quarta-feira, 29 de outubro de 2008

(Rectificação)

No artigo "A IMPORTÂNCIA DOS CANDIDATOS", escrevo a dada altura "Percebe-se então (como é aliás da sensibilidade geral), que os líderes de cada partido em cada eleição, assumem nas autárquicas uma importância que extravasa...". Naturalmente que a ideia não era essa (a dos líderes dos partidos) mas sim implicar a importância dos líderes do processo eleitoral autárquico de cada partido, i.e. - cabeça de lista de candidatos à Câmara Municipal.

Fica a rectificação do lapso.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

RESULTADOS DE INQUÉRITOS GOLEGÃ XXI

Aqui ficam, tal como prometido, resultados de alguns inquéritos realizados aqui, em Golegã XXI.






A IMPORTÂNCIA DOS CANDIDATOS

Tendo procurado aqui demonstrar (ver artigo "O centrão também decide na Golegã") que na freguesia da Golegã o potencial de eleitorado sócio-ideológico do PS e PSD são similares, tendo cada um relativamente iguais possibilidades de obter vitórias no Concelho, importa agora salientar as diferenças entre os contextos de eleições legislativas e autárquicas.

Pese embora julgue provada a tese da similaridade em termos de potencial de eleitorado, a verdade é que em contexto de eleições autárquicas a realidade tem sido bem diferente. Nos últimos 19 anos, apenas por uma vez (1989) o PSD ultrapassou o PS em resultados neste âmbito, tendo o poder local alternado entre PS e CDU, o que contraria as tais tendências sócio-ideológicas do eleitorado. Percebe-se então (como é aliás da sensibilidade geral), que os líderes de cada partido em cada eleição, assumem nas autárquicas uma importância que extravasa as convicções políticas e ideológicas de cada um de nós. A tal história que neste caso "o que contam são as pessoas, não os partidos".

Se olharmos em termos comparativos, aos resultados obtidos pelos três maiores partidos do Concelho em eleições legislativas e autárquicas, constataremos justamente essa flutuação de eleitorado, contra-natura se quisermos, relativamente ás questões ideológicas.

Reparemos no caso do PS. O máximo que conseguiu obter em legislativas foi a marca de 1668 votos (total Concelho), enquanto que em autárquicas chegou aos 2303, marca até então jamais atingida por algum partido ou candidato. E em matéria de candidato, vejamos, no caso do PS, a importância que Veiga Maltez assumiu no eleitorado: a média de resultados entre 1989 e 1993 do PS em autárquicas foi de 859 votos; em legislativas entre 1983 e 1995 foi de 1029 votos. Percebe-se então que, tomando como referência a média (simples média aritmética) de resultados em legislativas ultrapassou a das autárquicas, o que parece fazer crer que nesse período, os candidatos do PS à CM não conseguiram captar todo o potencial de eleitorado possível. Já desde 1997, com a candidatura de Veiga Maltez, a realidade passou a ser outra: eleito em 97 com 1718 votos, bateu o record de votos socialistas no Concelho, até então, esgotando e extravasando o eleitorado socialista tradicional. Repare-se que em termos médios, (de 1997 a 2005), Veiga Maltez "valeu" 2063 votos, enquanto o eleitorado socialista entre 1999 e 2005 "valeu" a média de 1455 votos. Significa que, Veiga Maltez "tem valido" 608 votos, além do eleitorado socialista dos últimos 10 anos.


Mas também noutros partidos (veja-se o exemplo da CDU), a influência do candidato tem sido decisiva nas vitórias alcançadas: Manuel Madeira, em 1989 e 1993, atingiu a média de votos de 1620, enquanto que entre 1983 e 1995 o eleitorado comunista não teria conseguido mais do que 857 em valores médios. Manuel Madeira "valeu" nesse período quase o dobro do eleitorado comunista. Atente-se ao detalhe de que em 1997, ano em que perdeu a Câmara, Madeira ainda obteve a marca de 1215 votos! Percebe-se pelo gráfico abaixo, que após esse período, o candidato apresentado pela CDU à CM captou votos apenas no seu eleitorado, tendo a CDU perdido a sua mais valia eleitoral.

Quanto ao PSD, que nunca conseguiu uma vitória eleitoral em contexto autárquico (pese embora o potencial do seu eleitorado, especialmente na freguesia da Golegã), tem no segundo lugar obtido em 1989 o seu melhor desempenho. Nesse ano, vindo de uma coligação com o PS e tendo Martins Lopes como candidato, o PSD obteve o melhor resultado de sempre em autárquicas, conquistando 803 votos, quando a média até essa data do eleitorado social-democrata havia sido de 806! Martins Lopes conseguiu reunir todo o eleitorado do PSD, não esqucendo o enorme handicap chamado Azinhaga, hostil em termos eleitorais para o Partido, ao contrário dos acima invocados, que tiverem, alternadamente sempre importantes apoios nessa freguesia. Olhando o gráfico abaixo, verifica-se que apenas em 1987 e 1991, com as grandes maiorias de Cavaco Silva, o resultado de Martins Lopes em 1989 foi ultrapassado, não o sendo mais a partir dessa data. De 1991 a 2005, o eleitorado do PSD tem valido, em termos médios 767 votos, enquanto que no mesmo período o PSD local "valeu" apenas 378, revelando que cerca de 51% do eleitorado social-democrata tem derivado, em contexto autárquico, para "outras paragens".


Esta exposição, não pretende ser um estudo técnico, até porque terá porventura demasiados erros, em especial nas comparações das médias dos resultados obtidos e outros, se analisada por um especialista na matéria.

Pretendi apenas submeter à apreciação dos leitores do Golegã XXI - Um olhar atento, alguma informação factual do histórico das eleições no Concelho da Golegã, reforçando com isso a tese da "apartidarite" que toma conta dos eleitorados, de 4 em 4 anos, nas eleições autárquicas, elegendo acima de tudo O CANDIDATO À CM, e não os partidos que sustentam as suas candidaturas.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

SOL DAS LEZÍRIAS


Depois de tanto ter ouvido falar (e ler, especialmente em Azinhaga.net) decidi assistir ao espectáculo SOL DAS LEZÍRIAS, encenado por João Coutinho e levado a efeito pela Casa da Comédia da Azinhaga, no passado dia 4.

Deixo o meu testemunho de que valeu a pena, sendo este já um espectáculo de referência no Concelho. Estou seguro que todos serão bem recebidos em Azinhaga, como tive a oportunidade de constatar. Além do mais, serviu para rever algumas pessoas que já não via à uns pares de anos.

Aconselho vivamente a todos que ainda não tiveram oportunidade de assistir ao espectáculo que não percam a próxima.

Está naturalmente de parabéns a Casa da Comédia de Azinhaga.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

PSD-GOLEGÃ APRESENTA CANDIDATO

É oficial. Carlos Simões será o próximo candidato do PSD da Golegã a presidente da Câmara Municipal.

Submetido ao parecer da Assembleia de Secção no passado dia 4, faltará apenas a anuência das estruturas hierarquicamente superiores, cuja decisão se prevê pacífica.

Outra nota marcante, prende-se com mais um abandono de cargo para o qual havia sido eleito do Presidente da Comissão Política de Secção, que, alegando motivos pessoais, deixou a liderança da secção poucas semanas após a sua eleição. E esta questão assume particular importância, naquilo que é a imagem de estabilidade que o principal partido da oposição deve ter, de forma a constituir-se definitivamente como alternativa de poder. Esta decisão, após várias peripécias pelo caminho, não ajuda a essa estabilização e é mais um tiro nos próprios pés. Outra questão que agora se coloca é quem assumirá o cargo de Presidente da CPS, sabendo-se que poderá ser um dos dois vice-presidentes, Joaquim Morgado ou Carlos Simões. A actual Comissão Política (atente-se à sua constituição) pareceu visar claramente uma mudança radical no PSD, diria mesmo, de ruptura com o passado. Agora importa perceber qual deles poderá personalizar essa mudança.

A primeira hipótese não me parece fazer muito sentido, uma vez que Joaquim Morgado havia sido o anterior presidente, estando no cargo cerca de 10 meses numa posição demissionária, além de que se essa fosse a solução encontrada, pouquíssima coisa mudaria no PSD. Acresce que o mandato anterior não foi particularmente feliz sob a liderança do agora vice-presidente.

Carlos Simões parece-me a solução mais indicada, atendendo às circunstâncias, não me parecendo perniciosa a sua exposição pública enquanto candidato e simultaneamente presidente da CPS. Antes pelo contrário, julgo que traria claras vantagens. Em primeiro lugar passaria a imagem de uma mudança de facto na secção; por outro lado concentraria o protagonismo naquele que irá ser sufragado daqui a um ano, não me parecendo que uma estratégia de protecção ao desgaste, a esta distância das eleições, surta mais efeito que o contrário; por último parece-me que Carlos Simões, alheio a algumas questões recentes que levaram a uma divisão clara no seio da militância, terá mais condições de agregar o partido que o ex-presidente. Importante ainda a sua capacidade e qualidade de trabalho, que resultaria certamente numa mais valia para a Secção. Esta é, na minha opinião, a melhor solução para o futuro imediato.

De acordo com notícia difundida por O Riachense on-line, Carlos Simões começou já a adoptar uma posição moderada, procurando fazer incidir as atenções na questão da alternativa de facto. Note-se ainda a diferença abismal do candidato do PSD na abordagem ao próximo acto eleitoral com a assumida pelo anterior Presidente da CPS: enquanto o primeiro afirma “Não podemos esperar por um D. Sebastião que venha derrotar o PS. Sendo realista, seria bom a eleição de mais um vereador e mais deputados para a Assembleia Municipal. Vamos apresentar uma política alternativa de gestão, mas sabemos quais as nossas limitações. Queremos continuar a ser uma oposição fiscalizadora e construtiva”, considerando-se ainda contra a política do bota abaixo; o segundo afirmava "Efectivamente, em Maio de 2005, iniciámos uma caminhada que conduzirá à conquista da Câmara Municipal da Golegã pelo PSD...". É clara a diferença de postura, sendo claro que Carlos Simões, quer na forma, quer no conteúdo, poderá protagonizar uma mudança positiva no PSD local, caso, repito, assuma a sua liderança. Isto revela ainda que (ex-) presidente e vice-presidente não estariam em total sintonia, quanto à estratégia a adoptar na abordagem às próximas eleições autárquicas.

Em meu entender, uma coisa é certa: o PSD apresentará um candidato com forte potencial para ser um excelente Presidente de Câmara. Quanto às condições políticas para poder concretizar as suas ambições, lá iremos mais tarde.