terça-feira, 13 de outubro de 2009

GANHOS E PERDAS

Em jeito de despedida do tema, que já vai longo, faltava apenas sintetizar os ganhos e perdas das diversas candidaturas.

O PS e Veiga Maltez foram naturalmente os grandes vencedores destas eleições. Reforçaram o seu poder na Câmara Municipal, eliminando daí a oposição, como já se disse. Foi vencedor por isso, que já não é pouco, mas falhou noutros dois objectivos: não conseguiu recuperar a freguesia de Azinhaga e tão pouco impedir nova maioria absoluta de Vitor da Guia e perdeu um lugar de deputado municipal. Na junta de freguesia da Golegã nada de novo, com a reeleição tranquila de Constantino Gaudêncio. Governará a CM com uma representação nunca antes vista, sem ter que fazer quaisquer concessões (o que já acontecia) sem ter desta vez o acompanhamento atento e fiscalizador da oposição.

O PSD foi sem dúvida o grande derrotado das eleições. Perdeu o vereador eleito à 4 anos, perdeu um deputado municipal e passou a ser a 3ª força política local. Teve um mau resultado na junta de freguesia de Azinhaga, não elegendo aí nenhum elemento, se bem que esse seria à partida um objectivo muito difícil de atingir. Vai concerteza reflectir sobre o processo eleitoral que agora terminou, sendo que os resultados não deixam de provocar algum desconforto. Consegue uma fraca captação do eleitorado da Golegã e fraquíssima em Azinhaga, onde investiu tudo nos últimos anos, o que não deixou de ser estranho, dado que a grande parte (quase 80%) do seu eleitorado está aqui. Fez o segundo pior resultado de sempre no concelho. Tem uma direcção com um mandato para cumprir e estou certo que o assumirá até ao fim. Como curiosidade, não obstante ter um candidato de Azinhaga, perde mais votos aí que em 2005 (-124) do que na Golegã (-117).

O GIGA, sendo um dos vencedores, é um caso menos recto de análise. Vence a JFA com maioria absoluta, o que não constituiu surpresa e elege dois deputados municipais. Neste ponto de vista, são só ganhos. Ainda assim pareceu sempre estarmos na presença de dois GIGA's: um na Azinhaga, fortíssimo na candidatura à JF, com um candidato carismático e com elevada capacidade eleitoral; outro GIGA na Golegã, mais amorfo, menos exuberante, esperando ansiosamente do que Vitor da Guia pudesse amealhar em Azinhaga. Deu a ideia de pretender conseguir reunir consensos e constituir-se como um força alternativa que pudesse concentrar os "não-votos" do PS e os "não-votos" dos partidários mais flexíveis, mas falhou nesse propósito. Vitor da Guia acabou por capitalizar menos que o esperado (CM) e o grupo, que complementaria essa mais valia, fracassou.

A CDU é o que é. Mais um bocado e passava ao lado da campanha, faltou a debates, sugeriu um candidato nada preparado e apresentou sob o ponto de vista programático uma mão cheia de nada, mas contou com os votos dos indefectíveis comunistas, apesar de fazer o pior resultados de sempre. Perdeu um deputado municipal (tinha 2). Ainda assim, no meio de tantos problemas e fragilidades, faz 4º lugar no Concelho e salvou a hora do convento. Como curiosidades, perdeu apenas 45 votos na Golegã, face a 2005 tendo perdido em Azinhaga, terra do candidato, 102.

O CDS-PP mais do que duplica a sua melhor votação de sempre em contexto autárquico, conseguindo eleger um elemento na AM, com 191 votos. Curiosamente, os dois cabeças de lista (JFG e AM) viriam a fazer mais votos que Pedro Azevedo à CM, que conseguiu 165. Atingiu uma franja de eleitorado mais jovem, o que lhe permitiu "bater" o PSD e o GIGA numa das assembleias de voto na Golegã. Era o que à partida menos tinha a perder, saindo reforçado com a representatividade em 2 órgãos, que não tinha. Ainda assim não conseguiu descolar do último lugar, pese embora tenha conseguido valores muito próximos do que vale o seu eleitorado sócio-ideológico no concelho.

Uma última nota para o eleitorado: pensei sinceramente numa abstenção mais baixa, atendendo às circunstâncias da eleição, mas tal não veio a verificar-se, subindo até de 33.3% para 36.61%. Melhor comportamento dos eleitores de Azinhaga que com uma abstenção de 29.10% face à de 39.70% na Golegã, demonstrando outra vez ser mais assíduo e mais participativo quando chamado a pronunciar-se. Além disso foi, como costuma ser, menos unanimista que o eleitorado goleganense, o que não deixa de ser um aspecto importante.

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