sexta-feira, 29 de maio de 2009

DIAS LOUREIRO JÁ NÃO É CONSELHEIRO DE ESTADO

Dias Loureiro, conselheiro de Estado (nomeado directamente pelo Senhor Presidente da República) anunciou finalmente a sua renúncia ao cargo, um dia depois das declarações de Oliveira e Costa em mais uma aparição em sede de comissão de inquérito.

Dias Loureiro, até agora, não é arguido em processo algum e por isso entendeu ter condições para continuar em funções até que, segundo o próprio, tenham surgido insinuações de que a manutenção do cargo visaria a sua protecção pelo "manto" da imunidade de que os conselheiros de estado beneficiam.

Numa perspectiva meramente política, concordando em absoluto com a sua decisão, acho ainda assim que foi tardia, atendendo a que o cargo é de nomeação e por confiança política, colocando Cavaco Silva numa posição deveras desconfortável. Além disso fica a imagem de que Dias Loureiro se demite na sequência das declarações de Oliveira e Costa, algo que o próprio já negou mas que dificilmente a fará apagar.

Agora é passar para a justiça o que é da justiça, desejavelmente sem constrangimentos e pressões políticas, como infelizmente noutros casos parece que tem acontecido.

Apenas mais uma nota para as afirmações de Oliveira e Costa ao admitir que todos os bancos utilizam determinados tipos de "cosmética" para fugirem aos impostos. Todos nós tínhamos já essa ideia enraizada, mas vinda de um banqueiro, essa questão assume outra relevância. E é por este tipo de casos que com preocupante frequência vamos conhecendo, que cada vez temos menos confiança em tudo e em todos e no Estado, que definitivamente tem demonstrado incapacidade de controle sobre imensos sectores, sentindo-se de facto uma necessidade premente de mudança de paradigma nas relações dos Estados com os mercados financeiros, que carece obviamente também de uma alteração de paradigma ao nível da intervenção política, seja ela mais ou menos ideológica, mais ou menos ortodoxa.

GOLEGÃ XXI REVISITADO (3)

Agosto de 2008
AUTÁRQUICAS 2009 - CAP.V - as férias políticas

Setembro de 2008
OS EX-LIBRIS E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTADO
PSD APRESENTA PROPOSTA FUNDAMENTAL DE ALTERAÇÃO ÀS REGRAS DO IVA
DESEMPREGO NÃO É PARA BRINCAR
GOLEGÃ SEM CRÍTICA, SEM OPINIÃO
O "CENTRÃO" TAMBÉM DECIDE NA GOLEGÃ

Outubro de 2008
A IMPORTÂNCIA DOS CANDIDATOS

quarta-feira, 27 de maio de 2009

ISTO NÃO É SÓ UM ESTUDO PRÉVIO. É ACIMA DE TUDO UM ERRO.

(in programa eleitoral, PS, 2005)

Este foi o "projecto" apresentado pelo PS há quatro anos, como compromisso de desenvolvimento da zona industrial. Ou melhor, estará longe de ser projecto de execução, talvez nem um projecto base, mas alguma coisa que se aproxima de um estudo prévio. No fundo, uma imagem para um programa eleitoral. Leiam-se os cinco pontos associados à matéria e cada um que tire as suas conclusões.

Eu sou logicamente e na sequência do que aqui tenho expressado, favorável ao desenvolvimento da zona industrial, considerando-o mesmo como um vector essencial para o futuro do Concelho. Mas também faço parte do lote dos que olham esta questão com prudência, porque tenho a noção de que este é um processo que pode tornar-se algo complexo, complexidade essa que poderá influir nas condições em que a zona industrial viria eventualmente a ser colocada no mercado. Não obstante esta ideia, assumo claramente que é um projecto que deve ser alvo de estudo detalhado, quer sob o ponto de vista da sua viabilidade económica e financeira, quer sob o ponto de vista do impacto ambiental, quer ainda e não menos importante, sob o ponto de vista do impacto social a médio / longo prazo.

Pese embora o que defendo, este não será certamente "o meu" projecto, por um conjunto de razões, das quais algumas procurarei sintetizar. Como questão fundamental, acho absolutamente inapropriada a co-integração de zonas residenciais, industriais, comerciais, de lazer e turísticas, tendo até reservas que instâncias competentes concordem com o estudo prévio em questão. Inapropriada porque o núcleo urbano da vila está longe de esgotar as respostas em termos de desenvolvimento habitacional e porque, ao contrário da ideia da dispersão, entendo que devem ser orientadas políticas de reabilitação e de densificação habitacional em zonas urbanas onde se tem vindo a adensar a quantidade de edificações devolutas e degradadas, logo não me parecendo justificável a necessidade premente de expansão habitacional para aquela zona. Inapropriada porque a qualidade ambiental das áreas residenciais, comerciais e turísticas previstas não poderia ser naturalmente a adequada (não sei se chegou a ser feito algum estudo de impacto ambiental, por rudimentar que fosse), se tomarmos em consideração factores como qualidade do ar e nível de ruído, entre outros. Se perguntarmos a cada um de nós se gostaríamos de viver paredes-meias com uma fábrica, com armazéns ou estaleiros, concerteza que encontraremos com facilidade a resposta.

É, entre outras, por estas razões, que entendo que este processo deve ser todo repensado, com a elaboração dos estudos necessários que permitam aos decisores terem na sua posse as imprescindíveis informações do foro ambiental, económico-financeiro e social, que possibilitem que este possa ser um passo bem dado, sem "flores", sem megalomanias, onde sejam privilegiados acima de todos, os supremos interesses do concelho.

Sob o ponto de vista político, já o disse mas não me parece demais repeti-lo, esta é uma pecha na governação PS da última década, que em meu entender, não enveredou por esta via de desenvolvimento por mera estratégia (porque não quis), por considerá-la antagónica, divergente e contra-natura à da afirmação da vila "Golegã - Capital do Cavalo", receando o impacto negativo e depreciativo que os resultados sociais do desenvolvimento do tecido económico poderiam ter no desvirtuar, na sua perspectiva, a afirmação dessa marca. Neste ponto em particular, eu não poderia estar mais em desacordo.

Na parte final de um texto que aqui deixei, já expressei a minha ideia sobre o "agitar desta bandeira" por parte do PS, daqui a pouco tempo. Aguardemos pois.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

RESUMO DO PORTUGAL DE HOJE

Da breve passagem em revista dos diários de hoje deixo-vos alguns apontamentos de notícias sobre justiça e economia. Lá que a crise económica tenha a sua quota parte de conjuntura internacional, estamos todos de acordo. E este dantesco estado da justiça portuguesa, é culpa de quem? Querem ver que é minha?!

Se conseguirem, tenham um fim de semana descansado.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

PROPAGANDA PURA E DURA, ou a política do vale tudo


Paula Teixeira da Cruz, Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, diz-se perplexa com os cartazes afixados pela Câmara Municipal de Lisboa, com a inscrição a verde "Aprovado pela Câmara Municipal de Lisboa" e em baixo, a vermelho, "Aguarda aprovação pela Assembleia Municipal".

Qualquer munícipe menos informado, segue de imediato o caminho que os cartazes indicam: a Câmara (maioria PS) quer fazer, mas a Assembleia Municipal (maioria PSD) não deixa. Muitos não conseguirão evitar um sentido "malandros!". Trocando em miúdos, parece que a Câmara quer fazer, mas a Assembleia não aprova.

Ora, não tendo a Assembleia Municipal competências para aprovar projectos de reabilitação (o caso concreto), logo uma pergunta se levanta: qual é então o papel da Assembleia Municipal neste filme? Reza a história que afinal não é bem a aprovação dos projectos que se espera da Assembleia Municipal, mas sim a aprovação da contracção de um empréstimo de 120 MILHÕES DE EUROS, para financiar o investimento. Paula Teixeira da Cruz diz a propósito, que o pedido de agendamento da votação do empréstimo fora feito em Abril e que a mesma o marcou para a Assembleia imediatamente seguinte, a realizar-se a 26 de Maio próximo.

A Presidente da A.M. Lisboa, requereu entretanto informações sobre quais os projectos que aguardam aprovação, quem utilizou o emblema da Assembleia Municipal, quem autorizou a colocação dos cartazes e quanto custou. Sim, porque quem vai pagar nem é preciso perguntar!!

É a propaganda política no seu melhor! Pura e dura!

OS MEUS ARQUIVOS (4)


Autocolante Comissão Política Concelhia da Juventude Social Democrata da Golegã
Não me recordo da data da sua criação, mas creio que deverá ser do início da década de 90

O QUE É DO ESTADO É DO PS?!?!

Já tinha essa ideia. Agora tenho a certeza.

Exemplo puro da noção patrimonial do Estado, do partidarismo, das clientelas, do sectarismo, da instrumentalização político-partidária:

"Pintaram os bairros, mas esqueceram-se de vos dizer que o dinheiro é do Estado, é do PS"

Elisa Ferreira, in JN on-line, 09-05-2009, numa crítica a Rui Rio
(Candidata do PS à Câmara do Porto e candidata do PS às eleições europeias)

Agora é assim. É às claras!!!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

PRESIDENTE DA JUNTA LAMENTA FALTA DE EMPREGO NA GOLEGÃ

De acordo com reportagem de 08 de Maio no jornal "O Ribatejo", o Senhor Presidente da Junta de Freguesia da Golegã, parece não estar em total sintonia com os eleitos do PS na Câmara Municipal no que à necessidade de alargamento da zona industrial diz respeito.

Atendendo às preocupações que os eleitos do PS local (não) têm dedicado a este aspecto ao longo dos últimos 12 anos e um pouco em contraponto a certos tipos de notícias emanadas dos órgãos oficiais da Câmara Municipal, que aqui já deixei exemplo, o Senhor Presidente da Junta realça a importância e principalmente a carência de uma política de desenvolvimento do tecido empresarial. Afirma contudo algo que parece estar a tornar-se um tabu: "... mas não tem sido possível alargar a actual pequena zona industrial para atrair novas empresas, porque neste concelho praticam-se preços incomportáveis pelos terrenos...", algo a que de resto já fiz alusão aqui e que me levaram também a lançar um tema a discussão, que não mereceu da parte dos que têm visitado o Golegã XXI qualquer comentário e que intitulei como "Vias para o desenvolvimento - uma primeira reflexão".

E digo que pode tornar-se um tabu porque: (1) existe a ideia que os terrenos são caros mas ainda ninguém falou com os proprietários no sentido de mensurar essa parte do investimento!; (2) são caros quanto? a quanto seriam colocados no mercado para os investidores?; (3) existem ou não formas de parcerias envolvendo o município e os proprietários dos terrenos, numa sociedade gestora por exemplo, da zona industrial II? em que moldes? com que participações de parte a parte?; (4) tem o município ou não tem alguns prédios rústicos para permutar, procurando desagravar o investimento inicial?; (5) admite o município ou não admite utilizar a figura jurídica da expropriação, se criadas condições de enquadramento legal para que tal se afigura plausível, na defesa intransigente do supremo interesse público concelhío?; (6) se não é possível o alargamento da zona industrial, porque prometeu o Partido Socialista nas últimas eleições (vide o seu programa eleitoral) "dinamizar a Zona II do espaço industrial para instalação de novas empresas"?

A oposição tem feito desta uma bandeira mas também ainda ninguém disse, ainda que em traços gerais, como vai consegui-lo, como vai criar condições para potenciar o desenvolvimento económico e empresarial, como vai alargar a zona industrial.

Este pregão não deve na minha óptica ser feito com leviandade, porque todos temos a noção das resistências que há para vencer, das dificuldades que irão surgir. Não pode a defesa deste caminho consubstanciar-se apenas na carência, sem avaliar minimamente a possibilidade. O sector da oposição que chegar mais rapidamente a um modelo de desenvolvimento nesta área, sustentado e realista, será aquele que primeiro se constituirá como uma verdadeira alternativa, porque é de alternativas aos vectores de desenvolvimento que importa falar.

Ou pensam que quando chegarmos perto da campanha eleitoral o PS não agitará também essa bandeira?!

É que se pensam... pensam mal.

Mas isto digo eu...

APAGÃO "NO DESEMPREGO"

"O Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) "apagou" 15 mil desempregados no fim do mês de Março, devido àquilo que Francisco Madelino, presidente do organismo, considera ter sido um erro no cruzamento de dados com a Segurança Social.

O "apagão" começou por ser denunciado por uma carta anónima dirigida ao Sindicato Nacional dos Técnicos de Emprego (SNTE), que foi depois reenviada ao IEFP. Na denúncia, à qual o DN teve acesso, uma fonte interna do instituto revela a razão para algumas contas sobre o número de desempregados não baterem certo: "O IEFP tem adoptado, na contabilidade de inscrições, um movimento que se chama 'mudança de categoria'. No último dia de cada mês aparecem em algumas inscrições uma mudança de "categoria 2" (novo emprego) para a "categoria 3" (empregado), feita a inscritos que não estão a receber subsídio. E que, portanto, não se apercebem da alteração do seu registo".

Segundo a mesma fonte anónima do IEFP, "a mudança é feita pelo utilizador Gdegestor ou operador, sempre no último dia do mês, às 00.00. Como se sabe, as inscrições de candidatos que estão empregados (categoria 3) não contam para o número do desemprego".

Perante esta denúncia, a direcção do SNTE enviou uma carta registada a Francisco Madelino, presidente do IEFP, a descrever toda a situação como "potencialmente geradora de vastas e nefastas implicações". Na carta, à qual o DN também teve acesso, o sindicato sustenta que as alterações no sistema informático do Instituto do Emprego - designado por SIGAE, Sistema Integrado de Gestão da Área do Emprego -, que na prática gere o desemprego registado a nível nacional, podem estar a baralhar os números. Uma situação que, diz o sindicato, ocorre "reiterada e sistematicamente".

Ao DN, Francisco Madelino, presidente do IEFP, refuta o que diz a fonte anónima e o sindicato: "Em Março, por engano, a Segurança Social mandou uma base das contribuições não de Fevereiro de 2009, mas do ano anterior, o que levou a que se tenham anulado cerca de 15 mil desempregados indevidamente porque o cruzamento foi mal feito." Segundo o presidente do IEFP, organismo público da tutela do Ministério do Trabalho e da Segurança Social, a reposição da verdade no sistema foi feita "à data do último dia do mês". Operações que, ainda segundo Madelino, "passam sempre pela direcção do departamento de informática, que é a mesma há dez anos". Depois de detectada a falha, assume, "foram repostos os números e acabaram por ser eliminadas 5300 pessoas, com recurso ao back-up do sistema, num movimento escrutinado por todas as pessoas com password para isso".

A carta anónima, que é do conhecimento do próprio Ministério do Trabalho e da Segurança Social, como o DN pôde constatar em contacto com fonte oficial, diz que "a manipulação da contabilização de inscrição de desempregados permite a ocultação de milhares de desempregados inscritos, através de rolamento negativo permanente". Francisco Madelino nega peremptoriamente esta prática e diz que "essa operação seria suicida para qualquer administração do IEFP". Para o presidente do organismo, que ainda esta semana se recusou a revelar os números das inscrições anuladas, "as anulações não são superiores ao limite máximo de anulações que foi em Outubro de 2004". Ou seja, numa altura em que ainda estava em funções o último Governo PSD-CDS.

As explicações não colhem para no sindicato que, pela voz da direcção, diz que "desde há muito tempo e um pouco por todo o País que os técnicos superiores de emprego, assim como outros profissionais com acesso directo ao SIGAE, se vêem recorrentemente confrontados com a situação de cidadãos-desempregados, inscritos originalmente como tal na rede nacional de 88 centros de emprego, passarem administrativamente, e às 00h00 horas do último dia dum dado mês, à condição de cidadãos-empregados". Escassos dias depois, diz o sindicato, "de forma ultrajante" retomam a sua condição de "categoria 2", ou seja de desempregados."
In Diário de Notícias, 18 de Maio de 2009

sábado, 16 de maio de 2009

INFORMAÇÃO MUNICIPAL - a ilusão vs. optimismo

No último Golegã em Notícia, órgão de comunicação e informação oficial do município da Golegã, vinha noticiada a abertura de um restaurante, "O Barrigas", já bem conhecido de muitos de nós desde que se instalou no nosso vizinho Entroncamento. Deixem-me confessar-vos que sou fã (não um cliente tão assíduo quanto desejaria) e por isso fico contente de o ver instalar-se na nossa terra. Digo-o com sinceridade.

Mas o que me impele a escrever sobre isto foi a forma como a notícia foi apresentada, sob o título "Desenvolvimento Sustentado!".

Eu aceito e concordo que se promova o Concelho - acho até, como já aqui escrevi, que na vertente turística tem sido bem "vendido" - sob a transmissão de uma mensagem de optimismo, que se crie um cenário favorável e não desfavorável. Percebo tudo isto e aceito-o com naturalidade. Não podemos promover a nossa terra sendo, simultaneamente os profetas da desgraça. Não faz sentido querermos "vendê-la" e, ao mesmo tempo, dizer mal do nosso "produto". Isto é trivial.

O Concelho da Golegã tem porém problemas comuns a muitos outros com características semelhantes. Problemas decorrentes da interioridade, do efeito migratório das gerações mais jovens, do mesmo efeito de camadas de população mais qualificadas que, perante uma maior oferta, nomeadamente de emprego e oportunidades diversas de zonas mais desenvolvidas sob o ponto de vista económico, social, industrial ou comercial não resistem por um lado ao apelo da deslocalização e por outro à falta de respostas locais e regionais. Este não é um problema só nosso e nem tem apenas como responsáveis os governantes locais. Aliás, muitos deles (ouvi recentemente os Srs. Presidentes das Câmaras Municipais de Mação e de Ferreira do Zêzere, por exemplo, lamentarem o fenómeno da desertificação) ainda que vão lançado e implementado medidas que procurem contrariar essa tendência, para já e enquanto não se verificar uma política à escala nacional, que resulte num "repovoamento", alavancado pela sustentabilidade do desenvolvimento do interior dificilmente cumprirão os seus objectivos. Mas os que tentarem hoje, estarão mais perto disso amanhã.

A globalização também está cá dentro. E pequenos Concelhos, como o nosso, frágeis sob o ponto de vista do seu tecido económico e da capacidade de absorção do seu mercado de trabalho, são, como não podiam deixar de ser, susceptíveis ao êxodo, que se afigura como inevitável. Tenho para mim como certo, que quanto mais rapidamente os Municípios e os seus responsáveis entenderem esta realidade, mais rapidamente poderão adoptar estratégias no sentido de irem semeando hoje, para colherem no futuro, não obstante o desenvolvimento de estratégias paralelas, visando a promoção de tudo o que tenham de melhor e que seja mais "vendável".

Mas por aqui parecem não existir problemas dessa natureza, quando todos sabemos que os há. A Golegã parece andar em contra ciclo, quanto todos sabemos que não anda. É a diferença entre a ilusão e o optimismo. Pode ser ténue a linha que os separa, mas a responsabilidade aconselha prudência no discurso.

Noticiar a abertura de um restaurante sob o título "Desenvolvimento Sustentado!" é no mínimo pouco realista (usando um eufemismo). É ilusão e não optimismo. A Golegã tal como outros municípios, melhor, tal como todos os municípios, também tem sofrido os efeitos da crise. Nem percebo porque não assumi-lo com clareza! Lembrem-se do que existia no local onde hoje existe "O Barrigas". Tentem ir jantar à "Casinha Alentejana", ou à "Casita d'Avó" ou ao "Frazão". Infelizmente não vão ter sucesso, como também infelizmente esses negócios não tiveram.

Longe de mim pretender ser arauto da desgraça. Longe de mim defender que a informação municipal deva servir para evidenciar os efeitos menos felizes da crise e acentuar o negativismo. Mas não me poderão levar a mal que considere este anúncio em particular como uma informação travestida de propaganda com o objectivo de servir uma agenda partidária e por isso considerar que não cabe no meu conceito de informação municipal, talvez mais na forma do que exactamente no conteúdo.

Mas se me levarem a mal, também não me importo.

GOLEGÃ XXI - QUASE 22 MIL PÁGINAS VISITADAS !!

Este blogue foi criado em Agosto de 2007, sendo contudo colocado on-line já em Janeiro de 2008. Esteve até final desse ano sem contador de visitas até que alguns participantes sugeriram a sua colocação. Foi colocado em 05 de Dezembro do ano passado, pelo que os registos existentes se resumem a partir dessa data.

Até à data da sugestão para colocação do contador, confesso-vos que nunca me preocupei com os indicadores estatísticos das visitas, porque esse nunca foi um objectivo. Porém e após a colocação do contador, fui de tempos a tempos acompanhando a sua evolução, ficando algo surpreso com a adesão. Atendendo às visitas até hoje apuradas e considerando os valores médios mensais, quer de visitas quer de páginas visitadas, apuro por estimativa que o Golegã XXI foi visitado mais de 9.000 vezes desde Jan./08 e cerca de 21.800 páginas foram lidas pelos que por aqui têm passado. A surpresa resulta igualmente do facto de não ter promovido qualquer divulgação do blogue, a não ser num círculo restrito de amigos que se resumirá a pouco mais de meia dúzia, a quem enviei um e-mail com a informação da colocação on-line deste espaço.
A estimativa baseia-se no facto de desde 05/12/08 se terem registado 2897 visitas, sendo que dessas resultaram 7027 páginas visitadas.

Esta constatação faz naturalmente com que a exigência aumente também, sendo que procurarei manter a dinâmica e a multiplicidade de temas, continuando a incidir nos da nossa terra, não perdendo de vista o âmbito de opinião, no fundo a razão da existência deste espaço.

Agradeço por isso a todos os que por aqui têm vindo, intervindo ou não, assumindo a sua identidade ou não, achando as matérias lançadas interessantes ou não.

Obrigado e bom fim de semana.

terça-feira, 12 de maio de 2009

NÓS EUROPEUS OU NÓS PORTUENSES?

"Elisa Ferreira diz que tudo fará para que o Porto seja uma cidade onde as pessoas se sintam bem. Apela a uma grande mobilização em torno da sua candidatura. E promete que só vai ao Parlamento Europeu "dar o nome"."

In Jornal de Notícias

Elisa Ferreira, candidata do PS à Câmara Municipal do Porto e também candidata do PS às eleições Europeias (acho que 4ª da lista - portanto num lugar bem elegível).

Deixem-me então ver se percebi. A senhora é candidata ao Parlamento Europeu e é também candidata à CM Porto. E depois? Vai para onde ganhar? Vira as costa aos eleitores do PS/Europa ou vira as costas aos eleitores do PS/Porto? Ou não vira as costas a ninguém e anda cá e lá, contribuindo para a Europa desde o Porto e para o Porto desde Bruxelas? Ah!! Estava distraído! Afinal só vai a Bruxelas dar o nome!

Confusos? Quem? Nós europeus ou nós portuenses?!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

BLOCO CENTRAL ??

Na ordem do dia (sem se perceber muito bem por quem lançado) está o assunto do putativo bloco central. Esta crise, a maior das últimas décadas, despoletou alterações substanciais de índole social e, iremos ver, se também políticas. Alguns olham para as alianças do género na Alemanha, na Austria e na Suiça, procurando enquadrá-las na nossa realidade. Outros fazem contas do tipo custo/benefício sobre a proliferação da ideia e da consolidação de uma forma alternativa de sustentabilidade e estabilidade governativa, difícil de obter com um governo minoritário.

Antes da minha opinião, abro mais um inquérito, dedicado ao tema em apreço.

PRESERVAR A LIBERDADE

Excerto de um texto do meu caríssimo e ilustre amigo, Dr. Octávio Oliveira, em ABARCA (edição de Maio/09), que gostaria de partilhar convosco. Partilho-o porque me revejo inteiramente nesta sua abordagem séria ao estado actual da nossa democracia e da nossa liberdade. Para ver o texto na íntegra, n' ABARCA, edição impressa (julgo que mais tarde on-line em www.abarca.com.pt).

Caro Dr., não sei se ainda por aqui vem, mas se for o caso, um grande abraço.

"As evocações são próprias dos aniversários. A conquista da liberdade, de opinião, expressão, reunião e de imprensa, foi tida como uma das grandes conquistas de Abril. A censura do lápis azul foi abolida. Passaram 35 anos depois de 74.

Qual o balanço da liberdade? Aparentemente vivemos em liberdade. Formalmente vivemos em liberdade. Dificilmente alguém poderá provar o contrário.
...
Voluntariamente privamo-nos de alguma liberdade e achamos natural. Em troca o que procuramos? A segurança. Quando Benjamim Franklim disse que 'aqueles que abrem mão da liberdade essencial por um pouco de segurança temporária, não merecem nem liberdade nem segurança', ainda não conhecia os níveis de insegurança e criminalidade da actual sociedade.
...
A economia e os mecanismos sociais de constituição do poder condicionam cada vez mais a liberdade de opinião e a liberdade de imprensa. Há um medo social, de desagradar, de ser inconveniente. A política da cenoura está presente em muito lado. O elogio e a conformidade concedem direito à cenoura. Em especial nos pequenos meios, em que o caciquismo está presente em muito lado.

Há uma outra censura. Não há uma censura sobre o que se escreve, há uma censura sobre o que não se escreve. Uma censura mais sofisticada. Uma censura mais perigosa, porque é a anestesia social sobre o livre pensamento e a inquietude.
O grande desafio, 35 anos depois de Abril de 1974, é preservar a liberdade."

sexta-feira, 8 de maio de 2009

EXPOÉGUA 2009

Começa hoje na Golegã, a 11ª edição da Expoégua. Deixo-vos o programa.



Este ano animada com um espectáculo amanhã de Teresa Tapadas. A não perder, para os apreciadores do estilo.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

PORTUGUESES VIRAM COSTAS AOS PARTIDOS

Segundo notícia veiculada nalguns órgãos de comunicação social na véspera das comemorações do 25 de Abril, cada vez mais portugueses não se revêem nos partidos políticos.

Segundo uma sondagem da SIC, Expresso e Rádio Renascença 77% dos portugueses não se revê em partidos políticos sendo que quase 80% concorda com as candidaturas independentes à Assembleia da República. A este propósito importa referir, porque acho que há pessoas que não sabem, que nas eleições à Assembleia da República - Legislativas - não são permitidas candidaturas apartidárias, conforme o artigo 105.º da Constituição da República que permite a que apenas os partidos políticos, isoladamente ou em coligação, possam apresentar candidaturas. O facto de 80% dos portugueses estarem aparentemente contra este princípio constitucional é um indicador demasiado relevante.

Com 35 anos de democracia em Portugal, este foi (é) um indicador extraordinariamente importante para percebermos como a mesma evoluiu e que papel tiveram os partidos nessa evolução. Eu sou dos que entendem que os partidos constituem pilares fundamentais do nosso sistema democrático, mas sou igualmente daqueles que revelam uma enorme preocupação face ao alheamento dos cidadãos relativamente a eles e face à desconfiança com que os olham. E os partidos, acima de todos, têm responsabilidades claras neste afastamento. Num período sociopolítico tendencialmente mais globalizado, logo mais exposto e por consequência menos idealista, assistimos bastas vezes a inversões estratégicas que extravasam a aceitável quebra de amarras ideológicas, porventura mais ortodoxas, em função da flexibilização e adequação aos novos desafios, gerando não raras vezes contra-sensos e incoerências que levam a que se questione a fiabilidade de princípios dos mesmos. A ocupação de altos cargos por parte de ex-ministros, ex-secretários de estado ou ex-qualquer-coisa-na-política, um clima generalizado de impunidade à corrupção e ao favorecimento que tantas vezes envolve os agentes políticos, os lobbies de pressão criados em torno de processos judiciais envolvendo também esses agentes ou próximos, são, entre muitos outros, factores de descrédito e potenciadores de falta de confiança.

O cartão partidário é hoje olhado como uma espécie de cartão codificado, que vai abrindo portas em função da detenção do poder, ultrapassando o mérito e a predisposição natural para o exercício de algumas funções. Este é um sentimento que julgo generalizado e é outro factor que contribui decisivamente para esse afastamento.

Os partidos ajudaram eles próprios a criar esta realidade. Além de gerarem movimentos internos bloqueadores de discussão e alternativas, de controlo absoluto dos aparelhos, do fomento interno de processos de democraticidade questionável, etc., não souberam ainda em determinados momentos fundamentais inverter a sua forma de fazer política, indo ao encontro dos objectivos essenciais, ainda que a curto prazo tivessem que pagar eleitoralmente por isso. A política existe para servir as pessoas, não para as pessoas se servirem da política. E esta é uma ordem que sabemos não ser inteiramente cumprida.

É um pouco por tudo isto que os cidadãos estão de costas voltadas para os partidos, é por isso que 80% dos portugueses gostariam de ver candidaturas apartidárias à Assembleia da República e é por isso que a sociedade civil se tem vindo cada vez mais a mobilizar em torno de movimentos cívicos apartidários e independentes nas lutas políticas autárquicas, onde aí sim elas são legalmente permitidas, fazendo dos interesses das suas terras e das suas gentes o desígnio mais importante.

Já li opiniões sobre esta matéria sobre as quais tenho algumas reservas. Preocupa-me mais que movimentos independentes possam ser apenas uma capa para o surgimento de novos partidos, resultando no fundo em mais do mesmo, quer nos objectivos quer nos resultados práticos, desvirtuando assim a essência da participação cívica, do que o facto de pessoas que militaram em partidos venham a aderir a esses movimentos, pelas mesmas razões que não condeno nem julgo que se tenham que combater aqueles que conscientemente tomam a decisão de mudar de partido ou, como independentes, integrá-los de alguma forma.

Isto é de resto uma coisa bastante simples cuja conquista ainda à bem pouco tempo foi celebrada.

VIAGEM PELA GOLEGÃ NA BLOGOSFERA

Existem vários goleganenses na blogosfera, além dos sítios mais institucionais, chamemos-lhe assim, que vão partilhado as mais diversas coisas, tocando nos mais diversos assuntos, cada um de acordo com as suas motivações.

Da "viagem" que tenho feito por aí, deixo-vos alguns locais on-line, desta vez apenas de autoria individual, que estou seguro despertarão a vossa curiosidade e merecerão a vossa atenção.

"À porta dos curros...", de Cristina Estorninho, é um blogue muito bem conseguido em prol da tauromaquia, que merecerá por certo da parte dos aficionados de cá uma visita frequente. A autora, publicita eventos e notícias relacionadas com o tema, além de emitir as suas opiniões e os seus comentários.

"Estorninho Embolador" é o site de António Carlos Estorninho, bem conhecido de todos, onde poderão ver entre outras coisas inerentes à sua arte, uma inovação de sua autoria a que chamou de mecanismo de segurança com quebra automática para ferros compridos, que visa essencialmente a protecção dos forcados, não desvirtuando sob o ponto de vista mais estético os resultados da cravagem por parte dos cavaleiros. Parece que até agora, não obstante registada a patente da sua invenção, as entidades competentes ainda não aprovaram esta inovação. Neste espaço podem ver algumas participações em programas televisivos de apresentação da sua criação.

"Sonhos Trocados..." é onde a sua autora, Filipa, partilha sentimentos, ilusões e desilusões, alegrias e tristezas, poesia e outras formas de expressão e acima de tudo sonhos. A autora apresenta ainda alguns trabalhos seus de pintura. Num âmbito relativamente similar, têm ainda ao dispor o "Sê Feliz e .. sonha", de Cristina Estorninho, constituindo-se ambos como espaços privilegiados de partilhas de sentimentos e estados d'alma.

"Os TPC´s da Andreia", da autoria de Andreia e Filipa, é um espaço de partilha alguns trabalhos escolares de investigação, onde se podem encontrar temas bastante interessantes e acima de tudo didácticos. Neste âmbito importa igualmente salientar "Os Sete Anões" de autoria da professora Teresa Cruz, essencialmente dedicado à actividade escolar da EB1 da Golegã.

Em "Os Meus Postais", também da professora Teresa Cruz podem encontrar postais dos quatro cantos do mundo (alguns bem antigos), não fosse o endereço rotulado de "o meu mundo em postais". Bem interessante para os que gostam desta matéria. Da mesma autora, "Memórias" é um espaço dedicado ao tema que lhe dá título.

Luis Pratas, sub-chefe dos Bombeiros Voluntários da Golegã é co-autor de um interessantíssimo blogue sobre socorrismo, o "Mini Manual de TAS", que tem também a história da Associação.

Apesar de não ser Goleganense, seria injusto não fazer referência a alguns blogues do pombalinhense Manuel Gomes, ele que tem sido um participante activo aqui no Golegã XXI, contribuição que desde já agradeço. "Imagens" é um espaço bastante engraçado, onde podemos encontrar imagens do passado, desde anúncios da cerveja Clok (quem não se lembra!!), de capas de revistas da década de 70, tabaco Sagres, detergente Zé Migo (o tal que dava cabo do sujo) e outros que tais. Muito bom. "Atento", "Pombalinho", "O Pombalinhense" e "O Perfume da Alma", são outros dos seus "cantos" que vale a pena visitar. Um bloguista de excelência, pois.

Nestas "viagens" corremos sempre o risco de esquecer alguns, sendo que neste caso assumo que outros locais on-line existirão que merecem umas visitas. Talvez numa próxima oportunidade, à medida que a disponibilidade for permitindo.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

SUA EXCELÊNCIA JÁ ESTÁ DE FRENTE !!

Fui informado na passada quinta-feira, por fonte insuspeita, que agora o "galo" já está no seu "poleiro" e pode assistir de lá à Assembleia Municipal do mesmo dia. Congratulo-me pelo facto.

Uma vez que parece ter sido tomada como pertinente a observação feita no Golegã XXI, dada a rápida correcção, aproveito a mesma via para deixar uma sugestão: façam lá (executivo municipal) um esforçozinho para arranjar uma dotaçãozita orçamental para equipar o salão nobre com mobiliário que vá minimamente ao encontro dessa nobreza. É que aquelas cadeiras, além de obrigarem os deputados municipais mais "roliços" a fazerem dieta para lá se poderem sentar, não lembram ao diabo! Mais desadequadas, só se fossem da cor rosa choque... E depois, se a dotaçãozita chegar, a criação de melhores condições (som, equipamento informático para as bancadas de deputados, etc.) também não ficava pior.