quarta-feira, 21 de outubro de 2009

TIPO "MARIA VAI COM TODOS"

Sócrates, como se calculava, mudou de estilo. Minoria obligue.

Agora, estendeu a mão a todos e, ao que parece, convidou todos para uma coligação de viabilização de uma maioria parlamentar. TODOS. Tudo em nome de um governo para 4 anos.

Da esquerda radical parasita da desgraça alheia (palavras de António Costa) e da esquerda plebeia estatizante (palavras de Santos Silva), à direita neoliberal (palavras de todos os socialistas), passando até imagine-se, pelo salazarento PSD (palavras recentes de tantos, que nem me lembro de quem). Todos foram convidados. Não importou nada a convergência política em matérias essenciais. Nada!

O que importou aqui foi fazer uma manobra política de antecipação para carregar nos ombros da oposição a responsabilidade da queda do governo daqui por uns dois anos.

Um governo que, dadas as circunstâncias com que terá que exercer a legislatura, terá que negociar entendimentos de uma forma séria e responsável, começou da pior maneira.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

DEPUTADO RELÂMPAGO

João de Deus Pinheiro foi deputado meia hora, renunciando ao cargo para o qual fora eleito. Imagem que fica: serviu apenas para dar peso e angariar votos.

São poucos, mas aqueles que votam atendendo à confiança que depositam nos candidatos pelo seu círculo eleitoral, devem ter ficado muito satisfeitos!

Depois queixem-se. É por estas e por outras que a malta cada vez vota menos.

Será que há ainda alguém que não tenha reparado nisto?!

domingo, 18 de outubro de 2009

PAZ ÀS SUAS ALMAS

"... a referida decisão consubstancia uma intervenção contrária à lei e lesiva das atribuições e competências próprias da Direcção de Informação. Com efeito, ainda que se desse por adquirido que o Jornal Nacional de Sexta, nos moldes em que era concebido, afectava negativamente a imagem da TVI – como é alegado pela sua Administração –, nem por isso tal facto habilitava, por si, o autor da decisão a tomar uma opção claramente situada em área editorial."

"...que o momento da tomada de decisão, situando-se em período de pré-campanha eleitoral, era objectivamente susceptível de ter repercussões sobre o acto eleitoral."

Estas são algumas das conclusões da Entidade Reguladora da Comunicação Social, mais de um mês depois do silenciamento do Jornal Nacional de 6ª, conclusões essas que surgem, curiosa e convenientemente após os actos eleitorais últimos.

Quanto às consequências, parecem que não irão passar de uma medida de contra-ordenação.

O Jornal Nacional de Sexta morreu à mais de um mês. A indignação contra a falta de liberdade de expressão esteve em coma até agora, mas acabou de falecer.

Paz às suas almas.

sábado, 17 de outubro de 2009

PECULIARIDADES COM TOQUE IDEOLÓGICO

"Os agrupamentos humanos têm um objectivo principal: o de defender o direito de todas as pessoas à diferença, a serem especiais, a pensar, sentir e viver à sua própria maneira. Os indivíduos juntam-se para obterem ou defenderem esse direito. Mas é aqui que nasce um erro terrível, fatal: a crença de que estes agrupamentos em nome de uma raça, um Deus, um partido ou um Estado, são o verdadeiro objectivo da vida e não apenas um meio para um fim.
Não! O único significado verdadeiro e duradouro da luta pela vida encontra-se no indíviduo, nas suas peculiaridades modestas e no seu direito a essas peculiaridades
."

Vasily Grossman, Life and Fate

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

E AGORA, UMA REFLEXÃO PROFUNDA

Na sequência do escrutínio do passado domingo, verificou-se o reforço das condições políticas locais, que não obstante algumas alterações pontuais, continuarão a influir na forma de organização da nossa comunidade.

A câmara, monocolor, não tem agora no órgão a quem ouvir, a quem prestar contas e a quem dar satisfações. A oposição perde informação essencial para o desenvolvimento da sua actividade política e perde envolvimento nas decisões. Os eleitores "não-PS" não se sentem representados no órgão executivo do poder local e vêm reduzida a possibilidade de assistirem a uma confrontação política antes publicitada, sempre necessária, diria antes imprescindível, num saudável sistema democrático.

Politicamente, aquilo que parece apenas a perda de um vereador, representa para o PS o paraíso na terra. O executivo perdeu um elemento importante de contra-poder, tido como essencial no modelo autárquico que temos em Portugal. Esse modelo não reúne condições para ter executivos monocolores tal como está engendrado, atendendo a vários factores, nomeadamente às competências naturais que os presidentes da câmara já têm - são verdadeiros órgãos dentro do órgão - e à limitação das competências da Assembleia Municipal, adaptadas (bem ou mal) ao modelo vigente. Porque, se quisermos abordar uma alteração do modelo existente, é meu entendimento que não podemos falar numa transformação dos órgãos executivos para monocolores, sem discutirmos o envolvimento da Assembleia Municipal no processo democrático, revendo as suas competências e o âmbito da sua intervenção. Mas isto são contas de outro rosário.

É na Assembleia Municipal, onde o epíteto de "casa da democracia local" nunca foi tão acentuado como hoje, que se espera que esse contra-poder, perdido no órgão executivo, actue firmemente em prol da garantia da democraticidade e da pluralidade representativa, ainda que com os condicionalismos que se conhecem.

Uma comunidade frágil sob o ponto vista do seu desenvolvimento económico (lamento a insistência) tende a ser frágil no despoletar de dinâmicas adequadas ao nível da informação. É factual e parece-me consensual que não temos um jornal local por constrangimentos económicos, temos uma rádio local que parece ter cada vez mais dificuldades, olhando para a sua intervenção, e não andarei longe se considerar relevante a sua dificuldade na captação de apoios financeiros. O órgão de informação a que vamos pobremente tendo direito é ao do próprio município, naturalmente parcial, dada a sua natureza e sem contraditório.

Temos uma comunidade que não tem a capacidade de gerar dinâmicas de apoio e até o próprio desenvolvimento das actividades associativas depende cada vez mais dos organismos públicos de poder local, ao invés de assentar a sua acção na independência e no suporte da sociedade civil, o que não significa obviamente o rompimento da interacção existente. Continuando nesta senda, as organizações tendem a ser cada vez mais dependentes do poder local.

Temos pois criado um modelo de desenvolvimento comunitário excessivamente estatizado, em que as políticas locais têm vindo a potenciar a sua participação na economia local para níveis indesejados, numa estratégia que tem vindo a dar corpo à expressão por alguém um dia dita "sem a Câmara nada se faz". Esta estatização assenta ainda numa concentração de poder partidário enorme, fruto obviamente da vontade popular, mas nem por isso menos preocupante, porque possibilitadora do controle partidário das instituições e, pelo acima escrito, da própria comunidade em várias das suas vertentes.

Um personalista convicto como eu sou, acreditará na primazia da sociedade face ao Estado, seja ele visto na sua figura central ou nos seus tentáculos regionais ou locais. É por isso que defenderei sempre a necessidade da emancipação e da autonomia da sociedade civil, sustentada num clima saudável, próspero e dinâmico da sua vida económico-social, regulada mas não controlada.

É também por estas razões que tenho vindo exaustivamente a defender uma abertura estratégica de política local, que permita caminhar nesta direcção. Esta é na essência a minha divergência, que não faço questão alguma de esconder nem tão pouco camuflar, mas antes de evidenciar.

Isto não é uma espécie de ensaio mas sim apenas a minha reflexão devidamente maturada, sobre a minha comunidade, sobre as associações da minha terra (as que também ajudo a dirigir), sobre o mercado onde me insiro, no fundo sobre o que hoje, como ontem, vou vendo quando olho à minha volta.

É a minha reflexão e a minha verdade. Como democrata aceito que hajam outras. Reflexões e verdades.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

FECHO DO CAPÍTULO AUTÁRQUICAS

Julgo já ter ficado escrito aquilo que havia para escrever. Mas eu não queria deixar terminar este capítulo das eleições autárquicas sem deixar uma palavra de felicitação para os vencedores e naturalmente também para os eleitores que decidiram eleger de forma tão clara os nossos governantes locais para os próximos 4 anos. Nesta matéria o povo é quem mais ordena, e ordenou de uma forma que não deixa dúvidas.

Uma palavra de apreço para todos os que não atingiram os seus objectivos e também para os seus eleitores. Numa missão difícil, numa luta complicada, cada um à sua maneira ajudou a reforçar aquilo que temos de mais importante: a democracia.

Aqueles que se constituiram como oposição irão seguramente fazer um exercício de reflexão sobre os resultados obtidos, tirando concerteza ilacções que poderão ser úteis no futuro, aquando de novas abordagens a processos eleitorais.

Resta-me desejar a todos os eleitos, poder e oposição, a realização de um bom trabalho e que esse se reflicta num benefício das nossas terras e das nossas gentes, esperando por medidas que ajudem de alguma forma a resolver os problemas de hoje e criar condições de antecipação para vencer os de amanhã.

Sobre as implicações deste acto no modelo de organização da nossa comunidade, falarei no artigo seguinte.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

GANHOS E PERDAS

Em jeito de despedida do tema, que já vai longo, faltava apenas sintetizar os ganhos e perdas das diversas candidaturas.

O PS e Veiga Maltez foram naturalmente os grandes vencedores destas eleições. Reforçaram o seu poder na Câmara Municipal, eliminando daí a oposição, como já se disse. Foi vencedor por isso, que já não é pouco, mas falhou noutros dois objectivos: não conseguiu recuperar a freguesia de Azinhaga e tão pouco impedir nova maioria absoluta de Vitor da Guia e perdeu um lugar de deputado municipal. Na junta de freguesia da Golegã nada de novo, com a reeleição tranquila de Constantino Gaudêncio. Governará a CM com uma representação nunca antes vista, sem ter que fazer quaisquer concessões (o que já acontecia) sem ter desta vez o acompanhamento atento e fiscalizador da oposição.

O PSD foi sem dúvida o grande derrotado das eleições. Perdeu o vereador eleito à 4 anos, perdeu um deputado municipal e passou a ser a 3ª força política local. Teve um mau resultado na junta de freguesia de Azinhaga, não elegendo aí nenhum elemento, se bem que esse seria à partida um objectivo muito difícil de atingir. Vai concerteza reflectir sobre o processo eleitoral que agora terminou, sendo que os resultados não deixam de provocar algum desconforto. Consegue uma fraca captação do eleitorado da Golegã e fraquíssima em Azinhaga, onde investiu tudo nos últimos anos, o que não deixou de ser estranho, dado que a grande parte (quase 80%) do seu eleitorado está aqui. Fez o segundo pior resultado de sempre no concelho. Tem uma direcção com um mandato para cumprir e estou certo que o assumirá até ao fim. Como curiosidade, não obstante ter um candidato de Azinhaga, perde mais votos aí que em 2005 (-124) do que na Golegã (-117).

O GIGA, sendo um dos vencedores, é um caso menos recto de análise. Vence a JFA com maioria absoluta, o que não constituiu surpresa e elege dois deputados municipais. Neste ponto de vista, são só ganhos. Ainda assim pareceu sempre estarmos na presença de dois GIGA's: um na Azinhaga, fortíssimo na candidatura à JF, com um candidato carismático e com elevada capacidade eleitoral; outro GIGA na Golegã, mais amorfo, menos exuberante, esperando ansiosamente do que Vitor da Guia pudesse amealhar em Azinhaga. Deu a ideia de pretender conseguir reunir consensos e constituir-se como um força alternativa que pudesse concentrar os "não-votos" do PS e os "não-votos" dos partidários mais flexíveis, mas falhou nesse propósito. Vitor da Guia acabou por capitalizar menos que o esperado (CM) e o grupo, que complementaria essa mais valia, fracassou.

A CDU é o que é. Mais um bocado e passava ao lado da campanha, faltou a debates, sugeriu um candidato nada preparado e apresentou sob o ponto de vista programático uma mão cheia de nada, mas contou com os votos dos indefectíveis comunistas, apesar de fazer o pior resultados de sempre. Perdeu um deputado municipal (tinha 2). Ainda assim, no meio de tantos problemas e fragilidades, faz 4º lugar no Concelho e salvou a hora do convento. Como curiosidades, perdeu apenas 45 votos na Golegã, face a 2005 tendo perdido em Azinhaga, terra do candidato, 102.

O CDS-PP mais do que duplica a sua melhor votação de sempre em contexto autárquico, conseguindo eleger um elemento na AM, com 191 votos. Curiosamente, os dois cabeças de lista (JFG e AM) viriam a fazer mais votos que Pedro Azevedo à CM, que conseguiu 165. Atingiu uma franja de eleitorado mais jovem, o que lhe permitiu "bater" o PSD e o GIGA numa das assembleias de voto na Golegã. Era o que à partida menos tinha a perder, saindo reforçado com a representatividade em 2 órgãos, que não tinha. Ainda assim não conseguiu descolar do último lugar, pese embora tenha conseguido valores muito próximos do que vale o seu eleitorado sócio-ideológico no concelho.

Uma última nota para o eleitorado: pensei sinceramente numa abstenção mais baixa, atendendo às circunstâncias da eleição, mas tal não veio a verificar-se, subindo até de 33.3% para 36.61%. Melhor comportamento dos eleitores de Azinhaga que com uma abstenção de 29.10% face à de 39.70% na Golegã, demonstrando outra vez ser mais assíduo e mais participativo quando chamado a pronunciar-se. Além disso foi, como costuma ser, menos unanimista que o eleitorado goleganense, o que não deixa de ser um aspecto importante.

A GRANDE DESVANTAGEM DA OPOSIÇÃO - II

Defendi aqui num artigo anterior, que a dispersão de votos por tantas "alternativas" acabou por cair como "sopa no mel" no seio do PS e de Veiga Maltez. Mantenho inteiramente esta ideia.

Esses sabiam que tinham que lutar contra o desgaste natural de quem governa durante 12 anos, pese embora se adivinhasse a sua larga vantagem. E percebeu-se na sua campanha que nada, ou quase nada, foi deixado ao acaso. Veiga Maltez tem esta vantagem na abordagem às eleições: ganha com maiorias enormes, mas prepara a campanha como se pudesse ganhar por apenas um voto. Nada é deixado ao acaso. A oposição fez uma semana e meia de campanha. O PS fez 4 anos.

Entre o melhor resultado de Veiga Maltez e este, perderam-se 385 votos, curiosa e justamente o necessário para desta vez eleger um vereador que não do PS. Ou seja, VM desce face ao seu melhor resultado e é nessa descida que faz 5-0. Mas onde andaram esses votos que, somados aos que já não tinha, não chegaram para eleger um vereador da oposição pela primeira vez na história da democracia local? Dispersos, claro. Muito dispersos.

Há quem diga que a "culpa" toda é de Veiga Maltez, que pela sua preponderância, pela imposição de si mesmo em campanha, "irradiou" a oposição da CM. Ninguém no seu juízo perfeito pode contestar a sua supremacia eleitoral e a mais-valia que empresta ao eleitorado socialista, já de si forte. Mas, insisto, o problema (falta de vereador da oposição) não foi este, ou não foi só este.

Senão façamos o seguinte exercício. Fiz um apanhado de 14 resultados eleitorais, de concelhos de norte a sul do País, com características diversas, cujas vitórias foram alcançadas com maiorias superiores à de Veiga Maltez. Logo, todos os Presidentes de Câmara eleitos terão a mesma ou maior influência pessoal que Veiga Maltez tem aqui. De todos estes exemplos, sem excepção, não saiu um executivo monocolor. Nas 14 eleições estudadas, só em 4 foram sufragados tantos partidos como cá: Vila Real de Santo António, Castelo Branco, Albufeira e Santarém. Sintomático, se compararmos as realidades de cada um face ao nosso.

Destes 15 casos, a maioria na Golegã foi a menor. Se virmos o resultado do 2º classificado, foi o de cá o pior de todos. Se olharmos para o 3º classificado, constatamos que só em Ponte de Lima foi melhor que cá. Os 4ºs e 5ºs classificados foram na Golegã melhores que todos os outros, nestes 14 concelhos.

Agora cada um tire as suas próprias conclusões.

Esta exposição não pretende de forma nenhuma retirar mérito aos vencedores. Não. Pretende acima de tudo demonstrar que os que venceram mereceram um amplo reconhecimento do seu trabalho por parte dos goleganenses e dos azinhaguenses, mas que nenhuma alternativa foi reconhecida pelos mesmos como de confiança suficiente para concentrar os "não votos" de Veiga Maltez e do PS, como acontece normalmente com aqueles que se emancipam no conceito de "alternativa de facto". Dessas, existem 14 exemplos no quadro acima ... em 15 casos.

Foi esta fragilidade, agravada pelo "menu" ao dispor, que acabou por dispersar os votos de tal ordem, que conduziu a um executivo monocolor (caso não inédito em Portugal, mas raro).

Este é que é o verdadeiro case study.

RESULTADOS POR FREGUESIA (2)

CÂMARA MUNIPAL - FREGUESIA DE AZINHAGA


Notas breves:

1 - Fantástica adesão às urnas, na mesa 1. Azinhaga menos abstencionista que a Golegã, como vem sendo tradicional - praticamente 10% de diferença;
2 - GIGA consegue para a CM apenas cerca de 42% dos votos que Vitor da Guia conseguiu, pela mesma coligação, para a Assembleia de Freguesia - 216 contra 509;
3 - Grande resultado do PS que perde apenas 39 votos face a 2005, mesmo em circunstâncias mais adversas - eleitores de Azinhaga demonstraram inequivocamente onde quiseram votar, não se verificando grandes efeitos de contaminação de votos;
4 - Maior equilíbiro na freguesia de Azinhaga que na da Golegã - PS fez 52% em contraponto aos 70% daqui, com GIGA e PCP-PEV a conseguirem também maior % que PSD e GIGA na Golegã;
5 - Apesar de abaixo da real valia do eleitorado comunista em Azinhaga, Valter Ferreira beneficia do seu "bastião", fazendo 3º na freguesia - 4º no concelho; boa votação na mesa 1
6 - CDS-PP com uma votação dentro do esperado, atendendo às naturais dificuldades do seu eleitorado ali; prejudicado no "duelo" PS/GIGA;
7 - PSD e Carlos Simões com resultado muito abaixo do esperado - 4º na freguesia, apesar de 3º no concelho; hipotecou em Azinhaga quaisquer possibilidades de conseguir um bom resultado;
8 - Surpreendente o facto do eleitorado do PSD "valer" em Azinhaga cerca de 130 votos (média das últimas 4 legislativas) e Carlos Simões apenas ter conseguido 86;
9 - Vitor da Guia eficaz na conquista da Junta de Freguesia com maioria absoluta, mas incapaz de inverter o voto em Veiga Maltez - eleitorado de Azinhaga quis "cada galo no seu poleiro";
10 - Um cenário de equilíbro em Azinhaga totalmente diferente da Golegã; se simularmos a atribuição de mandatos num cenário como o de Azinhaga teríamos PS(3) - GIGA(1) - PCP-PEV(1), 3-2, portanto; na Golegã ficaria como acabou por ficar, 5-0;

RESULTADOS POR FREGUESIA

CÂMARA MUNICIPAL - FREGUESIA DA GOLEGÃ



Sobre isto, algumas breves:

1 - Novamente uma abstenção inferior na mesa 1, crescente para as 2 e 3;
2 - Maior predominância do PS face aos outros na mesa 1, não obstante a claríssima maioria em todas;
3 - PSD menos fraco na mesa 2 e com menos eleitores entre a camada mais jovem;
4 - CDS-PP, ao invés, apresenta na mesa 3 mais do dobro do que na mesa 1;
5 - PCP-PEV com o seu eleitorado menos fraco na mesa 1; faz 104 votos do seu eleitorado mais fiel;
6 - GIGA constante em todas as mesas, é 3º na freguesia apesar de 2º no concelho;
7 - Quase 71% de votos no PS e Veiga Maltez na freguesia - desiquilíbrio absoluto e estrondosa vitória;
8 - PSD é 2º na Golegã, apesar de ser 3º no concelho - não foi o eleitorado daqui que falhou - conseguindo quase metade do eleitorado das legislativas; perde nessa comparação 214 votos;
9 - CDS-PP "perde" face às legislativas 175 votos;
10 - PCP-PEV "perde" face às legislativas 117 votos;
11 - PS "ganha" face às legislativas 760 votos, fazendo mais do dobro na comparação;
12 - Mesmo na mesa menos forte do PS (se é que alguma foi menos forte), o somatório dos votos da oposição não chega a metade dos seus;

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

A GRANDE DESVANTAGEM DA OPOSIÇÃO

Tinha escrito aqui que veríamos depois das eleições se o facto de concorrerem "tantas oposições" não seria o maior problema da oposição em geral. Foi. Inquestionavelmente.

Numa eleição em que o grande favorito e vencedor antecipado até perdeu mais votos do que se esperaria, seria de admitir a eleição de um vereador da oposição até porque a barreira para essa eleição desceu ela também. Quero com isto dizer que há quatro anos seriam necessários 434 votos para a eleição do último mandato e que este ano essa barreira desceu, constata-se agora, para 384.

Se em 2005 Veiga Maltez havia "deixado" para a oposição 906 votos, "deixou" este ano 1046. Com uma diferença substancial: é que em 2005 esses foram divididos por dois concorrentes; este ano foram divididos por 4.

Num artigo que aqui publiquei recentemente, parece ter levantado algumas dúvidas a frase "É que a matemática não engana - quando maior o divisor, menor o resultado.". Julgo estarem agora esclarecidas.

E foi nessa divisão por 4 que o resultado de cada um foi, como se previa, menor. Se o 2º classificado em 2005 fez 523 votos, o 2º melhor ontem conseguiu apenas 363.

Esta foi uma das grandes desvantagens da oposição. Talvez a maior e a principal.

Mas voltaremos ao tema, que vale a pena.

ESMAGADOR !

Apurados os resultados das eleições autárquicas, contas feitas e mandatos apurados, PS e Veiga Maltez conseguiram novamente um resultado esmagador, desta feita acrescido do facto de arredarem por completo a oposição da Câmara Municipal. 5-0 em mandatos é muita fruta.

Fica para já o resumo do total no concelho para a Câmara Municipal, mas muitas análises haverão para fazer. Fica para mais tarde.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

BERRAR COM VOZ DE FASCISTA...

... É DIFERENTE DE BERRAR COM VOZ DE TRABALHADOR

DEBATE DE ONTEM

Estive lá, como não podia deixar de ser. E de forma sucinta, gostaria de deixar a minha opinião face ao que vi e ouvi.

1 - Munícipes: Estranhei a pouca adesão. A sala depois compôs-se, mas muito abaixo de há quatro anos. O público com comportamento exemplar, tal como os candidatos. Pena ter sido um debate demasiado morno.

2 - Carlos Simões: excelente debate; porque se emancipou como alternativa, porque foi o mais consistente na argumentação; dos opositores foi de longe o melhor preparado e, se o debate valer alguma coisa em termos de influência nos votos, é o que tem mais razões para sair satisfeito. Bem na questão ambiental. Contundente na acção social. Incisivo e consistente na aposta na indústria agro-alimentar. Fiel ao seu programa, que se viu dominar em absoluto, com imensa serenidade. Sentido crítico apurado mas numa toada moderada, mostrando que é possível criticar e divergir com elevação e sentido de responsabilidade. Procurou usar o seu estatuto de único elemento da oposição com experiência no executivo e -lo na conta certa. Deixou uma imagem importante que pode resumir-se num palavra: credibilidade. Muito bem.

3 - Veiga Maltez: estranhei a apatia; desta vez não tinha um alvo definido, não deixando ainda assim de dar umas "bicadas" no GIGA, a quem insistiu habilmente de apelidar de GIVA; com o modelo do debate e restringido a intervenções de 3 minutos, pareceu peixe fora de água, não dando com o tempo, nem conseguindo sintetizar as mensagens; sendo um extraordinário comunicador, como é, esperava-se um pouco mais; desfiou alguma da sua obra, parecendo aqui e ali desistir da discussão de alguns temas; grande à vontade e com uma expressividade enorme no debate, que é de resto uma imagem muito sua; rebateu pontualmente os seus adversários, mas de forma soft. Aparentemente despreocupado, cumpriu os mínimos.

4 - Conceição Contente: Não a conhecia nestas andanças e estava curioso. Teve momentos mais felizes que outros; displicente na questão da análise financeira do município sobre a qual não deixou opinião; esteve melhor na gestão estratégico/política do debate que na essência e no conteúdo do seu projecto; conteve bem a tentação do ataque aos seus adversários, procurando reforçar a ideia da moderação; insistiu na governação "com as pessoas"; e daqui surgiu um outro problema - entusiasmou-se nessa ideia de interacção popular, afirmando que afinal o seu programa não é bem ainda um programa, que só o será depois de ouvir as pessoas, depois de ser eleita; correu o risco de parecer pedir um cheque em branco; Pareceu denotar algum nervosismo, o que acaba por ser natural, descomprimindo depois, usando até de alguma ironia aqui e ali, especialmente visando o PS e Veiga Maltez. Teve o mérito de não deitar nada a perder e saiu com as mesmas expectativas com que entrou. No "duelo" das alternativas, perdeu claramente para Carlos Simões.

5 - Pedro Azevedo: Acho que ficou um pouco abaixo do que sabe e pode. Bem nas medidas de apoio ao tecido empresarial, nomeadamente na questão dos benefícios fiscais; teorizou algumas propostas interessantes, especialmente nas áreas de turismo e desenvolvimento económico; bem na questão do desemprego confrontando Veiga Maltez com dados do INE; podia ter aproveitado para rebater o ponto, esclarecendo a diferença entre redução de desemprego e crescimento de emprego, desmistificando, mas não o fez; procurou não fazer mossa nem à esquerda nem á direita, numa estratégia também de moderação. Perdeu-se aqui e ali e tentou nos espaços de 3 minutos focar demasiados aspectos; deixou de fora uma questão que julgava que ia insistir: as acessibilidades. Lamentou-se pela dificuldade no acesso à informação, atendendo ao facto do CDS-PP não ter eleitos. Pareceram-me escusados e exagerados alguns elogios ao PS e Veiga Maltez.

6 - Valter Ferreira: Frágil sob todos os pontos de vista. Acredito que esforçado mas demasiado mal preparado para um debate desta natureza; sustentado por um programa já de si fraquinho, não conseguiu acrescentar pessoalmente nada mais. Parecia ansioso pelo fim do debate, que lhe foi desfavorável em todas as frentes. Ainda assim de enaltecer a coragem de dar a cara pelo seu partido. Jovem e simpático.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

É UMA LUTA DESIGUAL?

É e será sempre. Mas não há volta a dar. Todas as candidaturas que domingo se submeterão ao voto dos goleganenses e azinhaguenses assentam em características diferentes, em dificuldades diferentes, em fragilidades diferentes e em virtudes diferentes.

Nenhuma tem os meios do PS. Presumo que nenhuma disponha de orçamentos perto do PS. Nenhuma tem tantos apoios como o PS. Nenhuma tem acesso à informação que tem o PS. Nenhuma tem um histórico de contacto com a sociedade civil como tem o PS, fruto da actividade política dos seus eleitos. Nenhuma tem tantos e tão grandes outdoor's como o PS, nem nenhuma teve capacidade financeira para ir mudando a imagem dos seus cartazes. Nenhuma tem uma revista de fazer inveja a qualquer "Visão" ou "Sábado" como tem o PS. Nenhuma tem políticos profissionais como tem o PS.

Se os programas eleitorais fossem determinantes na escolha dos eleitores, várias candidaturas teriam "cabedal" para se baterem com o PS. Se as escolhas recaíssem sobre soluções, projectos, ideias, conceitos, estratégias, alguns poderiam ombrear com o PS. Mas não sei até que ponto os programas valerão mais que um sorriso, uma empatia, um favor, um pezinho de dança, um abraço ou um beijinho. Se calhar sei, mas não quero dizer.

Não irei entrar agora em análise sobre aquelas que são do meu ponto de vista as dificuldades e as fragilidades das candidaturas supostamente alternativas, mas só o facto de serem tantas, constituirá provavelmente o seu primeiro (ver-se-á se principal) problema.

É que a matemática não engana - quando maior o divisor, menor o resultado.

AZINHAGA NO EPICENTRO DAS ELEIÇÕES

Este ano as eleições assumem um carácter muito peculiar, por várias razões. Porque existem 5 candidaturas a quase todos os órgãos; porque algumas das forças políticas centraram as suas atenções em Azinhaga relativamente ao capital eleitoral; porque existem 2 cabeças de lista à CM da Azinhaga; porque o GIGA espera pelo que Vitor da Guia consiga trazer de Azinhaga; porque o PS sabe que Azinhaga pode condicionar a sua esmagadora maioria na CM.

Azinhaga assume-se assim como o epicentro destas eleições. Mas o problema é que Azinhaga terá cerca de 1000 votos para distribuir por cinco forças políticas, valendo apenas cerca de 30% da totalidade do eleitorado. É por isso que, olhando para os resultados das autárquicas de 2005, se preveja que nem o PS consiga o mesmo número de votos (541) nem o GIGA consiga fazer transitar para si os conseguidos pelo GIVA na Assembleia de Freguesia de Azinhaga (510). Depois ainda há Valter Ferreira e Carlos Simões, filhos da terra, que esperarão também tirar proveito dessa condição.

E isto coloca um problema a várias forças políticas. O GIGA sabe que tem que capitalizar o mais que puder em Azinhaga para eleger um vereador. Tem Vitor da Guia e alguns dissidentes do PCP a tentar amealhar em várias frentes; o PSD sabe que dependerá muito da Azinhaga para manter o seu vereador sabendo que não pode descer o seu eleitorado face a 2005; a CDU tem o seu bastião em Azinhaga e quer, dentro do possível, mantê-lo; O CDS-PP parece ser o que terá aí mais dificuldades - as naturais acrescidas da disputa acérrima entre candidatos da terra; o PS sabe que pode perder em Azinhaga um vereador e reforça a sua máquina lá. Tudo isto apimentado com o "duelo" especial Veiga Maltez / Vitor da Guia, que não sendo concorrente directo, será do GIGA aquele com mais capacidade de inverter tendências de voto. Mas será importante recordar que Veiga Maltez à 4 anos fez para a CM mais que Vitor da Guia conseguiu para a AF.

Azinhaga está assim no centro das atenções. E pode na verdade fazer mossa no PS. Dependerá acima de tudo de quantos votos o GIGA conseguirá "roubar" directamente ao PS; dependerá daquilo que Carlos Simões conseguir capitalizar para o PSD; dependerá da capacidade da CDU e de Valter Ferreira para evitarem o "voto útil" no GIGA em detrimento da CDU. Dependerá de muitas coisas, especialmente em Azinhaga.

Mas aquilo que parece agora um complexo exercício de lógica ou uma complicada análise de probabilidades, os eleitores irão resolver de forma fácil. Votando, que é o que conta.

O QUE ESPERO DO DEBATE DE HOJE

Espero acima de tudo que seja esclarecedor, que permita uma sã confrontação de ideias e de projectos. Que se discuta o futuro.

Que o debate sirva, além dos seus objectivos naturais, para demonstrar que na Golegã o exercício da democracia, da elevação, do respeito pela diferença são linhas e valores que distinguem os nossos políticos locais e, não menos importante, distinguem também os munícipes naquilo que é a sua colaboração para um salutar e saudável clima democrático, logo livre.

Na qualidade de munícipe, aproveito a oportunidade para expressar uma palavra de agradecimento e reconhecimento a todos os envolvidos nesta campanha, de todos os partidos, coligações e grupos de idependentes, pela coragem das suas intervenções, pela convicção das suas ideias, pela crença nos seus projectos, no fundo pela dedicação à nossa terra.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

PSD ELEGE + 3 DEPUTADOS

Os resultados no estrangeiro já foram apurados. PSD elege 3 deputados e PS apenas 1, quando ainda seria de admitir que os quatro por atribuir fossem divididos pelos dois em partes iguais.

Em jeito de conclusão final, aqui ficam os mandatos:
PS - 97
PPD/PSD - 81
CDS-PP - 21
BE - 16
PCP-PEV - 15

OS MEUS ARQUIVOS

Deixo-vos mais propaganda de campanhas políticas locais antigas.

PPD/PSD
Autárquicas 1993
Assembleia de Freguesia de Azinhaga


Manuel Abreu da Costa foi o primeiro candidato á Assembleia de Freguesia apresentado pelo PPD/PSD. Viria a ter uma votação baixa de apenas 4,20%, correspondentes a 45 votos, acabando por não se eleger. Essas eleições a esse órgão viriam a ser ganhas pelo PS com 61,16% dos votos, secundado pela CDU com 32,21%. Ainda assim com uma componente histórica importante, já que o PSD que se apresentara 4 anos antes pela primeira vez a eleições autárquicas no concelho, mas apenas para C.M., A.M e A.F.G., dava aqui um passo importante em Azinhaga com a sua primeira candidatura à A.F. local.


APU (Aliança Povo Unido)
Autárquicas 1985

O candidato da APU, Aureliano Alexandre, viria a ser eleito (2º eleito) com 27,97% (974 votos), atrás de José Elias Melancia Godinho (PS), com 49,91% - 1738 votos e à frente de Joaquim Tó (PRD), com 18.81% - 655 votos. Os mandatos viriam a ser atribuídos de acordo com o seguinte: PS - 3 eleitos, APU - 1 eleito, PRD - 1 eleito.

PRD (Partido Renovador Democrático)
Autárquicas 1985

A primeira e única aparição do PRD em eleições locais, personificada por Joaquim Tó. (ver resultados sob a imagem da APU, neste post).

A LISTA DO PS

Bruno Medinas entra na lista por ser irmão de Rui Medinas? Não me parece de todo. Não será para pescar no lago de Pedro Azevedo? E se assim é, é bem visto sob o ponto de vista táctico.

Já agora, no 2º (acho eu) outdoor do PS não deram por falta de ninguém? Estranho? Também achei.

TÊM A PALAVRA

O já habitual debate entre os candidatos à Câmara Municipal vai ter lugar no Cine-Teatro Gil Vicente, na próxima 5ª feira (amanhã), pelas 21 horas.

Desta vez com 5 candidatos (parece-me que nunca houve tantos), esperamos que o modelo preparado sirva acima de tudo para permitir uma discussão esclarecedora sobre as perspectivas de futuro do nosso Concelho.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

LEGISLATIVAS 2009

RESULTADOS NA FREGUESIA DE AZINHAGA


Dados prévios: eleitores inscritos - mesa 1: 696 ; mesa 2: 696

Dez notas, então:
1 - A abstenção na mesa 1 é inferior à 2 e 3. O eleitorado "mais velho" votou mais; O supostamente "mais novo" votou menos; tal como na Golegã;
2 - PS vence na freguesia, tal como na Golegã; faz até + 1% do que "aqui"; perde menos votos (em termos %) do que na Golegã, mas ainda assim tem uma quebra de cerca de 33% face a 2005; "cai" substancialmente da mesa 1 para a mesa 2, tal como na Golegã;
3 - CDU é o segundo partido, ao contrário da Golegã onde é 5º e último; mostra aqui o seu "bastião"; é o único partido com mais votos em Azinhaga do que na Golegã; ainda assim perde votos face a 2005 e faz o seu 2º pior resultado de sempre na freguesia;
4 - PSD cai de 2º na Golegã para 3º em Azinhaga, com o BE "logo ali"; faz mais 21 votos que em 2005, mas é o 2º pior resultado de sempre nos últimos 22 anos; faz quase o mesmo nas duas mesas;
5 - Mesa 1 é a mais desequilibrada em favor do PS, tal como na Golegã; parece dominar o eleitorado mais antigo;
6 - BE passa o PSD na mesa 2 - eleitorado tendencialmente mais jovem; faz quase 2,5 vezes mais que em 2005;
7 - O CDS-PP faz o melhor resultado de sempre na freguesia (contexto legislativas); ainda assim fica em "último" lugar, demonstrando o seu calcanhar de aquiles em Azinhaga, tal como o PSD;
8 - Os partidos que recuperaram votos face a 2005 (PSD, CDS-PP e BE) somam ganhos de 116 votos; o PS perdeu 157; parece ter havido transferência de voto em 3 frentes + abstenção;
9 - Abstenção em Azinhaga: 33,5% - em Golegã: 40,3%; tradicionalmente os eleitores de Azinhaga votam mais que os da sede do Concelho; desta vez a diferença é significativa;
10 - Na dicotomia esquerda direita, tal como está enraizada, temos diferenças relevantes entre Golegã e Azinhaga; Golegã - Direita:36,6%, Esquerda:58,3%; Azinhaga: Direita:21,2%; Esquerda:74,8%; sintomático!

Extrapolar isto para contexto autárquico pode constituir um erro tremendo de análise. Mas se quiserem usar estes (e outros dados) para as contas relativas ao que aí vem, fiquem à vontade.

Se quiserem interagir e dissecarmos em grupo, excelente!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

SÓ UM PALPITE

Em jeito de palpite, deixo-vos esta questão: será que o tema dos Esgotos (aqui abordado várias vezes) vai voltar a ser tema de campanha? Talvez quando estiverem em discussão temas ambientais, por exemplo?

Um tema que já originou processos judiciais entre a CM e um munícipe, que já deu azo a disputas acesas em debates políticos locais, voltará agora à agenda?

Ou já não vale a pena bater mais na mesma tecla?

domingo, 4 de outubro de 2009

O PODER LOCAL CONDICIONA AS LIBERDADES ?

Podía chamar-lhe asfixia ou claustrofobia democrátiva. Qualquer destes está (esteve, porque vai ser esquecido) na moda. Mas o que quero colocar hoje é a seguinte questão: o exercício do poder local condiciona as liberdades da sociedade civil e dos seus intervenientes?

Em recente entrevista a O Riachense, a candidata à CM da Golegã pelo GIGA afirma que "... está instalado um clima de medo neste concelho. As pessoas têm medo de se manifestar, mas mesmo assim tenho recebido mensagens de apoio. Vão demonstrando alguns sinais de simpatia na rua, mas com receio de serem vistos. As pessoas têm medo de se manifestar.", acrescentando "...mas também me dá uma tristeza tremenda porque defendo a liberdade de expressão."

Isto dito por uma candidata a presidente da Câmara Municipal constitui na verdade um facto político relevante, que merece reflexão.

Sugere Conceição Contente (CC) que o poder local condiciona de alguma forma não só a liberdade de expressão, mas também a liberdade da livre opção política. O excerto da frase "... mas com receio de serem vistos." é demasiado forte e preocupante. Como pessoa responsável que é, saberá seguramente a que se refere.

Mas a questão não fica por aqui. Carlos Simões (CS), candidato pelo PSD em entrevista ao mesmo jornal, reclama mais transparência nas relações institucionais com juntas de freguesia e associações. Em referência ao plano de desenvolvimento social, afirma CS que este "...envolveu os parceiros da rede social, excepto a Junta de Freguesia da Azinhaga, o que nunca percebi ... para ser muito sincero, penso que existem motivos políticos de parte a parte e mais não digo." Já em relação aos apoios às associações, CS afirma que "Existe uma transparência relativa porque todos os apoios têm de ser decididos em reunião camarária, mas as regras do jogo deveriam estar bem definidas.", lembrando a propósito que o regulamento por ele proposto ainda está na gaveta. Ao lermos as afirmações de CS e atendendo a expressões como "transparência relativa" e "motivos políticos" na relação da CM com instituições e associações, podemos deduzir - esta é a minha leitura - que o exercício do poder local é ou pode ser constrangedor dessas relações.

Mas ao que aludem CC e CS hoje, já aludiram outros no passado. Veiga Maltez (VM), actual Presidente e aparentemente visado nestas críticas, já confessou também ele que aquando da sua primeira candidatura sentira esses condicionamentos. Numa confissão em "Entre a razão e o coração - dilemas de um médico-autarca", VM afirmou a dado momento que "A ideia de que Manuel Madeira, o então presidente, estaria 'para durar', fechou-nos algumas portas, pelo medo da posterior reacção, caso o seu executivo permanecesse.", afirmando ainda que "Alguns não partilhavam ou não comungavam com os então gestores, mas tinham os seus interesses instalados e/ou defendidos.". VM colocava assim a nu a sugestão que o poder político local, então dominado pelo Partido Comunista, condicionava e protegia interesses, induzindo limitações nas liberdades individuais. E não é uma afirmação qualquer dizer-se que existem interesses protegidos por uma Câmara Municipal.

Pelo que se passou nas últimas legislativas, poderíamos considerar que este é apenas um tema da moda. Mas os factos demonstram que não. Há 12 anos essa questão já era sentida e denunciada. Hoje parece continuar na berlinda.

É neste contexto que lanço aqui um desafio aos leitores e visitantes do Golegã XXI. Que escrevam o que pensam sobre este tema, tão em voga hoje na nossa sociedade e tão comentado na vox populi.

Aqui ninguém precisa de ter receio de ser visto, até porque pode facilmente camuflar-se no anonimato, ainda assim melhor do que não ter opinião.

sábado, 3 de outubro de 2009

DEIXEM-ME VER SE PERCEBI

Moita Flores, candidato independente encabeça a lista à C.M. de Santarém do PSD, partido que logicamente apoia a sua candidatura. O mesmo Moita Flores apoiado pelo PSD não apoiou o partido que o apoia nas legislativas, sem que se saiba bem ao certo quem apoiou então. Só resta saber se os eleitores de Santarém que apoiaram o PSD nas legislativas, que Moita Flores não apoiou, apoiam agora o actual Presidente, porque o seu partido também o apoia.

Maria José Nogueira Pinto foi recentemente eleita deputada à Assembleia da República, integrada como independente nas listas do PSD. Mas a mesma Maria José Nogueira Pinto apoiará o Partido Socialista nas próximas autárquicas na Câmara de Lisboa, apesar de ter sido apoiada pelo PSD, porque me recuso a dizer, como alguns, apoiada NO PSD.

Eu não levaria nada a bem que o PSD pactuasse com situações desta natureza, mas como tudo isto se passou e passará em nome da independência e da honestidade intelectual individual e também política, para mim está tudo bem.

Só desejo que, no meio deste "apoia PS, apoia PSD, apoia-se a si mesmo", os protagonistas deste exercício de independência não se enganem (ou não se tenham enganado) ao não votarem neles próprios.

Claro que ninguém com tamanho intelecto se deixaria baralhar com uma confusãozinha de nada.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

DÁ TANTO SONO !

Alguém me pode informar do resultado do Sporting ontem? É que estava a ver o jogo, mas a dado momento ... adormeci! Mas o que pude ver ... meu Deus! Até ouvir Manuel Alegre declamar uma das suas famosas poesias seria mais emocionante.

Bom fim de semana.

LEGISLATIVAS 2009

RESULTADOS NA FREGUESIA DA GOLEGÃ

Dados Prévios: Eleitores Inscritos na mesa 1 - 1126; mesa 2 - 1125 e mesa 3 - 1124.

Olhando os resultados na Freguesia da Golegã, deixo apenas alguns pontos que me parecem ser mais relevantes:

1 - A abstenção na mesa 1 é inferior à 2 e 3. O eleitorado "mais velho" votou mais; O supostamente "mais novo" votou menos;
2 - PS e PCP tiveram o seu eleitorado mais expressivo na mesa 1, numa franja de eleitorado de em faixa etária mais elevada;
3 - PSD perde algum eleitorado na mesa 3, sendo mesmo ultrapassado pelo CDS-PP e quase igualado pelo BE - mesa dos "novos eleitores" e franja de eleitorado em princípio mais jovem; Passa a 3º partido neste contexto;
4 - o BE e o CDS-PP têm significativamente menos votos na mesa 1 que nas 2 e 3;
5 - O PS passa de 1018 votos em 2005 para 656 em 2009, perdendo assim 362 votos;
6 - O PSD perde 22 votos face a 2005;
7 - O PCP demonstra a fidelidade do seu eleitorado, que manteve na totalidade, reforçando-o ainda com residuais 4 votos face a 2005; Como curiosidade, o PCP é 3º na mesa 1 e último nas outras duas, sendo igualmente último na freguesia;
8 - O CDS-PP ficou apenas a 1 voto de duplicar a sua votação, comparando com 2005. Passa de 157 para 313 votos; É o partido que mais cresceu na Freguesia; Fez 3º lugar na Golegã e último no Concelho;
9 - O BE reforça o seu eleitorado, passando de 134 votos em 2005 para 274 agora, conquistando 140 votos;
10 - Os votos conquistados por CDS, PCP e BE somam 300 e os perdidos pelo PS somam 362, parecendo ter havido uma transferência de votos directa para aqueles;

Depois "vamos" à Azinhaga.

O BOM EXEMPLO DE VASCO CUNHA

Ainda na sequência do artigo anterior, Vasco Cunha manifestou recentemente a sua opinião relativamente à fase que o PSD atravessa.

O líder da distrital de Santarém afirmou que aqueles que defenderam a demissão da líder do PSD logo após as legislativas deviam ganhar juízo.

Mas Vasco Cunha vai mais longe e toca num ponto fundamental, que é o respeito devido a todos aqueles que em nome do seu partido e das suas terras se predispuseram a concorrer às autárquicas.

Admitindo que houve de facto coisas que correram mal, Vasco Cunha defende porém que essas matérias sejam discutidas depois das eleições autárquicas, com serenidade e em seu tempo. Esta é de resto uma imagem marca deste deputado (eleito novamente pelo círculo de Santarém - era 2º da lista, atrás de Pacheco Pereira), que pauta a sua conduta política pela descrição, pela moderação e, não menos importante, pela acção.

Vasco Cunha é daqueles políticos de que o PSD precisa. E não precisa de se colocar em bicos de pés, pois juízo é coisa que felizmente não lhe tem faltado.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

FACAS AFIADAS

As facas continuam a afiar-se no PSD. Logo após o apuramento do resultado das eleições legislativas, não foram raros aqueles que manifestaram vontade de as usar.

O PSD cometeu vários erros no passado recente. Teve imensas lideranças, quase sempre exclusivamente dependentes de resultados. Faz lembrar aquelas equipas de futebol que aspiram a conquistar títulos, mas que de forma continuada substituem o treinador à 3ª derrota e passados dez anos, sem qualquer conquista e doze ou treze treinadores depois, não conseguem perceber que afinal o problema não está apenas nos treinadores. O PSD deu nisto. Nenhuma liderança parece servir. Depois há as alas - os barrosistas, os cavaquistas, os santanistas, os mendistas, etc, seja lá isso o que for. O que parece haver é cada vez menos partidários do seu próprio partido, fidelidade ao seu programa e respeito pelas suas lideranças.

Perfilam-se pois já vários putativos candidatos. O DN de ontem anunciava (por auto-recreação da sua linha editorial, julgo) uma mão cheia: Marcelo Rebelo de Sousa (que já entrou no rol da chicotada psicológica), Aguiar Branco, Pedro Passos Coelho, Rui Rio e Paulo Rangel.

Perante isto parece que alguém se esquece de um facto incontornável: o PSD tem uma presidente eleita, cujo mandato termina em Maio de 2010 e não parece inclinada para abdicar dele.

O PSD terá muito tempo para discutir a liderança. Mas ainda agora começou a campanha oficial para as autárquicas e já andam os amoladores a ver quem afia melhor a sua faca, na busca das melhores estratégias de antecipação, procurando a conquista do tal lugar de treinador, o próximo que provavelmente sairá prematuramente, alvo de nova chicotada.

E enquanto o PSD continuar a deixar esta imagem na rua, bem pode continuar a despedir treinadores.