terça-feira, 17 de agosto de 2010

DEPOIS DAS FÉRIAS

Depois das sempre desejadas (e já agora, digo eu, merecidas) férias de verão e depois também de não ter cumprido a promessa de voltar a dinamizar o Golegã XXI com mais assiduidade, cá estou, desta vez prometendo apenas tentar vir muitas mais vezes, desejando que venham também (e também por isso) mais amiúde.

Entretanto e para já, deixo-vos apenas duas sugestões de leitura, de um autor português de quem fiquei incondicionalmente fã e que "me acompanhou" com duas das suas excelentes obras no meu curto mas muito bem passado retiro de férias (desta vez sem telemóvel e sem portátil - tinha feito uma promessa solene à minha mulher nesse sentido). Refiro-me ao sobejamente conhecido José Rodrigues dos Santos (JRS), que nos "entra" diariamente em casa via RTP, com o mesmo brilhantismo como pivot quanto aquele que manifesta enquanto autor.

Quanto aos livros, falo de "A vida num sopro" e "Fúria Divina". No primeiro, um retrato do Portugal conservador dos anos 30, sob o regime ditatorial de Salazar, em pleno auge do Estado Novo, brilhantemente romanceado por JRS. Daqueles que dá gosto ler até esgotar as cerca de 600 páginas.
Quanto a "Fúria Divina", sou incapaz de me manifestar sem parafrasear o autor, que disse aquando a apresentação do livro "gostaria que os meus livros fossem ao mesmo tempo um passatempo e um ganha tempo". Resume na perfeição a minha visão da obra. Um entretido e entusiasmante passatempo e um valoroso ganha tempo. Um romance inquietante sobre o fundamentalismo islâmico, num romance que cruza na perfeição a ficção com a relidade. Revisto por Abdullah Yusuf, um dos principais operacionais da Al-Qaeda (consta que próximo de Bin Laden e autor de um atentado daquela organização) atesta sobre o realismo do islão ortodoxo e no cumprimento "á letra" de um Alcorão que apela fortemente à jyhad, numa cruzada contra o mundo não muçulmano e até contra aqueles que, segundo os mais radicais, não o serão totalmente, conforme a shari'ah, a lei divina do Alcorão. Inquitante por tantas coisas e até pela possibilidade de colocar uma célula adormecida da Al-Qaeda bem debaixo do nosso nariz. Por exemplo já ali, em Lisboa...
Mais 600 páginas de puro prazer e, acima de tudo, do tal ganha tempo.

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