terça-feira, 22 de janeiro de 2008

MAUS TRATOS A IDOSOS - Um problema que também é nosso

Não resisto reproduzir aqui, excerto de notícia hoje veiculada no DN, sobre maus tratos a idosos, que, segundo a fonte, pasme-se, triplicou nos últimos cinco anos.
Esta é infelizmente uma tendência comprovada e que deve ser alvo de intervenção rápida do estado, não esquecendo o papel fundamental da sociedade civil, que não pode nem deve alhear-se de um problema desta natureza. É um novo desafio do Sec.XXI, ao qual todos os organismos responsáveis deverão dedicar a máxima atenção.
Torna-se necessário pois que as autarquias e as juntas de freguesia, dado o posicionamento mais próximo das suas comunidades, adaptem as suas estruturas e redimensionem os seus planos estratégicos no combate a esta situação e que possam, acima de tudo e enquanto é tempo, desenvolver medidas profilácticas devidamente sustentadas, integradas e coordenadas.
O caso do Concelho da Golegã, pelas características da sua população, merece pois cuidados redobrados na adopção das tais medidas preventivas.
O nosso Concelho evidencia sinais claros de envelhecimento da sua população, apresentando por um lado uma reduzida taxa de natalidade (8,0 quando os valores para Portugal Continental se cifram em 10,3) e uma bem superior taxa de mortalidade (16,1 com 9,7 no Continente), não esquecendo a relevância do aumento da esperança média de vida, que, associado, contribui para esta tendência. Temos um Concelho com um decréscimo populacional na ordem dos 6% na última década, acentuando-se mais na freguesia da Golegã, atingindo valores de 6,7% (na Azinhaga a variação foi inferior, situando-se nos 4,4%). Maior relevância assume este facto, se considerarmos que na Lezíria do Tejo e em Portugal Continental, a variação foi positiva, de 3,4% e 5,3%, respectivamente. Mas não é só este facto que é preocupante, mas também a diminuição da população com menos de 15 anos (-3,10%) como contraponto ao aumento da população idosa com mais de 65 anos (+3,10%).
Em suma, a nossa população decresce e envelhece, exigindo a máxima atenção ao fenómeno. É aqui que o poder político deve assumir a sua responsabilidade. Qualquer plano de desenvolvimento social tornar-se-á tendencialmente insuficiente, transformando-se num simples acto teórico de boa vontade, sem a necessária estratégia de desenvolvimento económico, numa nova concepção dinamizadora e renovadora do tecido empresarial, ajudando a inverter a lógica da última década. Até por uma questão ideológica, acredito que a criação de condições para um desenvolvimento da sociedade civil, com incentivos ao empreendedorismo e à iniciativa individual, ajudará a complementar o necessário papel do estado e até a alterar este clima nefasto de estado-dependência que se tem vindo a acentuar nos últimos tempos.
É este um dos grandes desafios que se coloca ao Concelho para os tempos vindouros.
Excerto da notícia do DN, de 22 de Janeiro de 2008:
"A tendência está à vista. O fenómeno de violência contra idosos tem vindo a aumentar em Portugal. Os mais recentes números conhecidos revelam que, nos últimos cinco anos, os registos deste tipo de violência triplicaram, dos mais de oito mil casos para os quase 25 mil em que a vítima do crime tem mais de 64 anos. Segundo fonte oficial da PSP, em 2007, a tendência é a de que se registe um aumento da criminalidade denunciada neste contexto".
"Não necessariamente pelo aumento de crimes, mas antes pelo aumento das queixas", explicou a mesma fonte ao DN".
"Mas de que tipo de situações falamos? Quando se pensa em violência contra idosos, a tendência do comum dos mortais é pensar em espancamentos, torturas, privações e aprisionamento - esta última uma situação muito comum, aliás. Mas para além destas existem muitos outros casos de violência que são complexos, de difícil diagnóstico e também de muito difícil prevenção".
"Os agressores mais frequentes podem exercer essa violência de diversas formas: maus tratos e abusos físicos, maus tratos psicológicos, negligência por abandono, negligência nas doses de medicamentos erradas dadas ao idoso para "ficarem mais calmos", negligência nos cuidados de saúde - na sua maioria em lares -, abuso sexual, embora em menor escala, e ainda o abuso material, através da tentativa de extorquir dinheiro. Este caso é frequente por parte dos filhos sobre os pais já pouco lúcidos. Os maus tratos contra os idosos praticados pela família e pelos cuidadores dos lares são muitas vezes agravados pela falta de preparação e pouca sensibilização para a velhice."
"Segundo o estudo "Violência contra os mais velhos. Uma realidade escondida", das psicólogas Cristina Verde e Ana Almeida, "quanto maior for o índice de dependência do idoso e a precariedade social, mais provável é ocorrerem situações de maus tratos". Mesmo em instituições legalizadas, onde a satisfação de necessidades fisiológicas básicas, cuidados primários de saúde e higiene nem sempre são respeitados".

1 comentário:

Anónimo disse...

Lamentavelmente os esforços da actual gestão autárquica do Concelho da Golegã têm sido apenas dirigidos para berlicoques dispendiosos e de mais-valia perfeitamente negativa e também para a criação de Monstruosos Centros de Custos, aos quais se têm vindo a associar gordos empréstimos que configurarão a desgraça financeira na autarquia daqui a meia-dízia de anos.

Há muitos anos, desde 1997, que venho alertando para o caminho do desenvolvimento económico e empresarial que deveria ser preocupação permanente da autarquia Goleganense.

Infelizmente tem sido Chover no Molhado...

Não há desculpa possível para isto!

Não admira pois que o crescimento populacional no Concelho da Golegã continue a avançar em negativo, a par da fuga dos jovens para outras muito melhores bandas.

Tristeza é, por fim, constatar que o Concelho da Golegã acaba por ser uma ilusão de mão cheia de tudo mas sobretudo de NADA.

Sei que os visados ficam em entusiástica fúria com estas verdades mas rogo-lhes que as aceitem como factor de enriquecimento estratégico para a viragem de agulha em direcção a um progresso que faz falta.

Mudem, se faz favor, para que não seja tarde demais!

Até Breve,

Rui Augusto Sardinha