quarta-feira, 27 de maio de 2009

ISTO NÃO É SÓ UM ESTUDO PRÉVIO. É ACIMA DE TUDO UM ERRO.

(in programa eleitoral, PS, 2005)

Este foi o "projecto" apresentado pelo PS há quatro anos, como compromisso de desenvolvimento da zona industrial. Ou melhor, estará longe de ser projecto de execução, talvez nem um projecto base, mas alguma coisa que se aproxima de um estudo prévio. No fundo, uma imagem para um programa eleitoral. Leiam-se os cinco pontos associados à matéria e cada um que tire as suas conclusões.

Eu sou logicamente e na sequência do que aqui tenho expressado, favorável ao desenvolvimento da zona industrial, considerando-o mesmo como um vector essencial para o futuro do Concelho. Mas também faço parte do lote dos que olham esta questão com prudência, porque tenho a noção de que este é um processo que pode tornar-se algo complexo, complexidade essa que poderá influir nas condições em que a zona industrial viria eventualmente a ser colocada no mercado. Não obstante esta ideia, assumo claramente que é um projecto que deve ser alvo de estudo detalhado, quer sob o ponto de vista da sua viabilidade económica e financeira, quer sob o ponto de vista do impacto ambiental, quer ainda e não menos importante, sob o ponto de vista do impacto social a médio / longo prazo.

Pese embora o que defendo, este não será certamente "o meu" projecto, por um conjunto de razões, das quais algumas procurarei sintetizar. Como questão fundamental, acho absolutamente inapropriada a co-integração de zonas residenciais, industriais, comerciais, de lazer e turísticas, tendo até reservas que instâncias competentes concordem com o estudo prévio em questão. Inapropriada porque o núcleo urbano da vila está longe de esgotar as respostas em termos de desenvolvimento habitacional e porque, ao contrário da ideia da dispersão, entendo que devem ser orientadas políticas de reabilitação e de densificação habitacional em zonas urbanas onde se tem vindo a adensar a quantidade de edificações devolutas e degradadas, logo não me parecendo justificável a necessidade premente de expansão habitacional para aquela zona. Inapropriada porque a qualidade ambiental das áreas residenciais, comerciais e turísticas previstas não poderia ser naturalmente a adequada (não sei se chegou a ser feito algum estudo de impacto ambiental, por rudimentar que fosse), se tomarmos em consideração factores como qualidade do ar e nível de ruído, entre outros. Se perguntarmos a cada um de nós se gostaríamos de viver paredes-meias com uma fábrica, com armazéns ou estaleiros, concerteza que encontraremos com facilidade a resposta.

É, entre outras, por estas razões, que entendo que este processo deve ser todo repensado, com a elaboração dos estudos necessários que permitam aos decisores terem na sua posse as imprescindíveis informações do foro ambiental, económico-financeiro e social, que possibilitem que este possa ser um passo bem dado, sem "flores", sem megalomanias, onde sejam privilegiados acima de todos, os supremos interesses do concelho.

Sob o ponto de vista político, já o disse mas não me parece demais repeti-lo, esta é uma pecha na governação PS da última década, que em meu entender, não enveredou por esta via de desenvolvimento por mera estratégia (porque não quis), por considerá-la antagónica, divergente e contra-natura à da afirmação da vila "Golegã - Capital do Cavalo", receando o impacto negativo e depreciativo que os resultados sociais do desenvolvimento do tecido económico poderiam ter no desvirtuar, na sua perspectiva, a afirmação dessa marca. Neste ponto em particular, eu não poderia estar mais em desacordo.

Na parte final de um texto que aqui deixei, já expressei a minha ideia sobre o "agitar desta bandeira" por parte do PS, daqui a pouco tempo. Aguardemos pois.

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