domingo, 8 de junho de 2008

O PETRÓLEO E AS ENERGIAS ALTERNATIVAS

Os preços do crude registam a maior subida diária de que á memória nos mercados internacionais, prevendo-se que possam atingir os 150 dólares / barril durante o próximo mês, tendo de resto atingido já a marca histórica de 137 dólares. A maior taxa de desemprego nos Estados Unidos da América dos últimos 22 anos e o enfraquecimento do dólar face ao euro, têm despoletado uma protecção pelos especuladores, enquanto os investidores procuram alternativas, segundo opiniões de alguns especialistas.

Entretanto, verificou-se novo recuo do dólar face ao euro, depois de o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet ter afirmado ontem que o banco central poderá ter que aumentar as taxas de juro já no próximo mês para travar a inflação. Em Maio, a taxa de inflação na zona euro fixou-se em 3,6%, o nível mais elevado dos últimos 16 anos.

Parece que estamos perante um "choque petrolífero", só que desta vez as varáveis tendem a ser mais constantes - i.e. - não há capacidade de produção para a procura; como tal, o preço de oferta aumenta em função da demanda. A especulação continua em alta, com gravíssimos prejuízos para as economias europeias.

Perante este cenário, torna-se evidente a necessidade imperiosa e rápida de encontrar outras formas de energia alternativa que podem até trazer benefícios acrescidos na manutenção ambiental, desenvolvimento económico sustentado fruto de introdução de inovação tecnológica menos poluente e, talvez até, mais rentável.

A questão até aqui parece simples dentro da sua própria complexidade, mas falta ainda equacionar a regulamentação de tudo isto, sendo para tal inevitável vontade política. Inovar tecnologicamente "against the crude" é por si só insuficiente, sendo absolutamente decisivo regulamentar a produção e utilização das formas de energia alternativa.

Temo é que essa regulamentação e consequente "vulgarização" das energias alternativas levará mais tempo e fará correr mais tinta do que a "simples inovação tecnológica".

Por cá discute-se com alguma pertinência a (suposta) cartelização dos preços dos combustíveis, apesar da Autoridade da Concorrência (AdC) ter concluído a não existência de um cartel de preços no mercado dos combustíveis. Mas olhando para a forma, o valor e os timings com que têm ocorrido os aumentos, não deixa essa dúvida de persistir.

Deduzo que esta discussão não termine por aqui.

Sem comentários: