
Falei nesse artigo também de factores de competitividade. Cabe aos autarcas definirem as linhas de desenvolvimento procurando gerar nos seus concelhos essa competitividade. Várias vectores devem naturalmente ser equacionados, como a oferta turística, a exploração dos ex-libris, o desenvolvimento do tecido económico, a dotação estrutural para eventos diversos desde actividades desportivas e de lazer até às culturais e recreativas. Eu se fosse autarca, procuraria incessantemente não desdenhar nenhum deles, mas antes procurar em cada um a forma de complementação dos outros, numa perspectiva sistémica, jamais isolada ou avulsa.
No sector imobiliário, parece-me evidente que um constrangimento demasiado rígido em termos arquitectónicos, especialmente no segmento habitacional, traduz-se numa perda de competitividade face a concelhos limítrofes, que podem colocar no mercado "produtos" mais consentâneos com as tendências actuais, logo com a procura. Perante isto e se considerarmos que qualquer Concelho que acuse sintomas de interioridade, como o nosso, terá que desenvolver uma estratégia não só de fixação populacional, mas também e talvez acima de tudo de captação de novos residentes, torna-se óbiva a importância da competetividade nesse segmento que, de "mãos dadas" com vectores que antes enunciei, ajudarão a criar condições mais consolidades de combate ao êxodo e mais apelativas a potenciais novos residentes. É de um processo estruturante e integrado que surgirá essa consolidação, daí ter afirmado que nada deve ser desdenhado.
Sabe-se que no mercado imobiliário (como noutros, especialmente o financeiro) as expectativas e os sinais são demasiado importantes. Sabe-se que o discurso político influi nas opções dos agentes desses mercados de uma forma cada vez mais decisiva.
E é a propósito dessas expectativas e desses sinais que vos deixo uma descrição cronológica, por assim dizer, acerca desta matéria:
O artigo que no início vos falo foi publicado aqui em Abril de 2008 e constatei com agrado (em Dezembro de 2008) que da parte do executivo municipal começavam a haver sinais dessa abertura, até então nada evidenciados. Dizia então o Sr. Presidente da CMG que veria com bons olhos "...fazer construções de arquitectura mais arrojada e moderna porque não vale a pena andar sempre a fazer casas do século passado.".
Mas isto foi em Novembro de 2008, porque em Novembro de 2009 o mesmo Presidente afirma sobre o mesmo assunto que "...não pactuamos com políticas passageiras e não deixamos que os materiais que nada têm a ver connosco possam ser aqui empregues, não faz sentido.".
Ora, sabe-se que nas chamadas "construções contemporâneas" - adianto que não gosto da expressão - um dos aspectos de diferenciação é justamente a utilização de materiais ... diferentes. Não mudaram apenas os conceitos, nem tão pouco as formas. Com eles mudaram também os materiais.
Assim, construir "arquitectura mais arrojada e moderna" e ao mesmo tempo "não deixamos que os materiais que nada têm a ver connosco possam ser aqui empregues" parecem-me dois conceitos antagónicos, com dificuldade de se encaixarem. Diria mesmo que são duas visões totalmente incompatíveis. E nem vou falar outra vez (para já) na exclusividade que a CMG tem reservado para si em termos de inovação arquitectónica, usando precisamente esses "materiais que nada têm a ver connosco".
Já o disse, o Presidente da CMG tem na minha opinião um apurado bom gosto, que se nota em muitos cantos e em muitas das intervenções onde sei que tem tido papel preponderante. Partilho até dos seus gostos na maioria dos casos, digo-o com à vontade. Politicamente falando, no reforço da importância das tais expectativas e sinais e na forma como procurei demonstrar que influenciam os mercados, parece-me ser necessária uma definição da estratégia. É que assim ficamos sem perceber por onde ir.
Por aqui, o que está dito está dito. Em relação ao artigo de 17 de Abril de 2008 está bem como está. Ontem, como hoje.
O artigo que no início vos falo foi publicado aqui em Abril de 2008 e constatei com agrado (em Dezembro de 2008) que da parte do executivo municipal começavam a haver sinais dessa abertura, até então nada evidenciados. Dizia então o Sr. Presidente da CMG que veria com bons olhos "...fazer construções de arquitectura mais arrojada e moderna porque não vale a pena andar sempre a fazer casas do século passado.".
Mas isto foi em Novembro de 2008, porque em Novembro de 2009 o mesmo Presidente afirma sobre o mesmo assunto que "...não pactuamos com políticas passageiras e não deixamos que os materiais que nada têm a ver connosco possam ser aqui empregues, não faz sentido.".
Ora, sabe-se que nas chamadas "construções contemporâneas" - adianto que não gosto da expressão - um dos aspectos de diferenciação é justamente a utilização de materiais ... diferentes. Não mudaram apenas os conceitos, nem tão pouco as formas. Com eles mudaram também os materiais.
Assim, construir "arquitectura mais arrojada e moderna" e ao mesmo tempo "não deixamos que os materiais que nada têm a ver connosco possam ser aqui empregues" parecem-me dois conceitos antagónicos, com dificuldade de se encaixarem. Diria mesmo que são duas visões totalmente incompatíveis. E nem vou falar outra vez (para já) na exclusividade que a CMG tem reservado para si em termos de inovação arquitectónica, usando precisamente esses "materiais que nada têm a ver connosco".
Já o disse, o Presidente da CMG tem na minha opinião um apurado bom gosto, que se nota em muitos cantos e em muitas das intervenções onde sei que tem tido papel preponderante. Partilho até dos seus gostos na maioria dos casos, digo-o com à vontade. Politicamente falando, no reforço da importância das tais expectativas e sinais e na forma como procurei demonstrar que influenciam os mercados, parece-me ser necessária uma definição da estratégia. É que assim ficamos sem perceber por onde ir.
Por aqui, o que está dito está dito. Em relação ao artigo de 17 de Abril de 2008 está bem como está. Ontem, como hoje.