segunda-feira, 2 de junho de 2008

GANHOU O PSD E GANHOU O PAÍS

Ao contrário de algumas opiniões, nomeadamente do ex-líder do PSD, Luís Filipe Menezes, acho que Manuela Ferreira Leite chega à liderança do PSD com absoluta e incontestável legitimidade.

Conquistou a liderança do maior partido da oposição depois de vencer nas urnas (nas tão, por ele, apregoadas directas) dois adversários que, dadas as circunstâncias, reuniram apoios bem relevantes. Ganhou um jogo com as regras definidas à partida. Discutir as regras, são contas de um outro rosário.

Em democracia, ganha-se e perde-se por um voto ou por mil votos. Ferreira Leite ganhou. Ponto final parágrafo. A teorização de alguns, de que em directas um candidato com as características de Ferreira Leite jamais conseguiria vencer caiu por terra, tendo o partido dado uma resposta impressionante, quer na adesão, quer na demonstração da sua matriz interclassista, em que «barões» e «bases» não existem por si, mas apenas constituem, juntos, o todo.

Manuela Ferreira Leite é dos políticos mais habilitados para ter um confronto na discussão sobre modelo económico e social com o primeiro-ministro, estando agora reunidas condições para uma discussão séria, com clivagens substantivas e de cariz ideológico sobre as estratégias de desenvolvimento sustentado do País, em detrimento dos conflitos superficiais, demagógicos e populistas.

Quanto à unificação do Partido, espero e desejo que o candidato Pedro Passos Coelho e a sua task-force se coloquem à disposição da nova liderança, no sentido de contribuírem para o apaziguar de uma etapa conflituosa, que oxalá tenha terminado com este processo eleitoral. Pedro Passos Coelho aliás, num discurso sereno e humilde, já abriu essa porta.

Quanto a Pedro Santana Lopes (e os seus mais fiés seguidores), sabe-se que não estará disponível para colaborar, como se sabe que entrará num período de reflexão profunda, sabendo-se ainda, como sempre se soube, que irá andar por aí.

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