terça-feira, 30 de junho de 2009

BARÓMETRO DA MARKTEST

PSD lidera intenções de voto
Os dados disponibilizados pela Marktest de Junho demonstram que todos os partidos caíram nas intenções de voto, à excepção do PSD, que inclusive subiu face ao mês anterior.

Talvez impulsionado pela vitória nas eleições europeias (aquelas a que alguns apelidaram de pré-legislativas), o PSD subiu 7.5% e lidera agora as intenções de voto para as legislativas, pese embora com uma curtíssima margem relativamente ao seu principal adversário político, o PS.

O Bloco de Esquerda surge novamente como a terceira força política, parecendo reforçar o seu espaço, na sequência do que de resto aconteceu nas europeias. A CDU e o CDS caem respectivamente 1.7% e 2.7% face ao mês anterior.

São indicadores, valem naturalmente o que valem (as últimas experiências com sondagens não foram propriamente exemplares), que não podem deixar nenhum dos dois principais partidos à vontade, parecendo-me porém cada vez mais afastada a possibilidade do PS vencer as legislativas com maioria absoluta, o que há uns meses atrás se colocava quase como uma inevitabilidade.

Como disse, são indicadores que valem o que valem, mas partilho-os aqui convosco.

MAIS UM ELEFANTE BRANCO?


Parece que ficará pronto dentro dos prazos previstos, mas parece que até ver não servirá para muito. Segundo notícia de ontem do Expresso, não tem certificado do INAC (Instituto Nacional de Aviação Civil), não está concessionado à ANA (Aeroportos de Portugal), não existem acordos com a FA (Força Aérea) - aquela que tem sido a utilizadora frequente da infra-estrutura - e a empresa gestora ainda não está madatada para assinar contratos diversos.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

MENTIRAS & INVERDADES, S.A.

Já o disse, parece-me que Sócrates tem uma relação difícil com a verdade. Lembro-me do que ele (eles, PS, para ser mais preciso) "martelou" em Manuela Ferreira Leite por esta ter recorrido a despesas extraordinárias para reduzir o défice público, quando Ministra das Finanças de Durão Barroso.

Não sou, nem de perto nem de longe, especialista em finanças públicas, mas o Banco de Portugal deve ser. No relatório anual do dito, parece claro que as receitas extraordinárias em 2008 atingiram os 1,8 mil milhões de euros, obtidas pelo alargamento dos prazos e pela concessão de novas barragens e auto-estradas. Dessa forma, o défice passou de 3.7% para 2.6% do PIB.

A leitura política que faço é a do total descrédito do Primeiro Ministro José Sócrates e do Governo PS, que não poucas vezes propagandearam a utilização das receitas extraordinárias como um efeito cosmético para controlar o défice, prometendo que com ele (com eles) jamais (outro jamais!) isso aconteceria. Pois parece que aconteceu. Mas também parece ser mentira, ou inverdade, que a contenção do défice foi feita à conta da redução da despesa pública, já que esta subiu quer em termos nominais, quer em termos reais, quer em % do PIB. Então, digo eu, se não foi à custa da despesa terá que ter sido à custa do aumento da receita, coisa que todos temos sentido na pele, que é como quem diz, com um aumento da carga fiscal e com as malfadadas receitas extraordinárias.

Diz o artigo do Jornal de Negócios, que "O Governo de Durão Barroso, em 2002, foi o primeiro a usar receitas extraordinárias para garantir um défice inferior aos 3% impostos pelo Pacto de Estabilidade. Desde esse ano até 2004, posteriormente com Santana Lopes, as medidas irrepetíveis é que garantiram o cumprimento do Pacto. De 2005 a 2007, já com José Sócrates como primeiro-ministro, as receitas extraordinárias desapareceram. Regressaram no ano passado, com um valor praticamente igual ao que Manuela Ferreira Leite recolheu em 2002 (1.822 milhões de euros). "

Em síntese:
Criaremos 150.000 postos de trabalho - MENTIRA
O Aeroporto será na OTA - MENTIRA
Aeroporto em Alcochete, jamais! - MENTIRA
Não não adiaremos o projecto do TGV - MENTIRA
Não utilizaremos receitas extraordinárias para controle do défice - MENTIRA
O Governo não sabia do negócio da PT / Média Capital - MENTIRA

ELEIÇÕES JÁ TÊM DATA

O Governo já decidiu, depois de ouvir os partidos com assento parlamentar. 11 de Outubro é a data da realização das eleições autárquicas, sendo que a campanha eleitoral irá decorrer entre 28 de Setembro e 09 de Outubro.

O Presidente da República já decidiu, depois de ouvir igualmente os partidos: as eleições legislativas realizar-se-ão a 27 de Setembro.

O PSD foi o único partido a defender eleições simultâneas, naquilo que é o seu entendimento da defesa do interesse nacional. Todos os outros aplaudiram a decisão de Cavaco Silva.

Pessoalmente entendo que as eleições poderiam perfeitamente realizar-se em simultâneo por duas razões essenciais: pela poupança que o Estado teria com os processos eleitorais e pela elevada probabilidade de redução da abstenção. Ao contrário de opiniões que li recentemente, acho que os portugueses não serão tão incapazes ao ponto de, tendo quatro boletins de voto em vez de três, deixarem de saber votar, comprometendo o processo democrático. Isso é um atestado de menoridade evidente, no qual não me revejo.

CDS JÁ FOI GOVERNO. LEMBRAM-SE ?

O CDS-Golegã publicou na semana passada no seu sítio oficial na internet dois artigos com fortes críticas ao PSD, "seu" parceiro de coligação confirmado em 50 Autarquias.

Vejamos se a divergência da sua concelhia face aos sociais-democratas se resume a matéria de política nacional, ou se é já uma antevisão da estratégia para consumo interno.
A este respeito, apenas uma nota. Diz a concelhia do CDS-Golegã que, passo a citar: "... em Portugal o PS e o PSD têm sido os únicos partidos chamados a governar.". Ora, isto não é de todo verdade, uma vez que o próprio CDS participou já em alguns Governos, curiosamente quase sempre a reboque do PSD.

O CDS fez parte dos II, VI, VII, VIII, XV e XVI Governos constitucionais - 6 no total - tendo por isso feito parte de 35% dos governos de Portugal nos últimos 35 anos.

O que não pode nem deve fazer é esquecer-se disso.

sábado, 27 de junho de 2009

TRABALHADORES PERDEM EM PALMELA

Todos nós contribuintes perdemos em Palmela

Consta que as perdas dos trabalhadores da Autoeuropa, caso aceitassem trabalhar dois sábados sem receber as horas como extraordinárias, perderiam em 2009 menos de 50€. A maioria dos trabalhadores não quis.

Como consequência e face à queda da procura e, consequentemente uma quebra na produção, a administração da empresa vai avançar para um processo de lay-off, por um período de 10 dias até final do ano, os menos de 50€ de perda passarão para cerca de 500€. Perdem os trabalhadores mas perdemos todos nós contribuintes, já que, como se sabe, é a segurança social que suportará 70 a 80% de 2/3 dos salários no período em que vigorar o lay-off.

Este é o desenlace resultante de, num período de forte recessão, os trabalhadores da fábrica de Palmela recusarem trabalhar até final de 2011 14 sábados sem os receberem como horas extraordinárias.

NEGÓCIO PT / TVI

Expresso afirma que Governo sabia de tudo

SÓCRATES - GENUINAMENTE HUMILDE

Mário Soares escreve hoje na Visão a propósito da súbita passagem de Sócrates de "animal feroz" a "cordeiro manso", que o PM "ouviu e compreendeu - como disse - os sinais expressos pelo eleitorado (antes socialista) e quer, com humildade genuína, emendar a mão."

Com humildade genuína?! Será que Soares acredita mesmo nisso?

Eu confesso-vos que não. Sócrates é bom actor, mas neste papel parece peixe fora d´água.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

ÚLTIMAS...

PROVEDOR DE JUSTIÇA:
Terminou finalmente a sequela da eleição do Provedor de Justiça. Alfredo José de Sousa é o substituto de Nascimento Rodrigues. PS e PSD entenderam-se finalmente. Bloco Central?! Esta questão demonstra que não seria fácil.

PT E A MEDIA CAPITAL:
Foi necessária a intervenção do Presidente da República para colocar freio nas intenções. "Face às dúvidas fortes que neste momento estão instaladas na sociedade portuguesa, é importante que os responsáveis da empresa de telecomunicações expliquem aos portugueses o que está a acontecer entre a PT e a TVI. É uma questão de transparência.", afirmou Cavaco Silva a propósito, abrindo uma excepção ao comentar publicamente negócios de empresas "pela natureza do sector que está causa e pela importância nacional da empresa de telecomunicações".
A TVI tem sido especialmente crítica do Governo e de José Sócrates. Como Marcelo Rebelo de Sousa havia sido num passado recente, na mesma estação. Lembram-se? Consta que Paes do Amaral lhe havia solicitado para ser mais moderado nalgumas matérias. Esse foi de resto o primeiro episódio da "cabala".
Tentativa de "ançaimar" a voz crítica?
Desde as europeias, o PS, o Governo e José Sócrates não se encontram...

MANUELA FERREIRA LEITE:
Grande entrevista a Ana Lourenço, na SIC no passado dia 24/06. Clara e esclarecedora, verdadeira e genuína. Desmistificou a questão dos investimentos públicos, reforçando o problema do endividamento do país. Insistiu numa política direccionada para as PME´s e no modelo de política social. Melhora a cada mês que passa. Acusa José Sócrates de não falar verdade, algo que a "deixa desconfiada quanto à transparência" no negócio, referindo-se em concreto ao negócio PT / Média Capital.

ECONOMISTAS SUGEREM REAVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS:
28 reputados economistas portugueses, a nata dos economistas, com oito ex-ministros das Finanças incluídos, lançaram sábado passado um forte apelo ao Governo no sentido de reavaliar os investimentos dispendiosos, com pouca ou nenhuma rentabilidade e com números incertos ao nível da criação de emprego.
O alerta passa então por pedir novas análises à viabilidade de obras como o TGV, o novo aeroporto e novas auto-estradas, projectos que podem ser assumidos como de «alto risco».
Eduardo Catroga, Silva Lopes, Campos e Cunha, Miguel Cadilhe, João Salgueiro, Medina Carreira, Campos e Cunha e Miguel Beleza são alguns dos intervenientes neste manifesto, "oriundos" de vários quadrantes políticos, nomeadamente da área do PS e do PSD.
Silva Lopes manifestou ainda algum receio de que este manifesto seja explorado para a luta política, rejeitando esta manipulação, referindo que "o objectivo é puramente técnico".
De qualquer forma e porque me parece indissociável, todos dão razão a Ferreira Leite e nenhum às políticas de investimento público do Governo do PS. Sintomático.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

A DEMOCRACIA ESTÁ CARA

Parece iniciar-se agora a discussão sobre a simultaneidade ou não das eleições legislativas com as autárquicas.

A esse propósito apenas uma nota: as últimas eleições europeias custaram ao Estado 14,25 MILHÕES DE EUROS, entre subvenções (financiamento das campanhas dos partidos) e processo eleitoral.

Em momento tão difícil e até que se prove que a simultaneidade pode colocar em causa a legitimidade democrática da escolha dos portugueses, não seria prudente equacionar poupar mais de uma dezena de milhões de euros?

quinta-feira, 18 de junho de 2009

POLITICANDO POR LÁ E POR CÁ

RECUO DO PS NO TGV:
Governo e PS recuam no pregão. Dão razão ao PSD. Dão razão ao Presidente da República. Saúdo a humildade do reconhecimento do erro que seria insistir no TGV, pelo menos antes das eleições e antes de discussão alargada e análise do custo benefício. Já agora, isto vai custar alguma coisa ao Estado?

FINANCIAMENTO DOS PARTIDOS:
Não percebi nada: primeiro votam todos a favor; depois do veto presidencial todos recuam (quase) sem excepção. Muito bem o Presidente da República - em tempo de vacas magras permitir aos partidos obterem lucros?! BE (até o BE!!!!) diz que PR põe ponto final ... para já. PCP contesta veto e fica fiel ao seu voto. PSD diz que votou a favor mas que não era bem a favor (não percebi...), mas foi apenas para proporcionar o consenso e a unanimidade!!!. O PS diz apenas (não conseguindo evitar o constrangimento) que a lei foi aprovada por unanimidade, mas meteu a viola no saco! O CDS empurra para depois das eleições, defendendo que a lei deverá ser repensada!! Isto depois de votarem todos a favor!!!
Apenas uma achega:
A lei aumentaria de cerca de 22.500 euros para 1,2 milhões de euros as quantias de dinheiro que os partidos podem receber globalmente, por ano, em dinheiro 'vivo', sem titulação por cheque ou por outro instrumento bancário em quotas e contribuições de militantes.

SÓCRATES NA SIC:
José Sócrates foi à SIC apagar a imagem de "animal feroz" e até, quem diria, admitiu erros do seu governo, mas só de casting. Será que a imagem a lembrar Guterres ainda vai dar frutos?

O PS E A GOVERNABILIDADE:
Nova bandeira decorrente da derrota nas europeias. O PS acena com a questão da governabilidade inviabilizando, pelo menos teoricamente, entendimentos à esquerda (seria suicídio político admitir acordo pré ou pós eleitoral com o BE - com o PCP é impossível), porque sabe que o centro (o que realmente dá vitórias) fugiria dali num ápice. Pede timidamente a maioria absoluta. Tarefa mais árdua do que a imaginada à uns meses? Sabe ainda que PSD e CDS mais facilmente se unem, em caso de vitória do primeiro com maioria relativa.

MOÇÃO DE CENSURA DO CDS:
Totalmente extemporânea. O CDS queria aproveitar o balão de oxigénio das europeias e leva de "mostrar serviço". Procurar reforçar a resposta dos portugueses nas europeias, juntando a essa mensagem uma moção de censura, parece-me um falhanço estratégico grave. Parece o CDS a querer ser o justo braço do povo. A questão é se o povo quer esse braço. Populista!
O PSD vai na onda e vota a favor. Mas ainda ontem ouvi Aguiar Branco dizer que o PSD afinal não estava assim tão de acordo, considerando até alguma precipitação na apresentação da moção. Votou a favor porquê, pergunto-me eu e perguntou o jornalista? Pois ... Aguiar Branco também não conseguiu explicar muito bem... nem muito mal.

GOLEGÃ - TUDO PARADO. TUDO NORMAL:
Politicamente falando, a Golegã Concelho continua na letargia do costume. Continua a não haver discussão pública, nem propaganda eleitoral, nem cartazes, nem candidato do PS, nem candidato do PCP. Nem programas, nem ideias, nem propostas! Nada. Tudo normal.
Veiga Maltez mantém o tabu. Defendi que esta seria a estratégia (a de protelar o anúncio) para projectar Rui Medinas, mas continuo firme à minha intuição. A oposição poderia aproveitar o momento para perceber as diferenças entre o PS e Veiga Maltez relativamente a questões bem importantes. É que depois é tarde...

Última nota: há formas de comunicação fora da net. Sabiam disso não sabiam....?!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

O ESTADO DO ESTADO SEGUNDO MARINHO PINTO

Esta chegou-me por e-mail, daqueles que circulam em centenas ou milhares de caixa de correio electrónico. Já conhecemos o estilo pouco ortodoxo do senhor, mas convém relembrar que ele é bastonário da ordem dos advogados, não sendo por isso um qualquer opinador anónimo.

Partilho então convosco o estado do Estado, na visão do senhor bastonário:
"Há pessoas que ocupam cargos de relevo no Estado português que cometem crimes impunemente"
DN, 27 Janeiro 2008

"Um dos locais onde se violam mais os direitos dos cidadãos em Portugal, é nos tribunais"
SIC Notícias, 27 Junho 2008

"98% dos polícias à noite estão nas suas casas. É preciso haver polícias na rua à noite fardados"
Público, 27 Junho 2008

"Há centenas ou milhares de pessoas presas [em Portugal] por terem sido mal defendidas"
Público, 27 Junho 2008

"Vale tudo, seja quem for que lá esteja, desde magistrados a outros juristas, não se pode falar em justiça desportiva, mas em prevalência manifesta de interesses e de poderes"
RTP, 08 Julho 2008

"Eu não discuto com sindicatos. Os sindicatos querem é mais dinheiro e menos trabalho"
RTP, 10 Julho 2008

"Alguns magistrados pautam-se nos tribunais portugueses como os agentes da PIDE se comportavam nos últimos tempos do Estado Novo"
RTP, 10 Julho 2008

"Estão-se a descobrir podres que eram inimagináveis há meia dúzia de meses. E não é por efeito da crise. É por efeito da lógica do próprio sistema. Parece que o sistema financeiro só funciona com um pé do lado de lá da legalidade"
JN, 28 Dezembro 2008

"Uma senhora que furtou um pó de arroz num supermercado foi detida e julgada. Furtar ou desviar centenas de milhões de euros de um banco ainda se vai ver se é crime"
JN, 28 Dezembro 2008

"Pelos vistos, nenhum banco pode ir à falência"
Público, 30 Dez 2008

terça-feira, 9 de junho de 2009

SONDAGENS FRESQUINHAS

Ou um bocadinho de mais do mesmo

Naquilo a que Pacheco Pereira tem vindo continuamente a denunciar no seu "índice do situacionismo", em "Abrupto", caberia talvez a hilariante sondagem publicada pela SIC, executada pela Eurosondagem, do socialista Rui Oliveira e Costa, a mesma que falhou redondamente em todas as sondagens que publicou durante a campanha eleitoral, que jamais fariam do PSD vencedor das eleições e fariam praticamente desaparecer o CDS do espectro político europeu.

Pois foi com a mesma pompa e circunstância que, logo após a confirmação da (talvez também por isto) imprevisível vitória social-democrata nas europeias, que a SIC anuncia que "se as legislativas fossem hoje, ganharia o PS", tal como dias antes "se as europeias fossem hoje ganharia o PS". Eu não me surpreenderia nem um pouco se o PS vencesse as próximas legislativas, pela razão essencial de que essa é uma possibilidade efectiva, porém talvez não com tanta previsibilidade com que alguns pré-anunciam essa vitória.

Mas a publicação daquela sondagem, naquele momento, logo depois do escrutínio, significa o quê???

segunda-feira, 8 de junho de 2009

RESULTADOS DAS EUROPEIAS

Totais apurados nas freguesias de Golegã e Azinhaga, e no Concelho.

EUROPEIAS 2009 - PSD VENCE NA GOLEGÃ !

CDU vence em Azinhaga. PS ganha no Concelho perdendo em ambas as Freguesias

Demonstrando uma vez mais o que aqui tenho escrito quanto à caracterização do eleitorado da Golegã, este mostrou novamente a sua volatilidade, com as vicissitudes do costume em eleições de natureza não autárquica. Nota para a vitória do PSD na freguesia da Golegã, apesar de em valor absoluto ter ficado aquém do que vale o seu eleitorado, sendo um dos partidos nitidamente afectados pela abstenção - fez apenas cerca de 60% do tradicional eleitorado social-democrata. Azinhaga continua a ser o seu "calcanhar de Aquiles", conseguindo uns modestos 16,1%, pouco mais de metade dos votos do seu principal opositor socialista. Importa referir porém que na mesa nº2 de Azinhaga, o PSD ficou apenas a 1 voto do PS, constituindo um indicador merecedor de atenção.

O PS, não obstante ter vencido as eleições no Concelho conseguindo bater o PSD por uns escassos 51 votos, perde em ambas as freguesias, realidade bem diferente de um passado recente, a que não será alheio o voto de protesto ao governo. O PS/Golegã festeja no seu site oficial esta vitória mas parece-me neste caso não ter grandes motivos para sorrir, uma vez que conseguiu apenas conquistar talvez menos de 30% do seu eleitorado fixo, derivando ao que parece os restantes para o BE e para a abstenção, sendo este um dos partidos mais afectados nessa matéria. Na mesa nº4 na freguesia da Golegã, o PS faz mesmo 4º lugar, atrás de PSD, CDS e BE, o que não deixa de ser um indicador relevante, até por se tratar de eleitores mais jovens. Os seus responsáveis locais não deixarão de olhar estes indicadores como um sinal que em circunstâncias especiais o seu eleitorado pode não lhe garantir vitórias em todas as frentes.

A CDU consegue cerca de 70% do seu eleitorado habitual, sendo menos afectada pelo fenómeno da abstenção que PS e PSD, o que aliás vai ao encontro do que se passou a nível nacional. Demonstra que o seu eleitorado está aí, disposto a elegê-la. Faz 3º lugar no Concelho a escassos 41 votos do PSD e bate o PS em Azinhaga, ainda que apenas por apenas 17 votos.

O CDS consegue a marca de 11% (em contexto legislativas nunca atingiu os dois dígitos), mas é minha opinião que isso se deve à perda via abstenção, de votos por parte de PS e PSD. Conquistou quase 80% do seu eleitorado médio, sendo a força política menos afectada pela abstenção, demonstrando novamente a fidelidade e mobilização da sua base de apoio. Julgo que espremeu quase tudo o que tinha, não me parecendo ter por aqui capital eleitoral para muito mais, sendo ainda assim de registar o 3º lugar na freguesia da Golegã, apesar de apenas com 1 voto a mais que a CDU.

O BE que não tem estrutura local na Golegã, afirma-se como uma força política a ter em conta, sendo a 4ª mais votada, parece-me que um pouco às custas da facção da esquerda socialista, como aliás aconteceu um pouco por todo o País. Faz 2º lugar na mesa nº4 na Golegã, o que não deixa de ser um indicador relevante, até porque tem precedentes. Saliento ainda o facto das forças comunistas somarem 32,5%, bem acima portanto dos cerca de 20% à escala nacional. Em contexto autárquico perceber-se-á se esses votos voltam ao PS, até porque o anúncio do seu candidato é, como se sabe, um tabu.

AFINAL NÃO FOMOS TODOS A VOTOS

Abstenção na Golegã: 65,04% (2212 pessoas não votaram num universo de 3401!!!);
Abstenção na Azinhaga: 60,58% (856 pessoas não votaram num universo de 1413!!!);
3068 pessoas não votaram no Concelho, num universo de apenas 4814!!!
Lamentável.

sábado, 6 de junho de 2009

VAMOS A VOTOS

Domingo, 07/06/09, vamos então a votos para a primeira eleição deste ano. Aproveito para apelar a todos para que exerçam o seu direito de voto, exercendo ao mesmo tempo o seu dever cívico.

Quanto à campanha que hoje termina, confesso-vos a minha desilusão. Poucos conseguiram escapar à tentação da "nacionalização" da discussão, fazendo desta a primeira volta para as eleições legislativas.

E foi pena, porque perante a importância que a Europa assume hoje nas governações nacionais, parece-me que perdemos todos a oportunidade de ficarmos mais esclarecidos. Neste cenário, Vital Moreira foi para mim uma enorme desilusão e Nuno Melo e Paulo Rangel agradáveis surpresas, com especial enfoque para a posição dificílima do segundo.

O abstencionismo dos portugueses antevê-se (outra vez) grande. Por cá, os partidos políticos locais, com excepção do CDS e da CDU (quem diria!), parecem ter passado totalmente ao lado desta campanha. Basta uma consulta rápida aos seus sites ou observar a ausência nas ruas, para o percebermos.

Ainda assim e apesar do âmbito totalmente diferente destas eleições e das autárquicas, logo "intransportável", julgo que todos irão estar atentos aos resultados eleitorais, procurando perceber e analisar o estado do eleitorado "mais puro" de cada um, no sentido de projectarem as suas possibilidades eleitorais futuras, tomando como princípio a conquista desse eleitorado mais fiel. Aguardo com expectativa o resultado do PSD e da CDU, no enquadramento do que antes refiro, porque irá demonstrar quantos efectivamente estarão "dispostos" a entrar nessas esferas.

Esperemos pois (já pouco) para ver.

Bom fim de semana a todos.

Não deixem que escolham por vós, por isso todos ás urnas.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

SPORTING DECIDE FUTURO

Disputam-se amanhã eleições no Sporting, sabendo-se finalmente o resultado da "luta" entre José Eduardo Bettencourt ou Paulo Pereira Cristóvão para Presidente do clube.

Os sócios, atentos ao que tem sido difundido pelos órgãos de comunicação social, estarão nesta altura conscientes da sua intenção de voto numa eleição que se deseja participada, visando legitimar ainda mais a posição do futuro Presidente.

Parece consensual, atendendo à frequência com que foi utilizada a máxima "devolver o clube aos sócios", que ambos os candidatos têm essa preocupação, matéria sobre a qual o ainda Presidente Soares Franco já admitiu ter sido o maior fracasso do seu "reinado".

De tudo o que vi, li e ouvi, relativamente ao reforço na ligação com os Núcleos e na sequência de algumas opiniões que já aqui (e no blog do Núcleo) deixei, considero importante reforçar algumas ideias que reputo de pertinentes e carentes de discussão alargada. (1) que as eleições passem a ser feitas nos Núcleos e não exclusivamente em Lisboa; (2) que TODOS os sócios possam exercer o seu direito de voto, independentemente do valor da sua quota, resultante da sua condição de "efectivo" ou "correspondente", porque este sistema é acima de tudo discricionário, catalogando os sócios do Sporting em 1ª e 2º categoria em função do valor da quota que pagam, motivado na maioria dos casos pela sua localização geográfica (residência) - até agora só os sócios efectivos podem votar; (3) que cada sócio valha um voto (atingida claro, a maioridade e reunindo os requisitos necessários para eleger e ser eleito) ao contrário do modelo vigente em que, pelo tempo de filiação, existem sócios que "valem" dezenas de votos e outros apenas um; (4) que a organização em torno dos Núcleos seja alterada, de forma a criar estruturas intermédias (Regionais, Distritais ou outras), optimizando a relação e o "diálogo" com o clube, garantindo a representatividade de cada núcleo integrado nessas estruturas; (5) que essas "associações de Núcleos" tenham eventual representatividade em órgãos sociais do clube, por exemplo consultivos ou outros, cuja elegibilidade carecerá naturalmente de análise aprofundada. Estas são algumas ideias base que julgo importantes na relação Sporting / Sócios, sabendo-se o papel determinante que os Núcleos poderão assumir como veículos dessa ligação.

O que refiro em (3) coloquei de resto à consideração dos presentes na minha intervenção aquando do último aniversário do Núcleo, que motivou uma reacção de Dias Ferreira, potencial Presidente da Assembleia Geral, refutando veementemente a minha sugestão de que essa teria que ser, mais cedo ou mais tarde, uma discussão a ter no seio do clube, afirmando então que esse passo poderia ser "a morte" do Sporting, porque se tornaria eminente o risco de "entregar" o clube a aventureiros, abrindo-se essa porta. Com imenso respeito e admiração que tenho por Dias Ferreira enquanto sportinguista, mantenho firme a ideia que a discussão desta questão é essencial, até porque os riscos que referiu poderão ser facilmente evitados com constrangimentos estatutários, impondo por exemplo um prazo mais dilatado como "período de carência" em termos de condições de elegibilidade de cada novo associado. O problema hoje é que "controlando" uma percentagem moderada de associados antigos, sabe-se que se pode ser eleito com relativa facilidade, atendendo ao número de votos que cada um vale. Aceito porém que esta seja uma questão merecedora de discussão, admitindo até mudar de opinião se me demonstrarem que esta alteração traria mais malefícios que benefícios nesta aproximação clube / sócios. E digo isto, porque "devolver o clube aos sócios" deve merecer todo o qualquer tipo de discussão.

Entretanto, aguardo expectante o resultado eleitoral de amanhã.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

A AGRESSÃO DE VITAL MOREIRA

"Vital Moreira associa PSD à "roubalheira" do BPN" é o título de uma crónica de O Público de 28/05/09. Segundo o autor, Vital Moreira, cabeça de lista do PS ao Parlamento Europeu, teria feito em Évora "o discurso mais violento da campanha contra o PSD, associando os sociais-democratas ao que chamou de “roubalheira” do BPN.
Sem papas na língua e ironizando, coisa para a qual tem de resto bastante pouco jeito, afirmou ainda que “certamente por acaso e só por acaso todos aqueles senhores são figuras gradas do PSD. Estamos à espera que o PSD se prenuncie sobre a roubalheira do BPN”, acrescentou. Isto não é um discurso violento, é uma agressão grave, uma vergonha, um julgamento na praça pública. Não é um comentário político. É uma agressão rancorosa. Vital Moreira que havia sido agredido à estalada, agrediu agora com palavras.

E isto surpreende-me. Basicamente porque desejo que a política seja feita e discutida no campo político puro e acima de tudo porque ainda hoje acho fantástico que os senhores do PS, do qual Vital Moreira, ex-marxista (será ex???), agora faz parte assumindo um papel de destaque, continuem a evidenciar a sua patética e auto-proclamada superioridade moral. Não foi sobre o seu chefe que um senhor em determinada situação, qual "apanhados da TV", afirmara que é corrupto? Assim mesmo, com todas a letras e por várias vezes? Não é o PS que ainda não conseguiu explicar bem a história do Freeport? E os primos, os tios e parentes? Terão agido sob a tutela do PSD? E as pressões de magistrados? Isto tudo foi verdade ou não?

Sou dos milhares de portugueses que desconfia do caso Freeport e sou dos primeiros a defender que alguém deve jamais, num estado de pleno direito democrático (não o que Vital Moreira defendeu anos a fio- esse não, obrigado), ser julgado na praça pública. Reitero por isso tudo o que já aqui escrevi: à justiça o que é da justiça, à política o que é da política. Transversalmente, sem cor, sem ideologia e sem "piedade".

Chame-se ele Freeport, BPN, BPP, o vergonhoso Casa Pia ou outro caso qualquer, o que desejo é que a justiça actue rapidamente e que sejam apurados e penalizados os culpados. Que se clarifiquem as situações deste putrefacto estado de coisas lusitano. Isto é o que desejo. O que acredito é noutra coisa...

Vital Moreira meteu-se em trapalhadas umas atrás das outras. O apoio a Durão Barroso (que Sócrates teve que travar) e o famigerado imposto europeu (o tal que não sabemos bem o que é, mas mais tarde haveremos de saber), são apenas dois dos exemplos mais emblemáticos. Se quis safar-se das trapalhadas, as que ele arranjou e as que outros lhe arranjaram com este vil ataque, mais não fez do que descredibilizar-se perante a opinião pública.

Além da divergência política pouco me move contra o PS. Muito menos contra as pessoas do PS. Já disse aqui que me lembro do PS enquanto oposição no período do "cavaquismo". Lembro-me das reacções às campanhas do Independente (claro que não eram campanhas negras ou cabalas ou ainda "caça ao homem") e do aproveitamento político que fizeram à época. E também já aqui disse que esse traço de carácter iria voltar. Só que aconteceu mais cedo do que esperava.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

SERÕES DE VERÃO

Integrado nas comemorações do seu 456º aniversário, a Santa Casa da Misericórdia da Golegã promove este ano o evento "Serões de Verão", cujo programa aqui deixo.