segunda-feira, 31 de agosto de 2009

VOAR ALTO AMARRADO À LINHA DE TERRA

O ROMANTISTO E O REFORMISMO

No último Golegã em Notícia (Março/Maio) de 2009, com papel de muito melhor qualidade e supostamente bem mais caro, com 24 páginas (o do período homólogo de 2008 tinha metade!) - eleições oblige - e ao ler o editorial do senhor Presidente da Câmara fico com a sensação, vá lá a certeza, que teremos mais do mesmo nos próximos 4 anos. E isto até nem tem nada de depreciativo ou pejorativo. Mais do mesmo é bom para quem partilha da estratégia, não será tão bom para quem não partilha, total ou parcialmente. Destaque natural para a melhoria relevante das fotografias (além de serem muitas mais, são melhores), parecendo-me que atribuir essa melhoria apenas á qualidade de papel seria isso sim depreciativo para a notória evolução do fotógrafo, que com a experiência acumulada, vai demonstrando toda a sua mais valia.

Mas dizia eu que para quem leu o editorial do jornal (não sei de será correcto chamar-lhe assim) fica com a sensação clara que teremos continuidade na estratégia sem que se vislumbrem induções de novos conceitos e de novas aberturas a outros vectores de desenvolvimento. Os tais que seriam esses sim sustentados, perceptivelmente diferentes do efeito da abertura de um restaurante.

O senhor Presidente, bem provável futuro Presidente, é claro quanto a "esses" vectores de desenvolvimento: " ... a prosperidade transcende a medida económica e a medida fiscal, pois a nossa urbe e o nosso território são muito mais que orçamento ou negócio, já que abrangem pessoas, culturas, bens patrimoniais e oportunidades". E entre muitas coisas que o senhor Presidente tem afirmado - umas têm merecido a minha concordância, outras não - ainda não encontrei nada sobre o qual estivesse em tão acentuado e assumido desacordo. É verdade que o romantismo e o conservadorismo no contexto acima - imagem de marca no nosso edil - são úteis em dose certa. Falta porém a necessária visão reformista já que não acredito em prosperidade sem medidas económicas, não acredito numa urbe dinâmica sem orçamento e negócio, não acredito no bem estar social nem nas oportunidades sem dinamismo empresarial. E quanto a isso, leiam as 24 páginas...

E espero que ao manifestar a minha opinião, exercendo um claríssimo direito cívico de que não abro mão, tal não seja considerado com vilipendiar a acção dos decisores. É apenas discordância, algo que a democracia me concedeu fazer. Serei colocado no pacote dos imbuídos de má fé, de incoerência ou de uma índole mal intencionada? Espero com franqueza que não. Isto não é maledicência quanto a tudo o que foi feito, será antes reivindicação sobre algo que não foi.

Não acho um mero fait-divers o engraçada episódio relatado a propósito dos dois franceses que voavam na TAP, com destino à Golegã. Acho relevante e reconheço que é fruto de uma evolução daquilo a que aqui já chamei várias vezes de promoção da marca Golegã - Capital do Cavalo. Mas não me desagradaria que num futuro próximo, duas pessoas se encontrassem ocasionalmente num autocarro da Rodoviária Nacional e que depois de breve troca de impressões constatassem a coincidência de que ambos se dirigiam para a Golegã, onde teriam arranjado emprego em duas das novas empresas aqui recentemente sediadas e que, coincidência das coincidências, ambos até equacionavam vir para cá viver, como nossos nóveis vizinhos.

Porque para voar alto, não é preciso andar de avião.

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