sábado, 28 de agosto de 2010

MATANÇA SELVAGEM E BRUTAL

Em nome das crenças religiosas, do lado mais obscuro e radical do Islão, numa interpretação à letra do Alcorão, Sakineh Mohammadi Asthian está prestes a ser executada por lapidação, acusada de adultério e cumplicidade de assassínio do marido.

A mulher de 43 anos, está presa um par de anos, aguardando por uma pena verdadeiramente bárbara, que só na cegueira do radicalismo religioso islâmico pode encontrar justificação.

Mas o requinte de malvadez não pára por aqui. Será enterrada, ficando apenas com a parte superior do corpo de fora e apedrejada com pedras não demasiado grandes, para não morrer rapidamente, nem com demasiado pequenas, que não lhe criem mossas. Eu não consigo sequer imaginar tamanha barbaridade de um acto totalmente selvagem.

Entretanto o advogado de defesa, após tentativa de silenciamento por parte do regime, está de momento exilado na Noruega e garante que a "confissão" da mulher iraniana foi conseguida após tortura, constando ainda que a sua esposa e alguns familiares já foram detidos "temporariamente" pelo regime da República Islâmica do Irão. Há ainda notícias que mais de uma dezena de mulheres aguardam no corredor da morte por igual e brutal destino.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

FUTEBOL AO RUBRO. MAIS UMA BOA NOTÍCIA

Depois de uma boa jornada europeia das equipas portuguesas e de dois sorteios bem bonzinhos para as mesmas, eis que as boas notícias não param por aqui. É que Simão decidiu deixar a Selecção...

MAS PASSOU

Eu confesso que não acreditava, mas o Sporting passou os dinamarqueses do Brondby, com um excelente resultado de 0-3. Não sei se sou eu que estou a ficar exigente de mais, mas a verdade é que estou mais contente do que propriamente entusiasmado. Acho que ao contrário dos últimos jogos, ontem tudo correu bem ao Sporting, que em meu entender revelou ainda défices de organização, dinâmica, sistematização de processos e classe de alguns jogadores, que (ainda) não me entusiasmam para o curto-prazo. E arrisco-me também a afirmar, que afinal de contas eliminámos apenas uma equipa de 3º ou 4º nível europeu.

Em suma, bem melhor o resultado que a exibição. O heroí do jogo acabou por ser Yannick, que talvez cansado de fazer asneiras durante 89 minutos, decidiu brindar-nos com um golo enorme.

Escolhi o título, ou melhor, plagiei o título de um artigo do Record de hoje, de Daniel Oliveira, no qual me revejo totalmente (deve ser a 1ª vez que me revejo em alguma coisa que o dito escreve ou diz!!).

Bom fim de semana a todos.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

HIPOCRISIA COM JOSÉ SARAMAGO

Não é novidade o falecimento de José Saramago, amplamente divulgado pelos órgãos de comunicação social. Infelizmente, também não é novidade a hipocrisia da classe política (ou de alguma classe política) no aproveitamento da morte do nosso distinto prémio Nobel da literatura. Quer no âmbito nacional quer local, assistimos agora à súbita moda de sermos afinal (quase) todos apreciadores de José Saramago. Mesmo quando na realidade o sujeito até nos irritava e andava a anos luz das nossas convicções ideológicas, especialmente dessas.

Todo o homem ou mulher que atinjam o patamar de excelência que José Saramago por direito próprio conquistou, devem obviamente ser reconhecidos. Pelo seu País, pelas suas terras e pelas suas gentes.

Outra coisa é a hipocrisia de transformar aqueles de quem afinal até nem gostávamos nada, num oportuno e oportunista referencial político, que na hora do desaparecimento funciona sempre como um sensível apelo às emoções, em especial daqueles que realmente gostavam.

Como diria o inesquecível diácono Remédios, "não havia necessidade".

José Saramago teve o previlégio de ser quem quis ser e como quis ser. E tenho a certeza que jamais pretendeu ser bajulado por aqueles que até nem gostavam dele.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

CENTRO ISLÂMICO POLÉMICO PERTO DO GROUNDZERO

Está instalada a polémica em Nova Iorque, devido à previsível construção de um centro islâmico pertíssimo do local onde justamente radicais islâmicos atentaram contra as Torres Gémeas, em 11 de Setembro de 2001, matando cerca de 3.000 pessoas, zona também conhecida desde então como groundzero.

Entretanto, verificaram-se já alguns protestos de rua, uns contra e outros a favor da construção do centro islâmico, num cruzamento entre a tolerância e liberdade religiosa, pilar desde à muito defendido pelos Estados Unidos e a revolta pelos trágicos acontecimentos do 11 de Setembro.

Barack Obama, em nome da liberdade religiosa garantida na Constituição norte-americana reiterou já a sua adesão à construção, não obstante algumas críticas de que foi alvo.

Presumo que entre aqueles que se opõem à construção do centro islâmico tão próximo da zona do atentado, não sustentem o seu sentimento por questões de maior ou menor tolerância religiosa. Fá-lo-ão sobretudo pela dor e pela revolta dos acontecimentos, em especial todos aqueles que perderam familiares ou amigos, como é o caso de Jim Riches, um bombeiro reformado que viu o filho morrer no combate às chamas após o atentado: "Defendo a liberdade religiosa, mas a mesquita deve ser construída mais longe.". Falta-me ainda perceber o que está mais em causa, se a construção na proximidade (apenas a 2 quarteirões) se a construção do centro islâmico em si, pelo que representa para a comunidade muçulmana.

As mais recentes sondagens indicam que 56% dos habitantes de Nova Iorque se opõem à construção do centro islâmico sendo que a nível nacional a percentagem aumenta para 68%.

Nos meandros políticos, até elementos do Partido Democrata, insuspeitos quanto à islamofobia, já colocaram sérias reservas sobre a localização do centro islâmico. É o caso do governador de Nova Iorque, David Paterson, que defende a implantação da mesquita num espaço que suscite "menos emoções".

Contudo e apesar do imenso ruído de fundo, alguns dos mais destacados promotores do projecto - como o imã Feisal Abdul Rauf, garantem no entanto que este irá mesmo por diante, contra ventos e marés.

Assumo-me como um profundo defensor da liberdade religiosa e da iniciativa privada, acreditando que são duas pedras basilares numa sociedade culturalmente evoluída. Aceito porém as reservas quanto à proximidade, atendendo à brutalidade do atentado e às suas gigantescas consequências, especialmente daqueles que viveram de perto, directa ou indirectamente, um dos maiores dramas do Séc.XXI. Caberá pois aos Estados Unidos darem uma resposta aos fundamentalistas: com uma luva branca, ou com um travão.

Um tema que fica aberto aos vossos comentários, como não podia deixar de ser.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

DESPESA DO ESTADO CONTINUA A SUBIR

"Mais apoios sociais e transferências para a saúde explicam o aumento de 3,8% da despesa do Estado. Um aumento superior à subida de 3,6% da receita. A diferença entre os dois mostra um défice de 8,9 milhões de euros, mais 347,1 milhões face ao período Janeiro-Julho de 2009.

A Direcção-Geral do Orçamento (DGO) publicou, ontem, a Execução Orçamental relativa aos primeiros sete meses do ano. O défice do subsector Estado, que inclui as contas da Administração Pública e da Segurança Social, cresceu e está perto dos nove mil milhões de euros negativos (8,9 mil milhões).
Ou seja, as contas públicas agravaram-se em 347 milhões de euros. Mesmo assim, as Finanças dizem que o agravamento (inferior ao de Junho) não põe em causa os objectivos para 2010.

O relatório relativo a Julho - mês em que aumentaram todas as taxas do IVA - mostra um agravamento da despesa total do Estado em mil milhões de euros desde Janeiro, uma subida de 3,8% face a 2009.

Em termos de despesa corrente primária, o aumento é de 5,7%. Mais apoios sociais e transferências do Orçamento do Estado (OE) para o Serviço Nacional de Saúde é a justificação dada pelo Ministério para o agravamento das contas públicas.

"Excluindo as transferências correntes e de capital para as Administrações Públicas, a variação homóloga da despesa efectiva seria apenas de 0,5%", salienta o comunicado. Apesar do congelamento de salários e de admissões, os gastos com pessoal subiram 1,7% até Julho.

Mais IVA na receita

O crescimento da despesa ainda está acima da subida dos 3,6% da receita. Do lado da receita, o IVA, que é o principal imposto, gerou mais 844 milhões de euros ao Estado até Julho, chegando aos 6,6 mil milhões de euros. A variação de 14,6% do IVA é explicada por "um aumento da receita bruta em consonância com o crescimento da actividade económica, bem como por um efeito base associado ao esforço de diminuição do prazo médio de reembolso iniciado em 2009", explicam as Finanças.

Já o Imposto de Selo apresentou uma variação negativa, e rendeu menos 81,5 milhões do que nos primeiros sete meses do ano passado. No global, a receita fiscal subiu 5,9% nos primeiros sete meses do ano, "que compara com o objectivo de 1,2% inscrito no relatório do OE 2010"."

In Jornal de Notícias On-Line (ver aqui)

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

MAIS UMA NOITE NEGRA

VALE MAIS RECORDAR O QUE VALE A PENA RECORDAR

Mais uma noite amarga (passada no sofá, graças a Deus!!) a ver o meu Sporting a perder com uma equipa Dinamarquesa. E foi por de repente me lembrar de alguém natural desse belíssimo País, que senti uma certa nostalgia, de tempos idos, em que na equipa do Sporting pontificavam jogadores de excelente qualidade, ao invés da vulgaridade actual.

Se quiserem recordar comigo, façam o favor de assistir ao vídeo. Vocês e todos os aprendizes de guarda-redes que pelas bandas de Alvalade têm aparecido.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

JANE MONHEIT

Simplesmente fantástica

PSD NÃO APROVA ORÇAMENTO DE ESTADO SE...

... Governo não diminuir a despesa pública e/ou aumentar impostos.

Por acaso não tenho as contas de cor, mas dá para trocar por um queijo? Seja lá ele limiano ou simplesmente de cabra?

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

ESTE ANO OUTRA VEZ. UM SPORTING "À SPORTING"

Não sei se é fado ou castigo, nem tão pouco se será uma questão de código genético, mais ou menos abstracto, a verdade é que a época futebolística que ainda agora começou não foi nada verde, muito menos esperança.

Não acho nada que por termos perdido o jogo inaugural tenhamos deitado fora a possibilidade de sucesso. Seria incapaz de tamanha palermice. Se o problema fossem 3 pontos perdidos, apenas três pontinhos, resolvia-se num ápice. Mas o problema é outro, estrutural quiçá, ou outra qualquer coisa mística que fez do SCP três vezitas campeão nos últimos 30 anos. Isso mesmo, 3 vezes em 30 anos!!

Primeiro foi a inacreditável venda de João Moutinho ao FC Porto, passando de jovem modelo de responsabilidade e profissionalismo a maçã podre sem se perceber bem como nem porquê; depois Miguel Veloso, finalmente fora do Sporting como era seu desejo, vendido ao todo-poderoso Génova em promoção de verão (o mesmo preço que o V.Guimarães vendeu um desconhecido Bébé ao Manchester United); Yannick, ou lá como se escreve, bem muda de penteado, ora escorrido ora afro, mas a produção é sempre a mesma, pouca; 25 mil espectadores passou a ser "boa casa"; levar 500 adeptos ao norte passou a ser imagem de marca dos indefectíveis adeptos sofredores; afinal ultrapassámos um impronunciável clube dinamarquês com o coração nas mãos, mas parece que até tinham uma grande equipa; lá fomos buscar uns reforços, alguns para curto-prazo, dos que sobraram no mercado. Enfim.

Outra época que começa verde, como as listas da camisola, mas que antevejo se finalize negra, como os calções.

E como eu gostava de estar enganado e de aqui ver-me obrigado a retratar-me!

P.S.: (Este ano, pela primeira vez desde 2003, não quis o meu habitual lugar em Alvalade. Quando o Sporting perceber que é hora de dar - aos adeptos - e não de pedir - aos adeptos -, lá estarei de novo. Até lá, abençoado sofá!)

terça-feira, 17 de agosto de 2010

DEPOIS DAS FÉRIAS

Depois das sempre desejadas (e já agora, digo eu, merecidas) férias de verão e depois também de não ter cumprido a promessa de voltar a dinamizar o Golegã XXI com mais assiduidade, cá estou, desta vez prometendo apenas tentar vir muitas mais vezes, desejando que venham também (e também por isso) mais amiúde.

Entretanto e para já, deixo-vos apenas duas sugestões de leitura, de um autor português de quem fiquei incondicionalmente fã e que "me acompanhou" com duas das suas excelentes obras no meu curto mas muito bem passado retiro de férias (desta vez sem telemóvel e sem portátil - tinha feito uma promessa solene à minha mulher nesse sentido). Refiro-me ao sobejamente conhecido José Rodrigues dos Santos (JRS), que nos "entra" diariamente em casa via RTP, com o mesmo brilhantismo como pivot quanto aquele que manifesta enquanto autor.

Quanto aos livros, falo de "A vida num sopro" e "Fúria Divina". No primeiro, um retrato do Portugal conservador dos anos 30, sob o regime ditatorial de Salazar, em pleno auge do Estado Novo, brilhantemente romanceado por JRS. Daqueles que dá gosto ler até esgotar as cerca de 600 páginas.
Quanto a "Fúria Divina", sou incapaz de me manifestar sem parafrasear o autor, que disse aquando a apresentação do livro "gostaria que os meus livros fossem ao mesmo tempo um passatempo e um ganha tempo". Resume na perfeição a minha visão da obra. Um entretido e entusiasmante passatempo e um valoroso ganha tempo. Um romance inquietante sobre o fundamentalismo islâmico, num romance que cruza na perfeição a ficção com a relidade. Revisto por Abdullah Yusuf, um dos principais operacionais da Al-Qaeda (consta que próximo de Bin Laden e autor de um atentado daquela organização) atesta sobre o realismo do islão ortodoxo e no cumprimento "á letra" de um Alcorão que apela fortemente à jyhad, numa cruzada contra o mundo não muçulmano e até contra aqueles que, segundo os mais radicais, não o serão totalmente, conforme a shari'ah, a lei divina do Alcorão. Inquitante por tantas coisas e até pela possibilidade de colocar uma célula adormecida da Al-Qaeda bem debaixo do nosso nariz. Por exemplo já ali, em Lisboa...
Mais 600 páginas de puro prazer e, acima de tudo, do tal ganha tempo.