quarta-feira, 17 de setembro de 2008

QUEM FALOU EM CARTELIZAÇÃO?!

Apesar da descida do preço do petróleo, que ontem chegou a valores inferiores a 90 dólares por barril no mercado de Londres, as gasolineiras portuguesas resistem à descida dos combustíveis.

Este cenário (o do preço do barril de petróleo), praticamente iguala o verificado em Dezembro de 2007, quando pagávamos em média 1.18€ por um litro de gasóleo e cerca de 1.36€ por gasolina sem chumbo 95. Ontem e pese embora a descida referida, o gasóleo na Galp custava-nos 1.31€, mais 0.13€ que em Dezembro de 2007 (26 escudos!), o que representa por exemplo num abastecimento de 60 litros, qualquer coisa perto dos 8.0€ a mais do que naquele período.

Apenas a título de curiosidade, adianto que de Dezembro de 2006 ao mesmo mês de 2007, o gasóleo subiu 17,2% em Portugal; o preço do petróleo, 1,5% em euros. Elucidativo !
Constata-se assim que a baixa do preço do petróleo não influi, proporcional e simultaneamente, na descida dos custos dos combustíveis em Portugal. Ao contrário, sempre que a fonte energética sobe no mercado londrino, os preços dos combustíveis acompanham sempre essa subida. Tal situação, motivou já a intervenção do Governo, no sentido de alertar para esta estranha situação.

O secretário-geral da Associação de Petrolíferas, admitiu que, face à instabilidade registada nos mercados internacionais, em especial nos Estados Unidos os preços "poderão subir novamente", o que significa traduzindo por miúdos, que os quando os preços do petróleo sobem, os combustíveis sobem, quanto aqueles descem os combustíveis mantém-se (ou não descem de forma proporcional) não vá o diabo tecê-las. Paga Zé Povinho, porque primeiro estão os interesses dos especuladores.

O ministro da Economia considerou ontem positiva a descida do preço de petróleo e espera agora, como é sua "obrigação", que as petrolíferas "também baixem" o preço de venda ao público. Manuel Pinho adiantou ainda que os elevados preços do petróleo nos últimos meses tinham uma forte componente especulativa. Saúda-se esta pressão do Governo, mas veremos até onde pode ir e que resultados concretos poderá produzir.

Neste sobe muito e desce pouco, vamos tentando perceber o que se vai fazendo em Portugal no âmbito das energias alternativas, o verdadeiro caminho para fugir a estas oscilações, atendendo à dependência total do petróleo. Por enquanto vamos tentando, até ao dia em que talvez consigamos perceber.

Já agora e a propósito... quem falou em cartelização nos preços dos combustíveis ?!

Sem comentários: