sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

QUANTOS LUGARES CABERÃO À OPOSIÇÃO?

Alguma coisa se tem falado sobre as possibilidades de eleição de mais vereadores da oposição, no sentido de dotar a autarquia (leia-se Câmara Municipal) de uma maior e mais proporcional representatividade. Realmente, sob o ponto de vista teórico, esse equilíbrio poderá resultar num também maior equilíbrio nas gestões municipais e, principalmente, na multiplicidade e na abrangência das estratégias de desenvolvimento a adoptar.

No caso do Concelho da Golegã, têm-se lido e ouvido algumas opiniões relativamente a esta matéria e até, nalguns casos, traçam-se metas de vitória, de duplicação na eleição de vereadores, etc. Voltando às contas, às previsões e às conjecturas (podem chamar-lhe contas de merceeiro que não me importo), arrisco aqui alguns cenários, numa fase em que nos aprestamos para o início da corrida eleitoral, que não deverá passar muito do início do próximo ano. Refiro que estas conjecturas, partem de pressupostos eventualmente alteráveis e por isso, valem naturalmente o que valem.

No cenário que se me afigura como mais provável e conhecidos já alguns rostos de candidaturas a presidente da Câmara, deveremos ter na corrida Veiga Maltez (PS), Carlos Simões (PSD), Pedro Azevedo (CDS) e um candidato sobre o qual não arrisco prognóstico por parte da CDU. Tenho dúvidas que esse, dificilmente poderá ser um candidato tão forte como foi Manuel Madeira no passado, sob o ponto de vista do potencial eleitoral.

Parto também do princípio, que apenas as 4 candidaturas que refiro, se irão apresentar a eleições. Posto isto e a confirmarem-se estas questões, parece-me que o PS parte à frente em termos de possibilidades de vitória, atendendo às tendências eleitorais locais, sobre as quais já aqui deixei alguns dados estatísticos relevantes. Porque tem por si próprio um eleitorado forte e porque o seu potencial candidato tem mostrado capacidade individual para reforçar esse eleitorado. Presumo que a CDU consiga a mobilização do seu eleitorado mais tradiconal (e normalmente fiel), mas que dificilmente poderá captar outro de forma relevante. O CDS tem também uma base relativamente fiel de eleitorado, a qual poderá ainda assim derivar um pouco para a candidatura de Veiga Maltez, mas dificilmente para a do PSD. Refira-se a propósito, que o CDS em eleições autárquicas tem ficado sempre aquém daquilo que vale o seu eleitorado. Quanto a este, por ter um candidato de Azinhaga, pode representar um reforço de votos nessa Freguesia, já na Golegã pode eventualmente ter um efeito contrário, dependendo ainda assim da composição das listas que vierem a apresentar-se a sufrágio. Faltará perceber a influência que o GIVA e Vitor da Guia poderão ter em Azinhaga neste domínio, mas se for o das últimas eleições, corre o risco de nada alterar de significativo neste cenário.

Passemos então a números.

1) Consideremos um número de votantes médio em relação às últimas três eleições, ou seja, cerca de 3100.
2) Admitamos que, pelo natural desgaste governativo, que o potencial candidato do PS perderá alguns votos, á semelhança do que se passou entre 2001 e 2005, na mesma razão (perdeu aí 135), prevendo que ainda assim possa ter, em números "redondos" cerca de 2000 votos. Não sinto no quotidiano manifestações tais que tornem verosímel uma queda demasiado acentuada. 3) Presuma-se que a CDU captará o seu eleitorado mais tradicional, cifrando-se a média das últimas eleições legislativas em cerca de 450 votos (mais ou menos o mesmo que a média das últimas duas eleições autárquicas). Ainda assim admito uma subida, que dependerá porém do candidato a anunciar.
4) Admita-se que o CDS possa reforçar ligeiramente os resultados autárquicos anteriores e que possa atingir algo perto dos 100 votos.
5) Presuma-se que o PSD e Carlos Simões conseguem reforçar o eleitorado em Azinhaga, ainda que seja possível baixar ligeiramente na Golegã, o que faria com que o PSD, por exclusão de partes dos números acima indicados, poderia representar cerca de 550 votos, o que a concretizar-se seria o segundo melhor resultado de sempre. Se Carlos Simões revelar uma mais valia extra para captar votos em Azinhaga (imaginemos uma subida para perto de 300, bastaria que conseguisse aqui à volta de 250), parece ter possibilidades de garantir a sua eleição.
Neste cenário, puramente especulativo, com a aplicação do método de Hondt para o apuramento de mandatos, teríamos qualquer coisa como:

(A verde a atribuição de número de mandatos eleitos)

Na distribuição de mandatos teríamos o seguinte:
1º eleito : PS
2º eleito : PS
3º eleito : PS
4º eleito : PSD
5º eleito : PS

Significa isto que ficaria tudo mais ou menos na mesma. Para termos uma ideia, para que o PSD possa sonhar com 2 vereadores eleitos, seria necessário que o PS perdesse cerca de 25% dos votos que obteve nas últimas eleições (cerca de 520) e que esses fossem directamente canalizados para o PSD, mantendo-se CDU e CDS dentro dos valores aqui encenados. O PSD teria que ter qualquer coisa à volta de 850 votos, que seria uma votação histórica e a melhor de sempre, neste contexto.

Se ando longe da verdade ou não, o tempo o dirá.

1 comentário:

Brad disse...

Felize Natal to you too.
Brad