quinta-feira, 30 de setembro de 2010

ERA ISTO A POLÍTICA DE (IN)VERDADE

Um pouco em contraponto à publicação que aqui partilhei, importa, para completar, confrontar na realidade a "Política de Verdade" com a política do faz de conta, da visão ficcionada de um País à beira do abismo e em que para alguns a solução é dar um passo em frente. O decoro impede-me de colocar outro título, por isso preferi um eufemismo.

O que me irrita mais nestes governantes, no Sr. Primeiro-Ministro particularmente, é a criação da ilusão, o mascarar da realidade e a dificuldade na sua relação com a verdade e com a franqueza. É que ouvi-lo(s) hoje (ontem) e ouvi-lo(s) duas semanas, deixa-nos a sensação de passarmos de realidades tão distintas que tal viagem nos deixa embriagados pela velocidade imposta pelo golpe de magia.

Mas passemos a exemplos, com citações do Sr. Primeiro-Ministro: (retirado do blogue "31 da Armada")

24 de Novembro de 2009 – “A principal preocupação da política económica do Governo é a recuperação económica e o emprego. Nesse sentido, não é compaginável com esses dois objectivos um aumento de impostos”, afirmou

2 de Fevereiro 2010 – "Vamos fazer uma consolidação orçamental baseada na redução da despesa e não através de aumento de impostos, porque isso seria negativo para a economia portuguesa".

8 de Março 2010 – "O Governo vai concentrar-se na redução da despesa do Estado, tarefa que é provavelmente a mais difícil e exigente. Mais fácil seria aumentar impostos, mas isso prejudicaria a nossa economia".

30 de Abril 2010 – Sócrates garante que não há aumento de IVA. "O que vamos fazer é o que está no PEC. A senhora deputada vê lá o aumento do IVA? Não vê", disse o primeiro-ministro no debate quinzenal no Parlamento, perante a insistência da deputada do Partido Ecologista "Os Verdes", Heloísa Apolónia. "Estamos confiantes e seremos fiéis ao nosso programa. São essas medidas que importam tomar".

12 de Maio 2010 – "Portugal registou o maior crescimento económico da Europa no primeiro trimestre deste ano. Portugal foi o primeiro país a sair da condição de recessão técnica e o que melhor resistiu à crise".

16 de Junho 2010 – O primeiro-ministro, José Sócrates rejeitou, em Bruxelas, o cenário de redução de salários na função pública, afirmando acreditar que as medidas já adoptadas pelo Governo são suficientes para atingir os objectivos orçamentais em 2010 e 2011.

24 de Agosto 2010 – “Entre Janeiro e Junho, a nossa economia cresceu 1,4 por cento, face às estimativas de 0,7 por cento para o ano inteiro”. Nestes seis meses, o crescimento da economia que se verificou em Portugal foi o dobro do previsto pelo Governo no início do ano”, afirmou o primeiro-ministro em Vale de Cambra.

Terminei o outro artigo com o que abaixo transcrevo. Termino este exactamente da mesma forma:

"Portugal não quis a política de verdade. Preferiu outras políticas.

Agora aguente-se..."

JÁ DIZIA O OUTRO...

NÃO PEÇAS CLEMÊNCIA, Ó JOSÉ

A culpa do descontrole das contas públicas é da crise, afirma permanentemente José Sócrates e seus pares. O mesmo que para justificar os últimos aumentos de impostos (em Maio) afirmou que numa semana o mundo mudou, pese embora andasse a ser avisado de todos os lados que o mundo estava a mudar à vários meses. Não viu, porque não quis ver.

Entretanto gastara desmesuradamente e aumentou a despesa pública corrente em quase 13 MILHÕES DE EUROS EM 3 ANOS (2005/08). Em todos os anos o aumento da despesa foi real e superior a inflação e em todos os anos esse aumento foi superior ao do PIB o que significa que em cada ano que passava gastávamos mais do que produzíamos.

Cada um de nós, que tem que gerir os nossos orçamentos familiares ou das nossas empresas, sabe o que isto significa. Em 2004 a despesa corrente equivalia a 42,1% do PIB e volvidos 4 anos já representava mais de 43%. Isto foi na fase de pré-crise. Mas José, O Entusiasta, lá foi resolvendo o problema, procurando colmatar o buraco com o aumento da carga fiscal.

Antes da crise, o Governo gastava demais; veio a crise e continuou a gastar demais; em plena crise, gasta demais. E depois de anos sem reduzir nem tão pouco controlar a despesa pública, diz ao País que o PSD pode colocar em causa a estabilidade de Portugal, por não concordar com tamanho desgoverno!

José, O Entusiasta, faz-me lembrar o fulano que matou o pai e a mãe e depois pediu clemência ao Juiz por ser órfão.

Neste "julgamento", não peças clemência ó José! Espero que nenhum "juiz" te a dê.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

GOLEGÃ

Imagem retirada do blogue Abrupto

ERA ISTO A POLÍTICA DE VERDADE

Alguns acusaram-na de reclamar para si o dom da verdade, acusando-a deixar implícito que o seu adversário não seria seu grande apologista. Outros, especialistas em marketing político, criticaram o slogan. Outros, como eu, acreditaram nele e nela.

Mas o tempo é sempre o melhor conselheiro e hoje podemos perceber melhor o que era afinal a Política de Verdade.

Vamos a exemplos:

" A presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, afirmou esta quinta-feira que se formar Governo riscará o investimento na rede ferroviária de alta velocidade (TGV) e estimou que o desemprego poderá atingir os dez por cento, escreve a Lusa". VERDADE!

"A presidente do PSD disse que estará «sempre contra» investimentos cujo benefício «não tenha nada a ver com a produção nacional, porque vai ser tudo importado, nem com a mão-de-obra nacional, porque vai ser toda importada ». VERDADE!

"Infelizmente eu admito que a taxa de desemprego seja capaz de subir mais de um ponto ou dois. Pode atingir os dez por cento e se não atingir os dez por cento é porque existe muito artifício". VERDADE!

"A ex-líder social-democrata alertou ainda para o facto de não haver "uma palavra em todo o relatório, uma só, sobre redução, por exemplo, de organismos públicos, sobre redução do Estado". VERDADE!

"Todas medidas são no sentido da despesa social, são no sentido do aumento de impostos, são no sentido de ver como as pessoas, cada um de nós, pagam a despesa, ou reduz a despesa mas aumenta a receita", alegou Ferreira Leite". VERDADE!

"Manuela Ferreira Leite sustentou que José Sócrates "não se importa de se envolver em grandes encargos, mesmo que eles nos endividem, desde que eles não tenham expressão orçamental". VERDADE!

"Se o senhor entra em encargos que implicam em défices externos, está a incorrer naquilo que é fatal para o país. Como é que quer que eu confie naquilo que o senhor está a propor se o senhor na apresentação do orçamento omite o grande problema do país e aquele em que se baseia a viabilização do orçamento por parte do PSD?", perguntou a ex-ministra das Finanças ao primeiro ministro. " VERDADE!

Estas são palavras de Manuela Ferreira Leite ou notícias sobre declarações suas, decorria o ano de 2009. Era verdade. Eram reais as suas preocupações e legítimas as suas recomendações.

Portugal não quis a política de verdade. Preferiu outras políticas.

Agora aguente-se...

terça-feira, 28 de setembro de 2010

EDUCAÇÃO - É ESTE O CAMINHO?

Quando ouço José Sócrates falar com entusiasmo sobre a Educação (ele fala com entusiasmo de tudo... o que lhe convém) e no crescimento do número de licenciados, etc., etc., etc., confesso que nem sempre apreendo a mensagem da melhor forma.

Será a isto que ele se refere?

Bem, entre isto e exames de inglês por fax ao domingo também não há grande diferença...

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

ADEUS. ATÉ PARA O ANO.

Pode ter significado isso mesmo. Um adeus ao título, em Setembro de 2010, quando o campeonato termina lá para Maio de 2011. Não me peçam para não ser pessimista. Passei mais de duas décadas a não sê-lo. Tinha expectativas e esperanças. Acreditava.

Acreditava antes que 10 pontos à 6º jornada eram perfeitamente recuperáveis. Sonhava que seria possível festejar o título no final da temporada. Foi assim durante mais de 20 anos. Mas nunca acontecia. Devido à ilusão, vinha mais tarde a desilusão.

Agora dificilmente me desiludo quanto ao desfecho final, o que não significa que não sinta frustrações repetidamente, semana após semana.

Dez pontos de atraso em 18 possíveis não é mau. É péssimo.

E um qualquer destes dias começará a discutir-se (em relação ao futebol, a força motriz dos clubes) se faz sentido falar em 3 grandes, ou em 2 grandes + 1.

IRONIAS DO DESTINO

José Sócrates e o seu Governo têm, parece-me quase consesual, gasto à "grande e à francesa". Têm depauperado os cofres do Estado Português. Têm endividado o Estado até à raiz dos cabelos. Têm-no feito sozinhos.

Agora precisam da companhia do PSD para aumentarem impostos?!

domingo, 26 de setembro de 2010

E ESTA, HEIN?!

"O Presidente iraniano, Mahmmud Ahmadinejad , voltou hoje a questionar a autoria dos atentados de 11 de setembro em Washington e Nova Iorque e também voltou a desafiar os Estados Unidos a apresentarem provas.

Ahmadinejad, que falava à chegada a Teerão, proveniente de Nova Iorque, onde interveio na Assembleia Geral da ONU, insistiu que o governo norte-americano não deve esperar que os outros acreditem nas suas declarações.

"Se tudo que o que dizem é verdade, devem apresentar as suas provas contra os terroristas", disse.

Ahmadienjad renovou igualmente a acusação que fez há dias perante as Nações Unidas: os ataques de 11 de setembro serviram para lançar uma guerra contra o terrorismo e ressaltou a necessidade de ser criada uma comissão que investigue o que se passou.

"Este assunto requer mais estudos e deve ser feito por intermédio de um comité independente, que permita chegar à verdade", sublinhou.

Durante o seu discurso na Assembleia Geral da ONU, o presidente iraniano acusou os Estados Unidos de terem organizado os atentados, o que motivou a reprovação da maior parte da comunidade internacional, com os representantes norte-americanos e da União Europeia a abandonarem o hemiciclo."


in Expresso, 25/09/2010

E SE O FMI VOLTASSE A PORTUGAL?

Já cá esteve na primeira metade dos anos 80. Todos desejamos que não volte. Mas afinal, que aconteceria se eles cá viessem meter ordem na casa?

Dizem os especialistas que acabariam de imediato as SCUTS; que o subsídio de natal dos funcionários públicos não seria pago, entre outras medidas de austeridade face aos mesmos; que nas empresas públicas deficitárias (são tantas e tão deficitárias) haveriam despedimentos em massa; que haveriam aumentos de impostos; que algumas das prestações sociais seriam alvo de reajustamentos. Dizem ainda os especialistas que enfrentaríamos então uma forte recessão, para nos reerguermos mais estruturados. Mas isso dizem os especialistas.

Eu para já nem digo nada...

sábado, 25 de setembro de 2010

AO TAPETE

Já vem um bocadito a destempo, mas cá fica. O Sporting foi ao tapete na Luz frente ao Benfica. No fundo, um resultado normal num derby desta natureza.

Menos normal a falta de arte, de engenho, de entrega e de classe. Enorme falta de dinâmica nos processos ofensivos, estranho desacerto nos processos defensivos, os menos difíceis de trabalhar. Este Sporting é nitidamente para consumo interno e apenas para lutas de segunda linha. É triste, mas é assim. Não dá para mais.

Paulo Bento errava porque jogava sempre em 4x4x2 losango e não tinha sistemas alternativos; Paulo Sérgio tem uns 3 ou 4 sistemas e durante um só jogo chega a utilizá-los todos. Ora temos um 4x4x2 clássico, ora um 4x2x3x1 para aproveitar Matias Fernandes que não cabe noutro, ora um 4x3x3 ineficaz. Ganhar rotinas assim não parece fácil. E o Sporting da pré-época? Anda onde? Ela serviu para quê?

Ainda desejo não ter razão, mas cada vez mais me convenço que tenho. Convenço-me no sofá, claro.