terça-feira, 22 de dezembro de 2009

AS BOAS FESTAS DA JUSTIÇA

OU FESTAS BOAS, QUEM SABE...

Quase findo este fatídico ano de 2009 será porventura imprescindível que façamos uma viagem por aquele que foi talvez o ano que mais agruras nos trouxe. Pelo menos a mim foi.

Seria penoso pensar alto aqui convosco, mas há dois acontecimentos recentes que gostaria de partilhar e que não deixaram de me tocar. Falo de justiça. Da pura e dura, na acepção do termo e também da desportiva.

Todos nos lembramos do relativamente recente escândalo de arbitragem por parte de Lucílio Batista na Final da Taça da Liga da época passada. Não menos grave, todos nos recordamos por certo das trapalhadas que foram a explicação do individuo depois de ter com um erro colocado a taça na vitrina errada. Escalpelizei noutro espaço essa questão e não vou aqui voltar a ela. Só às consequências. No até agora "jogo do ano", Benfica-FC Porto, quem foi o árbitro nomeado? Isso mesmo, Lucílio Batista.

Caso Freeport. O procurador Lopes da Mota foi acusado de pressionar os investigadores do caso Freeport para arquivarem o caso. Isso mesmo. Um procurador foi ACUSADO DE FAZER PRESSÕES ILEGÍTIMAS sobre os investigadores do caso Freeport. Aparentemente foi provada a sua pressão e, talvez para efeitos de descompressão o que aconteceu? O Conselho Superior do Ministério Público decidiu aplicar-lhe uma pena de suspensão de 30 dias, das suas funções como magistrado. Trinta dias! Ah, é verdade: o Ministro da Justiça a este propósito, considerou de "grande nobreza" e "responsabilidade" no sentido da "defesa do Estado português" o facto do magistrado pressionador se ter demitido. Isso. Leram bem. Afinal o magistrado que alegadamente pressionou os investigadores do caso -lo em defesa do Estado Português. E é nobre! E ainda assumiu as suas responsabilidades, demitindo-se. Aliás esta pegou de estaca em Portugal. Assumir responsabilidades é igual a auto-demissão. Nobre, pois claro. Castigos? 30 dias. Não chega?

Isto tudo para vos dizer o quê? Que vos consigo desejar um Feliz Natal e que esse desejo é sincero e sentido. Mas também para vos dizer que não consigo desejar-vos um ano de 2010 melhor do que aquele que quase finda sem me rir, porque naturalmente estaria a ser demasiado hipócrita... E não sê-lo é um objectivo quotidiano.

Abraços a todos e cuidado com os doces.

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