terça-feira, 23 de dezembro de 2008

FELIZ NATAL E UM 2009 MENOS MAU

Nesta quadra natalícia, quero desejar a todos os leitores deste blogue um feliz e santo natal.

Desejar-vos também um próspero ano de 2009 seria talvez um desejo pouco realista. É sabido que podemos esperar um ano cheio de dificuldades e prefiro desejar-vos por isso que as ultrapassem com sucesso, com sabedoria e com saúde.

No novo ano cá continuará o Golegã XXI - Um olhar atento, sempre à vossa disposição.

Cumprimentos.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

IDOSOS DA GOLEGÃ VÃO TER UM NATAL MAIS DOCE

"A pensar nas pessoas que se encontram sós, a Santa Casa da Misericórdia da Golegã, promoveu em parceria com as escolas e Grupo Pastoral Social a campanha “Um gesto doce para um Natal Solidário”.

Ao longo de duas semanas, os alunos do 1º Ciclo e da escola Básica 2, 3 /S Mestre Martins Correia, angariaram dezenas de chocolates, que na última quarta-feira, foram distribuídos. Um pequeno grupo de jovens, acompanhado por funcionárias da instituição, percorreu a vila a distribuir o resultado da sua generosidade.

Segundo os próprios, tratou-se de uma tarde diferente, na medida que lhes permitiu compreender a importância que é, ajudar alguém que vive só e com dificuldades. Houve, inevitavelmente, momentos de muita emoção. Ao todo os estudantes contribuíram com cerca de 25 Kg de chocolate.

No momento em que se procedeu à pesagem dos chocolates a directora técnica da Misericórdia da Golegã, Fernanda Oliveira, agradeceu a participação da escola e dos alunos em particular, já o professor Jorge Saldanha, presidente do Agrupamento, saudou a iniciativa, garantindo que a escola está disponível para prosseguir com a campanha bem como, outras acções que Santa Casa da Misericórdia possa levar por diante. Resta ainda acrescentar o contributo do Grupo da Pastoral Social da Golegã, que ajudou a Santa Casa da Misericórdia a identificar alguns dos idosos que se encontram na situação acima referida. "
In RCE Golegã on-line, 19 de Dezembro de 2008

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

CARLOS SIMÕES DEMARCA-SE DA ACTUAL GESTÃO

Na última reunião de Câmara, Carlos Simões, vereador do PSD e candidato como cabeça de lista às próximas eleições autárquicas, votou contra o orçamento e grandes opções do plano (GOP) para o ano de 2009.

Depois de ler atentamente a declaração de voto apresentada (publicitada no site oficial do PSD, cujo link está também neste blogue) e bem mais importante que emitir opinião se deveria ter votado contra ou a favor, permitam-me destacar algo que considero digno de registo: Carlos Simões iniciou a sua demarcação programática em relação ao Partido Socialista e ao actual executivo. E destaco esta questão pela extraordinária importância que atribuo à existência e, porque não, coabitação de tendências programáticas diferentes, porque só essas podem resultar no desejável preenchimento de espaços políticos alternativos. Por outro lado, esta declaração de voto mostra também que a oposição não tem que votar contra porque simplesmente tem que votar contra. Pelo contrário, a oposição tem que votar contra, quanto não encontra nas propostas do poder, respostas adequadas, linhas de rumo consentâneas e estratégias de desenvolvimento que vão ao encontro das suas próprias concepções e que não resolvam de forma sustentada, aqueles que são, na sua óptica, os problemas estruturais latentes nas comunidades onde intervêm. Resumindo, esta é uma declaração de voto de demarcação clara, de quem tem uma visão estratégica claramente diferente, de quem apregoa outro caminho, outras soluções de fundo, estruturais e por isso importantes. É por isto, uma tomada de posição que merece ser respeitada e analisada na sua essência.

Do referido documento, permitam-me destacar as diferenças de perspectiva genérica entre os modelos de desenvolvimento defendidos por ambas as partes. É aqui que assenta fundamentalmente a demarcação, com Carlos Simões a defender com insistência uma política de desenvolvimento económico sustentado, criticando não apenas a estagnação do projecto de promoção da área de localização empresarial, mas também a dotação orçamental que tem sido considerada para uma questão tão essencial e que se cifra em 500€ (isso mesmo, 100 contos !!)para o ano de 2009.

Carlos Simões destaca ainda a necessidade do equilíbrio na dotação de estruturas no Concelho, de forma a fazer face àquilo que considera a falência de um modelo demasiado dependente de financiamentos comunitários nacionais e endividamento permanente, de forma a responder à falta de sustentabilidade de alguns desses investimentos, o que rompe claramente com o modelo vigente.

Sugere o sector agro-alimentar como potencialmente estratégico, não se coibindo, como deve, de manifestar concordância com os benefícios de algumas medidas adoptadas, nomeadamente na promoção do Concelho, apoiado na imagem do cavalo.

Entende a autarquia como um inevitável e inadiável "motor impulsionador" da economia local e sugere "... apoiar a criação ou o reforço de dinâmicas de desenvolvimento local, com base em estratégias de mobilização e valorização dos recursos endógenos.". Além disso, encara a centralização geográfica do Concelho e o benefício da proximidade de acessos rodoviários e ferroviários, como um veículo importante de desenvolvimento.

É na verdade uma questão de mudança de paradigma, que está na origem do voto contra o orçamento e as GOP para 2009.

É por isso uma intervenção política que não deve, não pode, ser analisada como um simples voto contra. É antes de tudo, uma lufada de ar fresco no espaço político alternativo, capaz de mobilizar pela sua substância, aqueles que advogam a diversificação dos vectores conceptuais de desenvolvimento, não deixando de querer manter e potenciar tudo o que de bom tem vindo a ser feito.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

AS 7 VIDAS DE SANTANA LOPES

Pedro Santana Lopes parece ter sete vidas (políticas, entenda-se).

Recentemente anunciado como candidato pelo PSD à Câmara Municipal de Lisboa, PSL apresta-se para acrescentar à sua já extensa lista de combates políticos, mais um, difícil, como tanto gosta.

Santana Lopes, político com vasto curriculum, tem tido um percurso algo errático. Aquele que era olhado como enfant terrible do PSD e a quem se chegou a augurar uma brilhante carreira política, não tem decididamente feito jus a tais prenúncios. Da nova esperança, PSL cedo firmou a sua posição interna no PSD, mas nunca a ponto de conseguir conquistar a liderança do partido, que por várias vezes disputou. Romântico para alguns, inconsequente para outros, PSL é o tipo de político que não se pauta pelo calculismo, mas antes pelos impulsos. Contudo, parece faltar sempre algo quando assume a concretização de alguns "combates".

Além disso, tem protagonizado alguns factos inéditos, até insólitos, no panorama político nacional. PSL foi o primeiro ex-primeiro ministro a voltar ao parlamento na qualidade de deputado; foi líder parlamentar, depois deixou de ser, continuando como deputado; é o primeiro ex-líder de um governo da república a candidatar-se a uma Câmara Municipal (ainda que essa seja a de Lisboa, com tudo o que isso representa), órgão esse a que já presidiu, antes de ser nomeado primeiro-ministro, após a saída de Durão Barroso. Sujeita-se agora, caso as coisas lhe corram menos bem, a ser vereador numa câmara da qual foi presidente e depois de ter sido primeiro-ministro. Em resumo, poderá baixar de primeiro-ministro a vereador da oposição num relativamente curto espaço de tempo.

Parece haver uma inversão à progressão natural de uma carreira política, a tal que se presumia a dada altura vir a ser brilhante. Para uns, isso poderá ser interpretado com um desprendimento dos elevados cargos de Estado e humildade na hora de dar a cara em combates difíceis. Para outros, passará a ideia de que PSL, procura de forma (já) desesperada manter a sua carreira política perto dos holofotes, de forma a não desaparecer de cena. Seja como for, é ele o próximo candidato do PSD à presidência da CML.

Confesso-me surpreendido com a escolha e não escondo que Pedro Santana Lopes não encaixa nas minhas preferências como modelo político. Manuela Ferreira Leite sempre disse que contava com todos e nota-se um esforço para unir as várias facções do partido. Mais do que PSL o que está em causa é o perfil do candidato do PSD à CML e surpreende-me que nesse perfil possa ser encaixado este candidato. Não sei se é o que terá mais possibilidade de vencer, mas sei que o PSD, a fazer uma travessia no deserto, que a faça no sentido de se reformar, de se repensar e de readaptar na forma e no conteúdo daquilo que tem para sugerir a Portugal.

Já aqui falei da política das convicções e da política de interesses. Acredito que a gestão interna destas questões não seja apenas a escolha simples entre preto ou branco, entre sim ou não. Aceito que seja complexa e que careça de alta ponderação. Pedro Santana Lopes é o candidato dessa complexidade, é o candidato das concessões, das contas feitas, das pressões internas e da necessidade da satisfação de facções.

Manuela Ferreira Leite em 2009 terá por isto o partido mais unido e menos turbulento? Pode até ser. Mas terá por isto um Partido melhor? E, acima de tudo, terá por isto um Partido diferente?

"A QUALIDADE DA DEMOCRACIA" EM RIO MAIOR

"A QUALIDADE DA DEMOCRACIA: ONDE ESTAMOS? PARA ONDE VAMOS?", foi o tema do colóquio / debate organizado pela Comissão Política Distrital do PSD e Comissão Política de Secção de Rio Maior e contou com um painel que garantia à partida uma sessão bastante interessante, não fossem eles o ex-presidente da república, Jorge Sampaio, e os ex-líderes da oposição, Marcelo Rebelo de Sousa e Luís Marques Mendes, este com uma dupla função, porque teve também a seu cargo o papel de moderador do debate.

Dos inúmeros temas abordados, foram debatidas questões relevantes sobre o modelo actual da nossa democracia, as suas fragilidades e as suas consequências. Marques Mendes, na sequência do que havia defendido no seu livro "Mudar de Rumo", lançado recentemente (e que aliás permaneceu em cima da mesa durante a sessão), foi aquele que concretizou de forma mais assertiva algumas alterações aos modelos vigentes (nomeadamente o da forma da eleição dos deputados da Nação e da lei eleitoral autárquica), advogando alterações que induzam nos partidos uma mudança de paradigma, porque, segundo ele, essa mudança não se fará de forma espontânea, alegadamente pelos interesses inter-partidários na hora das composições das listas.

Esta foi aliás uma mensagem comum a todos (e todos desempenharam relevantes funções partidárias, o que lhes confere credibilidade nesta análise), a dos interesses inter-partidários aquando das elaborações das listas para a Assembleia da República. Marcelo Rebelo de Sousa, no seu estilo sempre descontraído mas brilhante, expressou de forma bem clara (e bem divertida não deixando de arrancar muitos risos na plateia) a corrida aos lugares quando toca a reunir "tropas" para mais uma "batalha" eleitoral. No mínimo preocupante o reconhecimento desta realidade, assumido de forma tão unanimista. Marques Mendes foi mais longe, ao deixar no ar que o critério de rigor empregue nas escolhas dos candidatos aos órgãos de poder local é mais rigoroso que o da escolha para lugares de deputados, dado que aí existem demasiadas concessões a fazer.

Jorge Sampaio, no estilo que o caracteriza, apelou a novas frentes de renovação, reforçando várias vezes o papel importante das autarquias, uma vez que, na sua opinião, as eleições autárquicas mobilizam as coisas que estão mais próximas dos eleitores, sendo que a relação de proximidade entre eles e os eleitos é substancialmente relevante. Defendeu uma abertura permanente dos partidos aos cidadãos, afirmando que "a política tem que ter uma cultura vivida ao invés de ser uma cultura de espectáculo".

A justiça, a sua lentidão e eventuais alterações aos modelos do processo penal, o excessivo peso do Estado (aqui notaram-se poucas clivagens ideológicas entre socialista e sociais-democratas) na sociedade portuguesa, a educação como base das mudanças necessárias, a cultura cívica dos eleitores / cidadãos, foram alguns dos muitos temas abordados e debatidos, num registo de tertúlia, nomeadamente na parte final, com intervenções do público. Aqui, Marcelo não se coibiu de fazer algumas divertidas provocações a Marques Mendes como "ele está apenas em pousio, mas dado que as novas tecnologias na agricultura estão de tal ordem avançadas, os períodos de pousio são cada vez mais curtos", ou "ele não está na reforma (política) mas apenas na mobilidade".

Os temas, se aprofundados, dariam para fazer um blogue, mas queria partilhar convosco, em traços gerais, uma acção de enorme qualidade, com interventores brilhantes, que o PSD Distrital e a secção de Rio Maior proporcionaram a todos quantos tiveram oportunidade de assistir.

Estão pois de parabéns Vasco Cunha e Isaura Morais, bem como as suas respectivas equipas, pela organização e promoção de tão interessante evento.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

OS PAPÉIS QUE IRRITAM


Por certo todos concordarão, que aquela tonelada de papéis mensais que recebemos nas nossas caixas de correio, que nunca lemos e procuramos deitar fora na primeira oportunidade, ainda que o façamos (mal) no caixote do lixo mais próximo, nem tendo pachorra para a reciclagem, é uma coisa verdadeiramente irritante.

E é também irritante ver as caixas das habitações devolutas (por aqui começam a ser em quantidade preocupante) a "transbordar" de papelada publicitária não endereçada, que depois voa pelos passeios, e pelas ruas e que se acumula junto aos sumidouros. É irritante ver o trabalho que os funcionários da limpeza das autarquias tâm que ter para limpar os papéis irritantes que entram, irritantemente, nas nossas casas, todos os dias, pelo menos 365 vezes por ano, que não pedimos, nem desejamos.

De tanta irritação, experimentei imprimir umas etiquetas autocolantes, com um texto mais ou menos assim "por favor não colocar publicidade não endereçada. obrigado". E não é que resulta?! A sério. O pessoal da distribuição até respeita o pedido. Mas as etiquetas, quase manufacturadas, perdem a impressão rapidamente e quando dou conta, pimba. Mais 10 kg de material. Mais uma etiqueta e mais uma temporada sossegada. Experimentem, que vão ver que resulta.

E, a talho de foice, fica aqui uma sugestão para as autarquias locais (CM e JF - acho que a junta ainda existe, mas perdoem-me se estou enganado): Que tal produzirem a tal etiquetazita com mais qualidade que as minhas, claro, e as disponibilizem aos munícipes, para que se possam ver livre, ou atenuar pelo menos a irritação dos papéis irritantes. Ah, talvez também pudesse haver menos papelada nas ruas (neste caso os distribuidores fariam o favor de colar as ditas nas tampas das caixas das casas desabitadas). E, já agora, menos papel para apanhar, menos horas, menos custos, menos dinheiro. Sempre que se distribui o jornal de cá, o municipal porque infelizmente não há outro, lá viriam as tais etiquetazitas como bónus. Que tal?

Com uma vantagem: as ditas, sempre poderiam ter um espacinho reservado para a promoção do município, tipo Concelho verde, Golegã à frente, etc., o que é sempre útil para a promoção dos que promovem.

Eu cá por mim agradecia (espacinho á parte). O ambiente penso que também.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

TRINTA ?! NÃO VOS PARECE DEMAIS ?!


Lamentam-se os políticos pelo facto das pessoas estarem cada vez mais afastadas da política. Faz impressão ver poucos a fazer uma auto-reflexão profunda no sentido de avaliarem a sua própria responsabilidade.

O recente caso da falta de deputados na votação da passada sexta-feira, resulta na colocação de mais lenha na fogueira, nesta fogueira que é a despolitização das pessoas. A lenha, essa, foi cuidadosamente colocada e empilhada pelos próprios políticos. Talvez para que a fogueira fosse bem grande.

E é bom recordar o que estava em causa. Era "apenas" uma matéria que tem feito correr tinta por tudo o que é jornal, que tem tido honras de abertura de telejornais e que tem feito agitar e de que maneira a blogosfera. Era "apenas" uma matéria que despoletou uma das maiores greves de professores de que há memória em Portugal.

A proposta apresentada pelo CDS, no sentido de sugerir a suspensão da avaliação em curso dos professores, até que seja encontrado um modelo mais ajustado, foi reprovada pela bancada do PS, que ainda assim contou com 13 faltas, com 6 deputados a votar ao lado da oposição e 1 deputada a abster-se. Nota relevante para as 30 faltas dos deputados do PSD (40% dos que têm assento no hemiciclo), que a estarem presentes, garantiriam que a proposta fosse aprovada, o que resultaria numa margem pequena ao Governo para manter a sua teimosia relativamente a esta questão.

O PSD cai nas sondagens. Não merece, neste momento, o epíteto de alternativa credível por parte dos portugueses, num momento de profunda crise, em que a imagem dos governos fica vulnerável e mais questionável. Um governo que vai dando mostras de arrogância, conta com uma contribuição preciosa do maior partido da oposição, aquele que lhe devia ser sombra!

Será que se no parlamento, a casa da democracia, a discussão sobre a liderança do PSD fosse o tema central, teriam faltado os mesmo 30 deputados? Será que se no parlamento houvessem intervenções de Luis Filipe Menezes, Santana Lopes, Passos Coelho e Marcelo Rebelo de Sousa a criticarem a líder do partido, teríamos, naquela bancada, 30 lugares vazios? Aposto que não.

Os deputados do PSD deram uma machadada de consequências brutais na credibilidade do partido. Contribuiram de forma irresponsável para piorar a situação em que o PSD já se encontrava. Viraram as costas aos professores, depois de terem tentado tirar aproveitamento político das suas reivindicações. Se a classe dos professores estava contra o governo, não pode agora estar aberta à alternativa, depois dos seus deputados terem decidido ir de fim de semana mais cedo. INACEITÁVEL E VERGONHOSO o que se passou na Assembleia da República.

Sabemos agora também (vide notícia de hoje do Diário de Notícias) que das 1370 faltas (quase 6 por cada deputado!!!!) verificadas no parlamento em 2008, a sexta-feira é o dia preferido para que os senhores deputados tenham a sua faltinha da ordem. Nao digam que não dá jeito uns fins-de-semana dilatados!

Irei agora ficar atento (tal como o País) às consequências internas que advirão de tão grande irresponsabilidade. Porque em relação às consequências extra-partido, já está tudo visto.

Desta vez o PSD não deu apenas um tiro nos pés. Foi uma rajada de metralhadora...

sábado, 6 de dezembro de 2008

UM GOLEGANENSE DISTINGUIDO NO SEIXAL


António Lopes Galrinho, goleganense, foi recentemente distinguido pelo município do Seixal, onde reside, com a atribuição da medalha de mérito desportivo.

Endereço-lhe daqui os meus parabéns.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

QUANTOS LUGARES CABERÃO À OPOSIÇÃO?

Alguma coisa se tem falado sobre as possibilidades de eleição de mais vereadores da oposição, no sentido de dotar a autarquia (leia-se Câmara Municipal) de uma maior e mais proporcional representatividade. Realmente, sob o ponto de vista teórico, esse equilíbrio poderá resultar num também maior equilíbrio nas gestões municipais e, principalmente, na multiplicidade e na abrangência das estratégias de desenvolvimento a adoptar.

No caso do Concelho da Golegã, têm-se lido e ouvido algumas opiniões relativamente a esta matéria e até, nalguns casos, traçam-se metas de vitória, de duplicação na eleição de vereadores, etc. Voltando às contas, às previsões e às conjecturas (podem chamar-lhe contas de merceeiro que não me importo), arrisco aqui alguns cenários, numa fase em que nos aprestamos para o início da corrida eleitoral, que não deverá passar muito do início do próximo ano. Refiro que estas conjecturas, partem de pressupostos eventualmente alteráveis e por isso, valem naturalmente o que valem.

No cenário que se me afigura como mais provável e conhecidos já alguns rostos de candidaturas a presidente da Câmara, deveremos ter na corrida Veiga Maltez (PS), Carlos Simões (PSD), Pedro Azevedo (CDS) e um candidato sobre o qual não arrisco prognóstico por parte da CDU. Tenho dúvidas que esse, dificilmente poderá ser um candidato tão forte como foi Manuel Madeira no passado, sob o ponto de vista do potencial eleitoral.

Parto também do princípio, que apenas as 4 candidaturas que refiro, se irão apresentar a eleições. Posto isto e a confirmarem-se estas questões, parece-me que o PS parte à frente em termos de possibilidades de vitória, atendendo às tendências eleitorais locais, sobre as quais já aqui deixei alguns dados estatísticos relevantes. Porque tem por si próprio um eleitorado forte e porque o seu potencial candidato tem mostrado capacidade individual para reforçar esse eleitorado. Presumo que a CDU consiga a mobilização do seu eleitorado mais tradiconal (e normalmente fiel), mas que dificilmente poderá captar outro de forma relevante. O CDS tem também uma base relativamente fiel de eleitorado, a qual poderá ainda assim derivar um pouco para a candidatura de Veiga Maltez, mas dificilmente para a do PSD. Refira-se a propósito, que o CDS em eleições autárquicas tem ficado sempre aquém daquilo que vale o seu eleitorado. Quanto a este, por ter um candidato de Azinhaga, pode representar um reforço de votos nessa Freguesia, já na Golegã pode eventualmente ter um efeito contrário, dependendo ainda assim da composição das listas que vierem a apresentar-se a sufrágio. Faltará perceber a influência que o GIVA e Vitor da Guia poderão ter em Azinhaga neste domínio, mas se for o das últimas eleições, corre o risco de nada alterar de significativo neste cenário.

Passemos então a números.

1) Consideremos um número de votantes médio em relação às últimas três eleições, ou seja, cerca de 3100.
2) Admitamos que, pelo natural desgaste governativo, que o potencial candidato do PS perderá alguns votos, á semelhança do que se passou entre 2001 e 2005, na mesma razão (perdeu aí 135), prevendo que ainda assim possa ter, em números "redondos" cerca de 2000 votos. Não sinto no quotidiano manifestações tais que tornem verosímel uma queda demasiado acentuada. 3) Presuma-se que a CDU captará o seu eleitorado mais tradicional, cifrando-se a média das últimas eleições legislativas em cerca de 450 votos (mais ou menos o mesmo que a média das últimas duas eleições autárquicas). Ainda assim admito uma subida, que dependerá porém do candidato a anunciar.
4) Admita-se que o CDS possa reforçar ligeiramente os resultados autárquicos anteriores e que possa atingir algo perto dos 100 votos.
5) Presuma-se que o PSD e Carlos Simões conseguem reforçar o eleitorado em Azinhaga, ainda que seja possível baixar ligeiramente na Golegã, o que faria com que o PSD, por exclusão de partes dos números acima indicados, poderia representar cerca de 550 votos, o que a concretizar-se seria o segundo melhor resultado de sempre. Se Carlos Simões revelar uma mais valia extra para captar votos em Azinhaga (imaginemos uma subida para perto de 300, bastaria que conseguisse aqui à volta de 250), parece ter possibilidades de garantir a sua eleição.
Neste cenário, puramente especulativo, com a aplicação do método de Hondt para o apuramento de mandatos, teríamos qualquer coisa como:

(A verde a atribuição de número de mandatos eleitos)

Na distribuição de mandatos teríamos o seguinte:
1º eleito : PS
2º eleito : PS
3º eleito : PS
4º eleito : PSD
5º eleito : PS

Significa isto que ficaria tudo mais ou menos na mesma. Para termos uma ideia, para que o PSD possa sonhar com 2 vereadores eleitos, seria necessário que o PS perdesse cerca de 25% dos votos que obteve nas últimas eleições (cerca de 520) e que esses fossem directamente canalizados para o PSD, mantendo-se CDU e CDS dentro dos valores aqui encenados. O PSD teria que ter qualquer coisa à volta de 850 votos, que seria uma votação histórica e a melhor de sempre, neste contexto.

Se ando longe da verdade ou não, o tempo o dirá.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

RECORDAR SÁ CARNEIRO

Francisco Sá Carneiro
1934/1980
No dia do aniversário da sua morte, recordar Sá Carneiro é um acto de pura justiça e reconhecimento por tudo o que representou para Portugal.

Francisco Manuel Lumbrales de Sá Carneiro foi um dos políticos mais marcantes da história política portuguesa do século XX e quiçá um dos mais apaixonantes estadistas que Portugal viu nascer. Norteado pela conquista da democracia pela via política, teve ainda a audácia de desafiar os preconceitos da sociedade onde vivia, sendo por alguns apelidado de um herói romântico. Sá Carneiro, homem de fortes convicções e de imenso carisma, conquistou algo raro em política, em especial à época em que a exerceu: a simpatia e o respeito de amigos e adversários. Assumindo com frontalidade a sua visão para o País, marcou a sua época advogando a construção de um estado democrático integrado na Europa. Utópico para alguns, visionário para muitos, Sá Carneiro conquistou por direito próprio um amplo apoio da comunidade nacional.

Nascido no Porto no seio de uma família da alta burguesia, cedo começou a frequentar os círculos mais progressistas da Igreja, ele que era um católico praticante. É aí que começa a defender publicamente a transformação do regime numa democracia parlamentar. Eleito deputado em 1969 integrando as listas do partido único de então, a Acção Nacional Popular (ANP), liderou a saudosa Ala Liberal, onde se destacou pela defesa de uma democracia assente nos modelos vigentes na Europa Ocidental, sendo então o motor de um projecto de revisão constitucional. Vendo que não conseguia furar as resistências do regime, em plena Primavera Marcelista, renunciou ao mandato para o qual havia sido eleito. Em 1973 iniciou uma breve actividade de cronista no “Expresso”. Pese embora a censura da época lhe colocar alguns entraves, Sá Carneiro consegue mobilizar a consciência da sociedade civil.

Funda, após a revolução de Abril o Partido Popular Democrático (PPD), juntamente com Francisco Pinto Balsemão e José Magalhães Mota. Foi o seu primeiro secretário-geral e é ainda hoje considerado como líder histórico do Partido. Dizia aquilo que pensava, ainda que fosse tido como politicamente incorrecto. Foi um dos primeiros políticos em Portugal a criticar a influência excessiva que o movimento das forças armadas exercia na política nacional. Este tipo de atitudes e de ideias fez com que muitos o considerassem um perturbador. Ministro sem pasta em diversos governos provisórios, foi eleito deputado à Assembleia Nacional Constituinte e, mais tarde, para a I Legislatura da Assembleia da República.

Nesse mesmo ano, Sá Carneiro conhece em Lisboa a editora dinamarquesa Ebbe Merete Seidenfaden, conhecida por "Snu" Abecassis, enfrentando uma grande transformação na sua vida. Apaixonado e sem receios das implicações políticas do acto, Sá Carneiro rompe com um casamento já longo, naquilo que muitos consideraram à época como uma atitude eminentemente revolucionária, não deixando de ter sido para a sociedade da época um verdadeiro escândalo.

Em 1997, o PPD passa a denominar-se como Partido Social Democrata (PSD). Em finais de 1979 criou a Aliança Democrática, coligação entre o PSD, o CDS, de Diogo Freitas do Amaral, e o Partido Popular Monárquico, de Gonçalo Ribeiro Telles. A coligação venceu as eleições legislativas desse ano com maioria absoluta. Foi a primeira vez que um líder da oposição passou a chefiar o governo, ganhando as eleições. Para muitos, inclusive para alguns historiadores, essa vitória ficou intimamente ligada à força de Sá Carneiro, às suas convicções e à sua preserverança. Sá Carneiro receou ainda não ser nomeado primeiro-ministro pelo facto de não estar legalmente casado, mas não passariam de receios infundados, já que o peso do tradicionalismo desaparecera entretanto. Tomou posse como primeiro-ministro em 3 de Janeiro de 1980.

Foi contudo demasiado curto o "reinado" de um dos maiores estadistas portugueses como governante, que viria a durar apenas 11 meses. Em 04 de Dezembro de 1980 (faz hoje precisamente 28 anos), Sá Carneiro morre de forma trágica num acidente de aviação em Camarate, quando se aprestava para se deslocar ao Porto afim de participar num comício do seu homónimo, o general Soares Carneiro, candidato presidencial apoiado pela AD.

O avião onde seguia, um pequeno Cessna, despenhou-se instantes após a descolagem. Sá Carneiro teve morte imediata, juntamente com Snu Abecassis e o ministro da Defesa, Adelino Amaro da Costa. Hoje, decorrido mais de um quarto de século desde a sua morte, continuam muitas dúvidas no ar em relação às ocorrências que envolveram a sua morte: a de acidente (eventualmente motivado por negligência na manutenção do avião) ou a de atentado (desconhecendo-se quem o perpetrara e contra quem teria sido - Sá Carneiro ou Amaro da Costa). Alguma comunicação social da época, chegou a alvitrar que estes dois levavam na sua posse provas de corrupção e negociatas da parte da ala esquerda política envolvendo o partido comunista português e também socialistas.

Seja como for, Portugal, o Portugal democrático por que tanto lutou, deve-lhe ainda a clarificação dessa questão.

O "meteoro dos anos 70" durou apenas uma década, demasiado pouco para quem tinha tantas qualidades para ajudar a firmar a democracia em Portugal e a sua integração no mundo ocidental. Mas deixou uma marca eterna, daquelas que ninguém jamais conseguirá apagar.

No dia da sua morte, era eu ainda uma criança com 9 anos, recordo a consternação e o pesar com que os meus pais receberam pela TV a triste notícia. O meu pai em especial, era um fervoso entusiasta e seguidor de Sá Carneiro. Lembro-me desse luto e dessa consternação ter durado algumas semanas, intrigando-me na altura como seria possível alguém que nem sequer conhecíamos abalar de forma tão profunda o estado de espírito da nossa família. Sá Carneiro foi isso. Alguém capaz de fazer com que o aplaudissem, o seguissem, nele acreditassem mas também capaz de fazer com que várias centenas de milhar de pessoas chorassem o seu desaparecimento.

É esta a marca dos grandes homens e esta recordação é, necessariamente, um património de Portugal.

Este artigo, é apenas a minha singela e humilde homenagem a uma figura incontornável da nossa história.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

VEIGA MALTEZ EM O MIRANTE

Da entrevista do Sr. Presidente da Câmara Municipal da Golegã publicada em O Mirante, em Novembro passado, faço a leitura de que nada de substancial novidade está para sair no próximo processo eleitoral autárquico.

No discurso continuou na linha da última década e, permitam-me a franqueza, um pouco repetitivo. Insistiu na preservação e reforço da identidade peculiar da Golegã, enaltecendo de novo os seus costumes e as suas tradições, que como se sabe, são fundamentais na promoção da nossa "marca".

Justamente no ano em que se sentiu na Feira um cunho monárquico como não tenho memória, admite uma costela monárquica ao afirmar e passo a citar "Eu só não sou monárquico porque não aceito que o filho do Rei, mesmo tendo alguma deficiência congénita, tem que ser rei." Certamente os seus correlegionários do Partido Socialista, (do qual é ainda assim independente sob o ponto de vista da filiação e, ao que parece, também sob o ponto de vista de uma marca ideológica importante) eminentemente republicanos, não partilham desta simpatia.

Sobre matéria política manteve o tabu, afirmando que estará no fim do seu ciclo autárquico, se bem que admite que esse poderá ter uma pequena prorrogação (aqui a pequena prorrogação entendo-a como 4 anos, mas pode ter leitura eventualmente diferente). Talvez aguarde por uma manifestação espontânea de carácter popular, como a verificada no passado, pedindo-lhe para continuar, talvez seja apenas estratégia político-partidária ou pode ser ainda uma indecisão pura, que esteja porventura em fase de maturação.

Quanto a novidades, a única que retiro, prende-se com uma abertura sob o ponto de vista urbanístico, admitindo a possibilidade de se poderem "...fazer construções de arquitectura mais arrojada e moderna porque não vale a pena andar sempre a fazer casas do século passado." Saúdo esta abertura a novos conceitos arquitectónicos, até por coerência com o que aqui já defendi, em 17 de Abril de 2008, no artigo intitulado "Urbanismo, novos conceitos precisam-se". Espero e desejo que se concretize oportunamente. Nada sobre captação de investimentos, de expansão da zona industrial e empresarial, de captação de famílias e de combate ao êxodo rural, o que também não é propriamente novidade.

Antevê-se pois, caso Veiga Maltez avance para nova candidatura, um PS a recordar o passado e a sua contribuição para o desenvolvimento do Concelho, sob a sua perspectiva, mas pouco diversificado em termos de propostas mais abrangentes noutros domínios, que não têm feito parte da sua estratégia. No fundo, relendo o manifesto eleitoral, projecto XXI / relatório 1998/2005, antevê-se um pouco da mesma táctica: em 50 páginas, 41 (82%) eram relativas ao mandato anterior, 9 (18%) referiam-se ao mandato seguinte. Destas, pouco mais de 1/2 página para a apresentação do projecto socialista no que diz respeito à zona prevista para o desenvolvimento do tecido empresarial. Num Concelho amorfo no que se refere ao debate político, pobre em tertúlias e reflexão séria, o que é facto é que os resultados falam por si. E se é verdade que em equipa que ganha não se mexe (nem nos jogadores nem na táctica), então estas são boas notícias para quem partilha as linhas traçadas e seguidas na última década.

INQUÉRITO GOLEGÃ XXI

Ao inquérito lançado neste blogue sob a questão "Quem acha que será o próximo candidato do PS à Câmara da Golegã?", obtiveram-se 33 participações, traduzindo-se as respostas dos leitores da seguinte forma: