segunda-feira, 24 de março de 2008

CICLOVIAS - Boa intenção, má execução



Num passado recente foram introduzidas pela Câmara Municipal e bem, várias ciclovias na Vila da Golegã, pretendendo fazer face às necessidades dos (felizmente muitos) utilizadores da bicicleta, libertando-os também de alguma forma de constrangimentos no trânsito que foram sendo gradualmente implementados. Saúdo com sinceridade a iniciativa e os seus promotores. Contudo, a implementação das ciclovias, resvalou em algumas dificuldades, que se prendem por um lado com algumas características das ruas onde vieram a ser criadas, nomeadamente das larguras transitáveis das ruas em causa, entradas de viaturas para residências, conflitualidade com passeios e caminhos pedonais, etc. Talvez também por algumas dificuldades económicas, as soluções técnicas encontradas não foram as melhores, já que a optimização desta nova conjuntura, obrigaria a alterações bem mais profundas que as introduzidas.

Assim, as ciclovias criadas, passaram de pouco mais de pinturas em pavimentos, delimitando as zonas de circulação rodoviária das zonas de circulação de bicicletas. Na minha opinião, qualquer ciclovia ou ciclofaixa deverá garantir em primeiro lugar a segurança dos seus utilizadores, dada a proximidade com o tráfego automóvel.

Devem por isso ser concepcionadas de forma a proporcionar aos seus utilizadores e também aos automobilistas que circulam nas vias adjacentes, condições ideiais para evitar quaisquer riscos de acidentes, devendo, sempre que possível, serem dotadas de separação física ou de diferenças de cotas de pavimentos relativamente às vias rodoviárias.

O que em meu entender não pode acontecer, é concepcionar ciclovias em que cujo trajecto seja alvo de "invasão" inevitável de trânsito automóvel, em especial trânsito pesado. É, em meu entender, inconcebível criar uma ciclovia onde OBRIGATORIAMENTE o trânsito automóvel tenha que circular, "partilhar" e "disputar" as zonas que seriam supostamente destinadas APENAS a ciclistas, para garantia da sua própria segurança. Posto isto, apresento-vos o primeiro exemplo de uma ciclovia na Golegã - Rua José Relvas - que não garante MINIMAMENTE a segurança dos seus utilizadores.


Acresce ao que escrevo, que no seu desenvolvimento, existe uma "zona de cargas e descargas" (do Restaurante Café Central) que, quando usada, ocupa toda a ciclovia, obrigando os ciclistas a entrarem na faixa destinada a automóveis, sendo possível que o façam necessáriamente em contra-mão com o sentido do trânsito, caso sigam da "praça" para o Centro de Saúde. Essa "zona de cargas e descargas" é perfeitamente assumida e conhecida, como se pode constatar da sinalização vertical colocada, que passa de "estacionamento e paragem proibida" para "estacionamento proibido" no troço por detrás do referido restaurante. Por isso e em relação às ciclovias e este caso em concreto, bem a Câmara Municipal na intenção mas mal na execução.







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