quarta-feira, 27 de outubro de 2010

ELES SABEM QUE É PRECISO MUDAR

MAS TÊM VERGONHA DE CONCORDAR
Diz-se hoje com bastante mais intensidade aquilo que já se dizia de forma mais envergonhada. O nosso modelo do Estado Social está em risco. Caminha para a falência. É por isso que o Estado, no sentido lato, que podia hoje ser pintado retratando um homem demasiado obeso chafurdado em comida, precisa ser redimensionado e reestruturado.

Eles, os do poder sabem-no, mas têm vergonha de concordar. Mais, eles estão a acabar com o Estado Social e, ao mesmo tempo, vêm com ar angélico proclamar a sua defesa segundo os cânones de uma cultura socialista moribunda, que a Europa pouco a pouco vai tratando de por de lado. Cá no burgo falta a coragem de concordar e por consequência a coragem de mudar.

É evidente que precisamos de rever um conjunto alargado da coisa constitucional. Face ao cenário dantesco, é evidente que o timing para a discutir é simplesmente quanto mais cedo melhor. Mas no Portugal político impera a tacticismo ao invés da lucidez. O interesse partidário sobrepõe-se sistematicamente ao interesse Nacional e este modelo socialista, sectário e corporativista, vai proliferando à pressa e insistentemente, como uma rosa que apesar de murcha é regada de hora a hora.

Se hoje, ontem, não é o timing de discutir o futuro do nosso Estado e o estado da nossa Nação, então é porque aprendemos nada com esta imensa crise, que veio para ficar, apesar da propaganda barata e do ilusionismo de ocasião.

Em toada de último suspiro, resta-me dizer que estou farto de ser enganado.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

ROUND III

Mais uma ronda de negociações entre Governo e PSD sobre o orçamento de estado, ainda sem conclusões.

Entretanto o CDS declarou já o voto contra o orçamento. O mesmo fizeram o PCP, Os Verdes e o BE.

Agora as soluções são mais restritas. De toda a maneira, parece-me já inevitável que o PSD vai de alguma forma ficar 'linkado' a este orçamento, o qual não irá com certeza deixar passar. Entre as opções de declarar asbtenção antes de conhecer o orçamento e a de impor condições para a viabilização, Passos Coelho escolheu porventura o caminho mais duro. Demonstrou ainda assim firmeza na sua posição e estofo na resistência a pressões diversas, inclusive de dentro do seu próprio partido e de pessoas que lhe são próximas. Se isso vai ser melhor para ele ou não, o tempo dirá.

sábado, 23 de outubro de 2010

E COMO VAI A CRISE POR CÁ?

Por cá, pela Golegã, a crise parece ainda não ter chegado aos cofres do erário público. Não se alivia a despesa com a redução de vereadores a tempo inteiro - perdendo-se uma excelente oportunidade para dar um verdadeiro exemplo de solidariedade - e a frota de viaturas novas vê-se agora renovada. Já em plena crise haviam sido os quadros a óleo no salão nobre, que está agora bem mais bonito, por sinal.

Um exemplo de gestão em contra-ciclo. Em nome da corporação...

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

PRESSÃO ALTA

Termo vulgarmente aplicado no futebol, mas perfeitamente aplicável ao momento político actual. No recente Conselho Nacional, o PSD tomou final e oficialmente posição relativamente ao orçamento de Estado para 2011. Julgo que a tomou no timing correcto, e essa posição tem desde logo alguns indicadores positivos, especialmente sob o ponto de vista dos benefícios partidários.

Pedro Passos Coelho (PPC) conseguiu aliviar a enorme pressão que sobre ele recaíra face à expectativa criada em torno da abstenção ou do voto contra, transferindo-a directamente para o Governo, para José Sócrates e para o PS. É deles que estamos agora à espera, expectantes sobre a sua capacidade negocial. Digo a propósito que não tenho memória de um líder da oposição estar sob tanta pressão como esteve PPC; sob pressão de alguns quadrantes do próprio partido; sob pressão da comunicação social; sob pressão de um grupo de banqueiros (melhor, um banqueiro e três bancários, como alguém disse há dias); sob pressão de organismos internacionais e mais alguns, que não tardaram.

A pressão está agora "de lá". E depois de ter escolhido o caminho que escolheu, foi na verdade a melhor estratégia que podia ter arranjado.

Falta saber se José Sócrates quer realmente o orçamento aprovado...

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

DOIS CAMINHOS

Parecem de facto duas portas abertas, a dois caminhos distintos.

«“A minha preocupação é que fiquemos numa situação muito difícil, se Portugal não tiver um orçamento para o próximo ano”, afirmou Passos Coelho ao matutino alemão Frankfurter Allgemeine

«...»

«Revelou também que, em caso de crise política, o PSD está disposto a aprovar uma emenda constitucional, para que não seja preciso esperar por Abril de 2011 para haver novas eleições, uma vez que de momento o Presidente da República está impedido de dissolver o Parlamento, por estar a menos de seis meses do fim do mandato. “Seria preciso, no entanto, que os socialistas também votassem a favor”, lembrou o presidente do PSD.»

Pedro Passos Coelho já havia dito recentemente que, caso pudessem realizar-se eleições rapidamente, apresentaria uma moção de censura ao Governo. E a dúvida vai-se desfazendo: se arranjarmos forma de ter eleições rapidamente, NÃO ao orçamento de Estado; se não arranjarmos, SIM (via abstenção) ao orçamento de Estado.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O QUE EU NÃO QUERO VER

O PSD a "chumbar" o orçamento de Estado para 2011, sujeitando Portugal á agressividade das instâncias internacionais e agências de rating.

O PSD afirmar que é possível controlar as finanças públicas apenas do lado da despesa sem apresentar um orçamento alternativo aos portugueses, realista e exequível.

sábado, 9 de outubro de 2010

PORQUE SERÁ...?

... que João Moutinho quis sair do Sporting? E Miguel Veloso? Porque será que Liedson quer sair? E Izmailov? Porque será que Morientes e Di Santo não quiseram vir?

Porque será que saem notícias fresquinhas do balneário directamente para os jornais? Porque será que acontecem casos como o de Izmailov? E porque será que Caneira anda a "tirar água à nora"? Porque será que a comunicação social "inventa" notícias sobre o Sporting? Porque será que Vuckcevic passou de dispensado a mais-valia, só porque o clube de destino se recusou a ficar com ele? E porque será que um clube com poucos recursos financeiros contrata um central (Torsiglieri) por 3,5 milhões para ser 3ª escolha? Porque será que se gastaram 6,5 milhões em Sinama-Pongolle? Porque será que o clube auto-intitulado "rei do ecletismo" não tem um pavilhão para as modalidades? Porque será que o caminho era o da sustentabilidade e o clube (ou as empresas do clube) está falido? Porque será que se pagaram 2 milhões por um guarda-redes (Stoikovic) que não jogou e porque será que ninguém o quer? Porque será que ter 20.000 adeptos em Alvalade já é boa casa?

... SERÁ DO GUARANÁ?!

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

ATRACÇÃO IMPROVÁVEL

De repente tenho notado com uma repetida concordância de Mário Soares em relação às iniciativas e intervenções do Presidente da República.
Ainda me passou pela cabeça que esta atracção improvável, servisse essencialmente para dar uns beliscões no seu ex-amigo Manuel Alegre.

Mas, pensando melhor, não deve ser isso. É naturalmente o sentido de Estado do ex-Presidente a vir à tona, em detrimento das tricas eleitorais.

Mas se acharem o contrário, façam o favor de dizer...

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

EXPLIQUEM-ME COMO SE EU FOSSE MUITO MUITO BURRO

Ás vezes, tenho que reconhecer, dificilmente percebo à primeira algumas coisas.

Por exemplo esta: o Governo sabia que o submarino seria entregue este ano, ou não sabia?; se sabia, saberia com certeza que teria que o pagar, ou não sabia?; se sabemos que temos contas para pagar a jusante, temos que poupar a montante e fazer conta com elas, ou não é assim? mas o Governo foi apanhado de surpresa com o pagamento do submarino, ou não foi?; logo a culpa do défice é de Paulo Portas e do Governo PSD/CDS, ou não será que foi isso que se insinuou?

Mas se o Governo sabia que tinha que pagar e disse que não sabia, mentiu não foi? E se mentiu, qual é a anormalidade?

No fundo é só a última pergunta que gostaria que me esclarecessem. As outras jamais terei a capacidade de as perceber...

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

DAQUI A NADA, NEM NO SOFÁ...


Já aqui confessei o meu afastamento da equipa. Já aqui afirmei que substitui o estádio pelo sofá. Agora confesso que até no sofá tenho pouca paciência para aquilo.

OS DIFÍCEIS PASSOS DE COELHO

O País está na expectativa. Pedro Passos Coelho afirma repetidamente não viabilizar o orçamento de Estado para 2011, que é como quem diz contribuir para o inviabilizar, se o mesmo não contemplar uma forte redução da despesa e, ao mesmo tempo, se esse considerar um aumento de impostos. Passos Coelho disse mais. Afirmou que não iria pedir desculpa aos portugueses pela segunda vez.

Mas vamos por partes. Uma parte da questão é não termos orçamento e entrarmos numa crise política profunda, com todas as consequências que se avizinham por parte de instâncias e mercados internacionais, previsivelmente demolidoras para Portugal; outra parte da questão é o PSD viabilizar o orçamento (provavelmente abstendo-se) e o País entrar em recessão técnica por falta de estímulos da economia, para controle das finanças públicas. Apetece dizer venha o diabo e escolha.

Mas, feliz ou infelizmente não é ao diabo nem a outras figuras mais ou menos místicas que cabe tomar decisões. É dos nossos deputados, eleitos directamente pelo nosso voto, que sairá a decisão em relação a esta matéria. O que me parece claro é que o aumento da carga fiscal será (infelizmente) uma realidade inadiável, por isto: porque se não houver orçamento espera-se a intervenção do FMI e a carga fiscal aumenta; porque se houver orçamento aprovado (e partindo do princípio que o PS e o Governo não vão recuar nessa matéria, como não me parece que vão) o mesmo, como recentemente se evidenciou, prevê o aumento de impostos.

E é por tudo isto que acho difícil o caminho que Passos Coelho decidiu trilhar, porque me parece que o discurso tenderá a contrariar a acção, colocando-o numa posição de alguma fragilidade, perfeitamente evitável se tivesse contido o discurso em torno do não aumento de impostos, ao contrário da redução da despesa, onde parece levar o barco a bom porto. E por este andar, parece-me provável que irá pedir desculpa pela 2ª vez aos portugueses, contrariando novamente o seu discurso.

Para terminar, acho que o PSD deve viabilizar o orçamento, abstendo-se na sua votação, demonstrando assim sentido de Estado e postura de responsabilidade, na defesa dos interesses de Portugal, ainda que assente numa óptica de mal menor. Seja como for, o PSD jamais poderá deixar de apresentar um orçamento alternativo, com medidas realistas de redução de despesa suficiente para colmatar o não aumento de impostos, no sentido de demonstrar ao País que é possível controlar as contas dos Estado sem sobrecarregar as famílias e as empresas e sem afectar tanto a economia interna. Conseguindo-o, transferirá para o PS e para o Governo a responsabilidade dos efeitos anunciados da crise económica.

Se tudo isto se inverter, se o PS recuar no aumento de impostos, se aceitar as propostas do PSD em conseguir equilíbrio das finanças públicas só do lado da despesa e se tal for realmente possível e ainda se, simultaneamente, garantirmos a estabilidade política no País, terei que lhe tirar o meu chapéu.

Até lá, aguardemos.

sábado, 2 de outubro de 2010

AS CONFUSÕES DE MANUEL ALEGRE

O Sr. Presidente da República convocou os partidos para reunirem com o próprio, face à eventualidade do despoletar de uma crise política. O Dr. Manuel Alegre diz que fez bem, mas que foi tarde. Depois da reunião disse que o PR já estava em campanha eleitoral e que confundia o exercício da função para a qual está mandatado com a de putativo candidato, justamente à mesma função.

Eu percebo que para Alegre seja muito difícil ir contentando bloquistas e socialistas. Mas com estas tiradas (na minha opinião demasiado pobres) corre o risco de não ser levado a sério.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

É ISTO A DEFESA DO ESTADO SOCIAL?

Esta é na verdade uma pergunta que se impõe. É que desproteger e fragilizar a economia e as finanças públicas é justamente o melhor meio para acabar com ele.

Seria bom que se deixassem de dogmas doutrinários e que atendessem às reais necessidades do Estado Social, em especial aqueles que se julgam seus pais, mães e outros parentes próximos.

Sócrates poderá ficar na história como aquele de obrigou a mudar o paradigma do Estado Social, por tê-lo feito entrar em colapso.

Já agora, Manuel Alegre tem alguma coisa a dizer? Nem que seja uma frase feita, na linha de tudo o que tem dito.

BOA NOITE VERDE E BRANCA

Na Liga Europa, felizmente, o Sporting lá vai trilhando o seu caminho com sucesso, ao contrário da prestação no "Campeonato". 5-0 ao líder da liga Búlgara é na verdade um bom resultado.

SE EU FOSSE AMIGO DE PASSOS...

... e ele porventura me pedisse um conselho relativo à posição do PSD no orçamento de estado para 2011, dar-lhe-ía o seguinte: Não te rales, ó Pedro. Até porque já devias saber que o que lá vier não é p'ra cumprir...