segunda-feira, 16 de novembro de 2009

GOLEGÃ DE VOLTA À NORMALIDADE

A Golegã começa a voltar à normalidade, finda mais uma edição da sua sempre concorrida feira anual. Para quem cá vive, este é sempre um dia algo melancólico, típico dia de fim de festa.

O dia de hoje contrasta naturalmente com os da última semana. O peculiar som dos cascos dos cavalos nas ruas empedradas e no asfalto deu hoje lugar ao barulho das máquinas de limpeza; o largo do Arneiro, então engalanado para recepção a cavaleiros e visitantes é hoje uma azáfama terrível de desmontagens e cargas das estruturas provisórias da feira; os equinos que ficaram alojados para hoje são carregados e transportados para os seus locais de origem; vêm-se ainda alguns resistentes, regra geral mais jovens mostrando no rosto sinais de noites longas, carregando mochilas e sacos-cama, também eles de volta à sua normalidade; o fumo dos assadores de castanhas já não se difunde na névoa das noites frias; a mescla dos "cheiros a feira", os pregões dos feirantes, a música nas ruas, já nada é igual a "ontem".

Hoje já todos temos lugares para estacionar. Os constrangimentos excepcionais ao trânsito já quase desapareceram, as ruas já estão, a esta hora, quase desertas como é habitual por aqui. As garagens já deixaram de ser restaurantes e tascas e já servem novamente para guardar os carros. Nos cafés, os cavaleiros e amazonas que "ontem" ostentavam os seus trajes tradicionais deram lugar às pessoas que agora trabalham para acabar de vez com a feira de 2009. Muitos goleganenses já cuidam das limpezas das suas casas, que converteram provisoriamente em alojamentos alugados. Muitos deles suspiram de alívio, outros já de nostalgia.

Hoje já nos cumprimentamos todos na rua, porque quase já não há rostos desconhecidos. Milhares daqueles que vêm "à Golegã", não imaginarão como é de facto a Golegã, despida do buliço típico da época, da inquietude do São Martinho.

A Golegã é assim. É uma terra de tal ordem encantadora que mesmo perdendo em poucas horas tanto encanto, continua sempre... encantadora.

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