É público para os visitantes do Golegã XXI que defendo uma "abertura" em termos urbanísticos, nomeadamente no que diz respeito a edificações de carácter habitacional. É todavia igualmente público que defendo (ao mesmo tempo e em igual escala) a preservação da nossa indentidade urbanística, especialmente a arquitectónica. Escrevi-o já neste blogue, num artigo onde tive a oportunidade de enunciar aquelas que seriam, na minha perspectiva, as vantagens do equilíbrio e coabitação entre a tradição e modernidade.
Falei nesse artigo também de factores de competitividade. Cabe aos autarcas definirem as linhas de desenvolvimento procurando gerar nos seus concelhos essa competitividade. Várias vectores devem naturalmente ser equacionados, como a oferta turística, a exploração dos ex-libris, o desenvolvimento do tecido económico, a dotação estrutural para eventos diversos desde actividades desportivas e de lazer até às culturais e recreativas. Eu se fosse autarca, procuraria incessantemente não desdenhar nenhum deles, mas antes procurar em cada um a forma de complementação dos outros, numa perspectiva sistémica, jamais isolada ou avulsa.
No sector imobiliário, parece-me evidente que um constrangimento demasiado rígido em termos arquitectónicos, especialmente no segmento habitacional, traduz-se numa perda de competitividade face a concelhos limítrofes, que podem colocar no mercado "produtos" mais consentâneos com as tendências actuais, logo com a procura. Perante isto e se considerarmos que qualquer Concelho que acuse sintomas de interioridade, como o nosso, terá que desenvolver uma estratégia não só de fixação populacional, mas também e talvez acima de tudo de captação de novos residentes, torna-se óbiva a importância da competetividade nesse segmento que, de "mãos dadas" com vectores que antes enunciei, ajudarão a criar condições mais consolidades de combate ao êxodo e mais apelativas a potenciais novos residentes. É de um processo estruturante e integrado que surgirá essa consolidação, daí ter afirmado que nada deve ser desdenhado.
Sabe-se que no mercado imobiliário (como noutros, especialmente o financeiro) as expectativas e os sinais são demasiado importantes. Sabe-se que o discurso político influi nas opções dos agentes desses mercados de uma forma cada vez mais decisiva.
Falei nesse artigo também de factores de competitividade. Cabe aos autarcas definirem as linhas de desenvolvimento procurando gerar nos seus concelhos essa competitividade. Várias vectores devem naturalmente ser equacionados, como a oferta turística, a exploração dos ex-libris, o desenvolvimento do tecido económico, a dotação estrutural para eventos diversos desde actividades desportivas e de lazer até às culturais e recreativas. Eu se fosse autarca, procuraria incessantemente não desdenhar nenhum deles, mas antes procurar em cada um a forma de complementação dos outros, numa perspectiva sistémica, jamais isolada ou avulsa.
No sector imobiliário, parece-me evidente que um constrangimento demasiado rígido em termos arquitectónicos, especialmente no segmento habitacional, traduz-se numa perda de competitividade face a concelhos limítrofes, que podem colocar no mercado "produtos" mais consentâneos com as tendências actuais, logo com a procura. Perante isto e se considerarmos que qualquer Concelho que acuse sintomas de interioridade, como o nosso, terá que desenvolver uma estratégia não só de fixação populacional, mas também e talvez acima de tudo de captação de novos residentes, torna-se óbiva a importância da competetividade nesse segmento que, de "mãos dadas" com vectores que antes enunciei, ajudarão a criar condições mais consolidades de combate ao êxodo e mais apelativas a potenciais novos residentes. É de um processo estruturante e integrado que surgirá essa consolidação, daí ter afirmado que nada deve ser desdenhado.
Sabe-se que no mercado imobiliário (como noutros, especialmente o financeiro) as expectativas e os sinais são demasiado importantes. Sabe-se que o discurso político influi nas opções dos agentes desses mercados de uma forma cada vez mais decisiva.
E é a propósito dessas expectativas e desses sinais que vos deixo uma descrição cronológica, por assim dizer, acerca desta matéria:
O artigo que no início vos falo foi publicado aqui em Abril de 2008 e constatei com agrado (em Dezembro de 2008) que da parte do executivo municipal começavam a haver sinais dessa abertura, até então nada evidenciados. Dizia então o Sr. Presidente da CMG que veria com bons olhos "...fazer construções de arquitectura mais arrojada e moderna porque não vale a pena andar sempre a fazer casas do século passado.".
Mas isto foi em Novembro de 2008, porque em Novembro de 2009 o mesmo Presidente afirma sobre o mesmo assunto que "...não pactuamos com políticas passageiras e não deixamos que os materiais que nada têm a ver connosco possam ser aqui empregues, não faz sentido.".
Ora, sabe-se que nas chamadas "construções contemporâneas" - adianto que não gosto da expressão - um dos aspectos de diferenciação é justamente a utilização de materiais ... diferentes. Não mudaram apenas os conceitos, nem tão pouco as formas. Com eles mudaram também os materiais.
Assim, construir "arquitectura mais arrojada e moderna" e ao mesmo tempo "não deixamos que os materiais que nada têm a ver connosco possam ser aqui empregues" parecem-me dois conceitos antagónicos, com dificuldade de se encaixarem. Diria mesmo que são duas visões totalmente incompatíveis. E nem vou falar outra vez (para já) na exclusividade que a CMG tem reservado para si em termos de inovação arquitectónica, usando precisamente esses "materiais que nada têm a ver connosco".
Já o disse, o Presidente da CMG tem na minha opinião um apurado bom gosto, que se nota em muitos cantos e em muitas das intervenções onde sei que tem tido papel preponderante. Partilho até dos seus gostos na maioria dos casos, digo-o com à vontade. Politicamente falando, no reforço da importância das tais expectativas e sinais e na forma como procurei demonstrar que influenciam os mercados, parece-me ser necessária uma definição da estratégia. É que assim ficamos sem perceber por onde ir.
Por aqui, o que está dito está dito. Em relação ao artigo de 17 de Abril de 2008 está bem como está. Ontem, como hoje.
O artigo que no início vos falo foi publicado aqui em Abril de 2008 e constatei com agrado (em Dezembro de 2008) que da parte do executivo municipal começavam a haver sinais dessa abertura, até então nada evidenciados. Dizia então o Sr. Presidente da CMG que veria com bons olhos "...fazer construções de arquitectura mais arrojada e moderna porque não vale a pena andar sempre a fazer casas do século passado.".
Mas isto foi em Novembro de 2008, porque em Novembro de 2009 o mesmo Presidente afirma sobre o mesmo assunto que "...não pactuamos com políticas passageiras e não deixamos que os materiais que nada têm a ver connosco possam ser aqui empregues, não faz sentido.".
Ora, sabe-se que nas chamadas "construções contemporâneas" - adianto que não gosto da expressão - um dos aspectos de diferenciação é justamente a utilização de materiais ... diferentes. Não mudaram apenas os conceitos, nem tão pouco as formas. Com eles mudaram também os materiais.
Assim, construir "arquitectura mais arrojada e moderna" e ao mesmo tempo "não deixamos que os materiais que nada têm a ver connosco possam ser aqui empregues" parecem-me dois conceitos antagónicos, com dificuldade de se encaixarem. Diria mesmo que são duas visões totalmente incompatíveis. E nem vou falar outra vez (para já) na exclusividade que a CMG tem reservado para si em termos de inovação arquitectónica, usando precisamente esses "materiais que nada têm a ver connosco".
Já o disse, o Presidente da CMG tem na minha opinião um apurado bom gosto, que se nota em muitos cantos e em muitas das intervenções onde sei que tem tido papel preponderante. Partilho até dos seus gostos na maioria dos casos, digo-o com à vontade. Politicamente falando, no reforço da importância das tais expectativas e sinais e na forma como procurei demonstrar que influenciam os mercados, parece-me ser necessária uma definição da estratégia. É que assim ficamos sem perceber por onde ir.
Por aqui, o que está dito está dito. Em relação ao artigo de 17 de Abril de 2008 está bem como está. Ontem, como hoje.