quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

A DITADURA DA MAIORIA

Quando o uso do poder político serve para ditar regras de conduta sem repúdio por actos de injustiça e falta de equidade, sem repulsa pela descriminação das minorias, sem respeito pelas alternativas e oposições, servindo de contra-corrente a instituições e associações com objectivos obscuramente políticos descurando a coisa na essência, sem apreço e respeito pela divergência, sem pudor na manipulação, estamos perante uma democracia claramente desvirtuada.

É ela própria, a democracia, que abre essas portas com a concentração excessiva de poderes. Depois, os que passam pela porta, instrumentalizam-no politicamente, privilegiam a partidarite, cercam os contra-poderes, retiram protagonismo aos que merecem e atribuem-no aos seguidistas. Vangloriam-se. Endeusam-se. Como se ontem não tivesse havido história e como se amanhã não houvesse futuro. São egocêntricos e demagógicos.

Tentam pôr freio nos discordantes. Não os suportam. São ardilosos e cuidadosos, os ditadores das maiorias. São inteligentes e espertos. Têm a gula do poder e sentem luxúria pela subordinação alheia. Adoram o espelho e a idolatração.

Ou não?!

1 comentário:

Unknown disse...

Disse Goethe:

"Nada é mais repugnante do que a maioria, pois ela compõe-se de uns poucos antecessores enérgicos; velhacos que se acomodam; de fracos, que se assimilam, e da massa que vai atrás de rastros, sem nem de longe saber o que quer"