sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

CAMPANHAS ELEITORAIS - OS PRIMEIROS INDÍCIOS

Sabendo-se que 2009 será um ano com eleições legislativas e autárquicas, notam-se já algumas movimentações partidárias de preparação atempada desse processo.

Veja-se por exemplo a renovação governamental levada a cabo pelo primeiro ministro, em áreas sensíveis como por exemplo a da saúde, onde, pese embora o discurso de "saiu o ministro mas mantêm-se as políticas", se prevê um abrandamento de medidas impopulares, geradoras de manifestações de desagrado generalizadas, oriundas de vários sectores da sociedade. A saída de Correia de Campos e a entrada de Ana Jorge, conotada com a "facção" de Manuel Alegre, visa acima de tudo dois objectivos claros. O primeiro de promover um abrandamento da contestação popular, adoptando um estilo mais low profile nas políticas de saúde; a segunda de "agarrar" a nível interno, uma ala do PS que apesar de estrategicamente discreta, apresenta, sobretudo do ponto de vista ideológico, clivagens evidentes com o Governo e José Sócrates. Claro é que as manobras de renovação são um forte indicador de preparação atempada das eleições do próximo ano.

Por cá, com a recente promoção de um "jornal" municipal, de publicação bimestral, juntando-se ao já existente boletim informativo de publicação anual, sob pretexto das actividades do município serem de tal ordem que carecem de um veículo informativo mais permanente, mostra à evidência que o PS, lá como cá, não dorme na forma. Por cá, numa fase que pode ser de transição ao nível do protagonista na liderança da futura lista do PS à C.M., o partido sabe que é tempo de preparar devidamente o caminho, para que a meta seja passada em primeiro lugar.
Ténue é a linha que separa as acções de promoção do PS enquanto estrutura política, da maioria do mesmo no Município e, por isso, vou escusar-me de discutir, pelo menos para já, se os meios usados nessa promoção são, sob o ponto de vista ético, aceitáveis ou não. Isso conduzir-nos-ía a um caminho de discussão e reflexão sobre a construção dos partidos pelo poder, ou seja, na sua consolidação pelo exercício do mesmo, que é justamente o caso do PS/Golegã. Iremos ter tempo de lá chegar.
Mas é também aqui evidente a manifestação de uma estratégia de comunicação, visando como objectivo claro a vitória nas eleições autárquicas próximas.

Quanto aos partidos da oposição, PSD e CDU, continuam a assobiar para o ar, expectantes de que melhores dias virão, sabendo-se que se não provocarem em si próprios uma inflexão estratégica urgente, serão, de novo, figurantes neste filme.

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