseram e outros ainda foram escolhidos. Uns fizeram "carreira" nas "jotas", mas muitos não. Uns colhem hoje os frutos de terem sido um "jota", mas muitos outros não.

Como hoje, já no meu tempo era assim.

Nada de especial.

MAIS UMA JORNADA DE GLÓRIA DO FUTEBOL NACIONAL


A minha opinião - ler aqui

sábado, 21 de março de 2009

PS GOLEGÃ BIPOLARIZA POLÍTICA LOCAL


De volta à internet (tanto quanto sei está aí o seu único órgão oficial de comunicação), o PS/GLG -lo de uma forma diferente da anterior, quanto tinha on-line o famigerado e inenarrável golega-ps.com. Agora, a página oficial do PS/GLG, além de assentar numa postura mais institucional, tem também e não menos importante, associado ao que publica, as assinaturas dos seus responsáveis, tal como acontecia já nas páginas dos outros partidos políticos. Como previra aqui já em 01 de Agosto do ano passado, quando afirmei que "... presumo que irá promover uma inversão de estilo ...", esta é uma das alterações que importa registar com agrado.

O PS/GLG elegeu para já o seu adversário preveligiado, a fazer fé nas críticas que faz à oposição. Da leitura das matérias publicadas, ainda relativamente circunstanciais, percebe-se que o PSD é, nesta altura, o adversário a "combater". Esta bipolarização resultará do facto de ser aquele o partido mais activo enquanto oposição, atendendo à continuada inépcia da CDU e à ainda pouca expressão da candidatura do CDS, que se tem limitado a algumas generalidades mas que (espero que ainda) não entrou a fundo nas questões de política local, não acentuando ainda de forma assertiva o seu posicionamento estratégico face às questões mais estruturais nem a sua diferenciação dos outros concorrentes.

O PSD/GLG agradecerá por certo esta bipolarização, sendo que ela publicita e esclarece que será esta a alternativa que o PS elegeu prioritária para contrariar. Caberá agora aos seus responsáveis gerir e lidar com esta bipolarização, demonstrando que pode o PSD/GLG constituir-se como real alternativa.

sexta-feira, 20 de março de 2009

ERRARE HUMANUM EST - Às vezes e para alguns

Dei conta agora de que sou (outra vez) protagonista no novel e mui rosa choque site do Partido Socialista da Golegã, nomeadamente através de um artigo do Sr. Presidente da Comissão Política, o meu caríssimo amigo Rui Lince Medinas.

Ensinaram-me desde pequeno a assumir os meus erros e as minhas responsabilidades. Tenho vindo a procurar praticar esses ensinamentos ao longo da minha vida, aspecto em que, feitas as contas, julgo que me tenho saído bem. No artigo assinado pelo Presidente da CPC do PS Golegã, intitulado “Derrama e IMI: Um Olhar Desatento, Ou Talvez Não …” há um dado que importa reconhecer com humildade como um erro. Na realidade tem razão o Sr. Presidente da CPC/PS, quando afirma que as taxas de derrama e de IMI não foram aumentadas, mas sim sugeridas no máximo que a lei permite, o que de resto já havia acontecido no ano anterior. Como bem se vê, não é possível aumentar taxas que já estão no valor máximo legalmente admissível. Às vezes e para alguns, errare humanum est…

Mea culpa assumida importa referir que, ainda que detectado esse lapso antes da publicação do artigo, teria obviamente a mesma opinião relativamente ao posicionamento do PS Golegã, face à matéria em causa, com a óbvia e natural salvaguarda do antes exposto. Substitua-se genericamente “aumento” por “fixação” e o enquadramento do âmbito do que escrevi, continua a merecer a minha assinatura por baixo. Será difícil concordar que faça sentido que os eleitos do PS/GLG proponham (15/01/09) a deliberação a fixação das taxas de derrama e IMI nos valores máximos e que no momento da deliberação da sua proposta, supostamente convicta, recuem nas intenções, quiçá face à reacção do vereador da oposição, adiando-a. Será difícil não nos perguntarmos se o PS/GLG defendia e continua a defender a medida porque não deliberou então sobre ela? Pelo facto de simplesmente não ter que o fazer já? Então porquê colocá-lo na ordem do dia? Pelo facto da proposta ter sido rebatida pela oposição, tendo o PS/GLG receio das consequências políticas da precipitação?

O epíteto de eleitoralista que atribuí à apresentação das medidas, decorre naturalmente, como julgo claro no texto, pelo objectivo da antecipação política, pelo timing relativamente à data da apresentação da proposta que havia sido apresenta à Câmara e “levada para dentro” sem ter sido votada. Eleitoralista na medida em que o timing escolhido para a apresentação das medidas que visam atenuar o impacto da crise serve, ao mesmo tempo, para atenuar os efeitos positivos que a oposição viria naturalmente a procurar retirar, como retirou, por influenciar na não deliberação da fixação das taxas de derrama e IMI. Isto não significa, obviamente, que eu não considere essencial a contribuição e a participação activa das autarquias na procura de atenuar impactos da crise. Antes pelo contrário.

Continua a não fazer sentido, na minha opinião, promover uma estratégia que engloba um conjunto de medidas (a que agora está na moda chamar pacote e sobre as quais falarei mais tarde) que visam atenuar os efeitos negativos e, ao memo tempo, a fixação das taxas de derrama e IMI no máximo, fazendo muito mais sentido protelar para mais tarde essa deliberação (poderia fazê-lo até bem perto do final do ano) até porque o tempo entretanto decorrido viria a permitir aferir com muito mais fiabilidade se será realmente pertinente o alívio dessa carga fiscal para empresas e famílias para 2010. Neste caso o PS/GLG é mais optimista do que eu e espero sinceramente que ele tenha razão. Anunciar duas intenções, programática e tendencialmente antagónicas, em 15 dias e chamar-lhe estratégia, desculpem mas continuo a não concordar.

Quanto ao “esquecer as pessoas e preferir as empresas” revela que mais diferenças existirão entre a minha posição e a do Sr. Presidente da CP/PS porventura programática e até doutrinária. Sem populismos nem ortodoxias canhotas, ainda acho hoje incrível, com tudo a que temos vindo a assistir, que se procure dissociar o potencial de desenvolvimento e bem-estar individual do potencial de desenvolvimento de uma sociedade economicamente activa e dinâmica. Acho com franqueza que esse é um erro de palmatória e que leva a que se perceba com clareza as diferenças evidentes entre uma política de conjunturas face às reais necessidades estruturais, isto para além do facto de estar também em causa a deliberação sobre o IMI, que, como se sabe, não é propriamente um imposto direccionado à actividade empresarial.

Antes de terminar, que o texto já vai longo, gostaria ainda de deixar três breves notas: (1) o Sr. Presidente do PS/GLG fez alguma confusão no seu texto, ao associar o reparo que me faz com recados para o PSD; sem pretender renegar à minha condição de militante do PSD, aqui neste espaço emito as minhas opiniões de forma absolutamente individual, sendo que só eu deverei responder por elas; (2) o PSD/GLG, tal como o PS, têm os seus órgãos perfeitamente identificados e definidos, legitimamente eleitos e só eles estão mandatados para representar o Partido, logo, sempre que o Sr. Presidente do PSD quiser enviar recados ao PSD, não deve, como se percebe, voltar a criar a mesma confusão; (3) terei porventura muitos defeitos, mas ser mentiroso não é um deles, por isso, quando escreve o Sr. Presidente do PS/GLG “…teve como objectivo único desvirtuar a verdade dos factos em análise, iludindo e confundindo os leitores…” referindo-se a mim e apelidando-me implicitamente de mentiroso, irei atribuir este “mimo” a um excesso de empolgamento e entusiasmo do momento, pensando que o meu caríssimo amigo Rui Lince Medinas saberá que essa não é decididamente, uma característica minha.

O Nersant e o seu Presidente estiveram atentos como têm estado sempre, mesmo quando questionam, sugerem e promovem acções que são contrárias às posições do Partido Socialista.

Case closed.

quarta-feira, 18 de março de 2009

INSEGURANÇA E CRIMINALIDADE


Esta é por certo uma preocupação comum a todos nós e que pode, com o agudizar dos problemas sociais decorrentes também da conjuntura económica actual, tornar-se num verdadeiro flagelo, a não ser que o Estado providencie de forma eficaz e efectiva a protecção adequada dos seus cidadãos.

As notícias que coloquei na imagem não são de hoje, mas poderiam muito bem sê-lo. É que todos os dias, invariavelmente, sempre que folheamos os diários nacionais, constatamos que estão pejados de notícias similares, espelhando a insegurança que cresce a olhos vistos, com especial destaque para a criminalidade violenta contra pessoas e o crime organizado.

De cada vez que o Governo da República enterrar a cabeça na areia perante os factos, atirando-nos com indicadores estatísticos que contrariam o sentimento generalizado e as notícias diárias, cada vez este efeito negativo terá tendência a crescer, colocando cada vez mais em causa a segurança dos portugueses.

E a coisa não vai só com revisões dos enquadramentos legislativos penais. Vai com acção, com meios e com eficácia.

sábado, 7 de março de 2009

A (IN)JUSTIÇA DA MATEMÁTICA

INCRÍVEL !! NÃO PODEM DEIXAR DE VER ESTA !!
fonte: blasfemias.net

E QUE TAL HOQUEI EM PANTUFAS?


Parece que a intenção da reactivação do hóquei em patins na Golegã, levantou alguma celeuma na última Assembleia Municipal e colocou mais uma vez o PS e o PSD em clima de franca discussão. Não estive lá, não conheço muito do tema e por isso, para já, não me vou alongar na opinião sobre essa matéria, em especial nas motivações das partes na discussão.

Porém, ao ler um artigo em O MIRANTE, dedicado ao tema, não posso deixar de destacar um trecho que me parece digno de registo:

"Numa reunião entre o vereador do desporto e o grupo que está a tratar da reactivação da modalidade, ficou assente que vai ser feita uma consulta às empresas que colocaram os pisos para saber se a modalidade pode ou não utilizar os espaços sem o perigo da sua deterioração. 'Não queremos de forma nenhuma impedir a prática do hóquei em patins na Golegã, mas queremos garantias de que não danifica os pisos mais do que qualquer outra modalidade', garantiu Cardoso Pires."

O senhor vereador do pelouro do desporto, coloca assim como condição sine qua non que o hóquei em patins não danifique o piso mais do que qualquer outra modalidade. Deduz-se então, que o hóquei em patins na Golegã e por coerência com o assumido pelo senhor vereador, não terá viabilidade no que concerne à utilização do espaço, uma vez que me parece demasiado óbvio e consensual que a modalidade, por razões amplamente evidentes, provoca efectivamente um desgaste maior no piso que as outras modalidades.

Daí a sugestão do título. Será que com pantufas se resolveria a questão?!

sexta-feira, 6 de março de 2009

UM CONGRESSO SEM ESPINHOS, SÓ COM ROSAS

Foi em Espinho mas sem espinhas, que José Sócrates pavoneou o seu douto e imperturbável culto de liderança, no XVI Congresso do PS. Num ambiente de unanimismo impressionante, Sócrates apresentou a Portugal e aos portugueses, a sua "Força da Mudança".

Não consegui seguir todo o congresso, mas enquanto assistia com atenção, dei comigo a duvidar do indiscutível facto de nos últimos 15 anos o PS ter sido Governo em qualquer coisa perto de 75% desse período. E talvez por isso ficasse perdido no tempo com as críticas "ao passado" e algo baralhado com a "força da mudança". E de repente senti-me transportado para um País onde temos um excelente nível de ensino, uma justiça que funciona de forma equitativa e eficaz, um sistema nacional de saúde que responde às necessidades dos portugueses. Nesse País, havia ainda um cenário de curto prazo de saída de uma crise profunda, com a criação de empregos, com apoios relevantes às famílias, às micro, pequenas e médias empresas. Nesse País, seria ainda combatida a exclusão social, a insegurança e a criminalidade. A "força da mudança" servirá nesse País, justamente para mudar aquilo que alguém fez de mal - no passado abstracto, claro - e para construir aeroportos internacionais e TGV´s, ainda que num momento de total penúria.

Tive a dada altura em que ouvia atentamente O Secretário Geral, um déjà vu. Uma sensação de já ter sido transportado para esse País, de me terem já sido "vendidos" esses sonhos e essas ilusões. E de repente lembrei-me da desilusão, face à ilusão criada.

Este continua a ser um problema de Sócrates - empolga-se na hora de "pintar o quadro" e continua a não perceber onde está a ténue linha que separa a parte positiva do optimismo e da confiança, da parte ilusionista de algo que não se afigura nem provável, nem possível.

É assim desde 2005 e seria pena se assim continuasse a partir de 2009.

Este congresso foi sem espinhas para Sócrates, que deixou a zeros os seus opositores internos - alguns ficaram em casa - e sem espinhos para nós, donde, ao invés, só vieram rosas.

É ASSIM QUE SE CRIA UM FAIT-DIVERS

Na "casa da democracia" nacional, vamos infelizmente continuando a assistir a actos pouco dignificantes para as próprias instituições democráticas, para a classe política, para o debate clarificador, no fundo para todos nós, que ainda vamos dali esperando alguma coisa. O último acontecimento digno de registo, foi a resposta extremamente mal educada do deputado do PSD, José Eduardo Martins a uma provocação mal intencionada do deputado do PS, Afonso Candal. Quer a acção quer a reacção não merecem a minha concordância e nem será porventura demasiado importante perceber qual a atitude mais gravosa: se insinuar aos microfones sobre a honra de um deputado, se o palavrão usado para a resposta a tal insinuação.
Ainda assim duas leituras podem fazer-se desta última ocorrência na mui nobre Assembleia da República: a primeira quanto à forma da discussão, predominando as acusações, provocações e ofensas, resultando daí o acumular do sentimento de descredibilização gradual da política, dos políticos e das instituições democráticas; a segunda quanto ao conteúdo, porque todos nós temos hoje conhecimento deste triste episódio, mas poucos nós saberemos qual a matéria a discussão e, muito menos, quais as conclusões retiradas dessa mesma discussão. E isto é triste.

Recordando o que realmente importa, debate fora lançado no período de declarações políticas pela bancada do CDS-PP, que solicitou a presença do ministro da Economia, Manuel Pinho, na Assembleia para apresentar explicações quanto a um alegado favorecimento da Martifer e da Bosch na instalação de painéis solares, acusando o Governo de "pôr em causa a livre concorrência" e de ter proporcionado a criação de um verdadeiro "duopólio". Era disto que se tratava. Hoje os portugueses sabem dos "apartes", das acções e das reacções, mas nenhum de nós sabe afinal se a Martifer e a Bosch foram na realidade favorecidas no negócio.

Não sei se o deputado do PS teria tido este objectivo concreto, mas acabou por mostrar ao País como se cria um fait-divers ou o acessório em detrimento do essencial.

terça-feira, 3 de março de 2009

FOI À 20 ANOS !!

Passaram hoje exactamente 20 anos desde a primeira conquista mundial de Portugal em sub-20, em Riade, naquela que foi a jornada mais decisiva e impulsionadora para o futebol de formação, em especial nas oportunidades concedidas aos jovens futebolistas de então. Desta geração nem todos conseguiram grandes carreiras, sendo que todos já as terminaram enquanto jogadores. Xavier por exemplo, esperança do Benfica à época, é operário fabril na Marinha Grande. Porém, alguns como João Pinto, Fernando Couto, Filipe, Hélio, Paulo Madeira entre outros, atingiram ainda um patamar de relevo, em especial a nível nacional.

Dois anos depois e com a porta então mais aberta, despontaria aquela que viria ser apelidada de geração de ouro e onde pontificavam nomes como João Pinto (outra vez), Figo, Rui Costa, Jorge Costa, Nelson, Peixe, Paulo Torres, Rui Bento ou Capucho.

Riade 89 foi sem dúvida um marco importante para o futebol português e para os jovens jogadores, tendência porém que tem vindo a ser infelizmente contrariada.